JOSÉ ANTÓNIO MORÃO
(1786-1864)
Formado pela Universidade de Coimbra em Matemática, Filosofia e Medicina (06/07/1812), exerceu como médico em Almada e Castelo Branco, foi Governador Civil de Castelo Branco (1848) na qualidade de Vogal do Conselho do Distrito, bem como Provedor da Misericórdia de Castelo Branco e Deputado da Nação pela Beira Baixa (1834). Legou a sua vasta biblioteca (mais de 3200 volumes) à cidade de Castelo Branco.
O testamento do Dr. José António Morão, feito em Castelo Branco a 8.12.1863, proporciona uma curiosa imagem da sua personalidade.
Ele permite-nos penetrar um pouco no íntimo das suas preocupações, entre as quais sobressai o horror que sentia pela falsa morte, como se infere da seguinte determinação: -«Pretendo que o meu corpo não seja soterrado enquanto ele não começar a exalar o cheiro do cadáver, se Deus Nosso Senhor tiver sido servido levar-me de morte repentina; se, porém, esta for em consequência de alguma atroz enfermidade, aguda ou crónica, enquanto o hirto e o glacial de meus membros ou sinais evidentes de gangrena externa não atestarem a extinção completa das funções vitais do meu ser»... Ainda sobre a sua morte, deixou outras disposições interessantes, com que concluímos este comentário:- «Pretendo ser levado à sepultura (rasa e sem qualquer lápide) tão longe da abjecção como da vaidade... Peço, já que não posso proibir, que aos meus parentes não trajem luto por minha morte além do tempo marcado pela pragmática destes reinos e que os meus criados o não vistam por mais de três dias, se tanto ainda quiserem fazer»
Ele permite-nos penetrar um pouco no íntimo das suas preocupações, entre as quais sobressai o horror que sentia pela falsa morte, como se infere da seguinte determinação: -«Pretendo que o meu corpo não seja soterrado enquanto ele não começar a exalar o cheiro do cadáver, se Deus Nosso Senhor tiver sido servido levar-me de morte repentina; se, porém, esta for em consequência de alguma atroz enfermidade, aguda ou crónica, enquanto o hirto e o glacial de meus membros ou sinais evidentes de gangrena externa não atestarem a extinção completa das funções vitais do meu ser»... Ainda sobre a sua morte, deixou outras disposições interessantes, com que concluímos este comentário:- «Pretendo ser levado à sepultura (rasa e sem qualquer lápide) tão longe da abjecção como da vaidade... Peço, já que não posso proibir, que aos meus parentes não trajem luto por minha morte além do tempo marcado pela pragmática destes reinos e que os meus criados o não vistam por mais de três dias, se tanto ainda quiserem fazer»
O ALBICASTRENSE
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