CATÁLOGO DOS VIGÁRIOS DE S. MIGUEL
MATRIZ DE CASTELO
BRANCO
(ENTRE 1561 e 1910)
Havia em Castelo Branco duas colegiadas ou colégios coléricos,
com organização régia, desde o seculo XVI, cada uma presidida pelo seu vigário.
Os fiéis de uma paróquia estavam espiritualmente subordinados a um presbítero
que era o pároco; não podiam confessar-se a outro sacerdote, sem sua
autorização; e nenhum presbítero ouvia a confissão em paróquia estranha, sem
licença do bispo e do pároco, salvo caso de necessidade. Em consequência desta
disciplina, havia o cuidado de mandar demarcar as freguesias, de modo a não
levantarem dúvidas, como efetivamente se levantavam, repetidas vezes.
Diz com algum fundamento o padre Miguel de Oliveira, “que a paróquia
consiste, de algum modo, a célula da Igreja, como a família é célula da
sociedade; com o seu chefe espiritual, o seu templo, o seu povo, o seu
território, reflete a imagem da Igreja universal”.
No especto social, tem sido das instituições mais fecundas”,
acrescente o mesmo escritor.
A paróquia de Santa Maria do Castelo compunha-se de uma parte da
vila e dos montes ou povos seguintes: Maxiais, Benquerenças, Taberna Seca.
Cebolais, Cebolais de Cima, Retaxo, Repreza, Amarelos e Carapelosa. Contava
novecentos fogos e 3.387 fregueses, em 1849, ano em que foi extinta pelo
decreto de 26-VII.
Tendo falecido a 4-XI-1848 o vigário de Sé, Padre Boaventura
Robalo, levaram “ a presença de Sua Majestade” o vigário geral Dr. José Marques
Leite e o governador civil, Albano Caldeira Pinto de Albuquerque, um plano de
supressão e divisão da paroquia de Santa Maria, pela ereção de duas novas
paroquia, em Benquerenças e Cebolais de Cima, alegando que não resultava
detrimento algum para os fieis.
A cidade, que então contava mil e quarenta e quaro fogos,
pertencendo-lhe, como ainda atualmente, o monte de Lentiscais, ao tempo, com
oitenta e dois fogos, no total de 5.245 fregueses, passa a constituir uma só
freguesia, de S. Miguel da Sé, desmembrando-se a de Santa Maria. Erige-se em
curato com Maxiais e Taberna Seca, outro em Cebolais de Cima, com Retaxo e
Repreza, ficando anexados à paróquia de Sarnada de Rodão, os lugares de Amarelos
e Carapetosa.
A colegiada de S. Miguel, do período manuelino, compunha-se de
quatro beneficiados simples, acrescida de mais um, pelo rei D. João III,
segundo o alvará de 18-VIII-1523, até que em 18-VII-1744 novo alvará lhes impos
“a condição de curas D’almas”, sendo então
considerados auxiliares ou coadjuntores dos párocos.
Além dos cinco beneficiados, com autorização no régio diploma,
havia mais dois capelões para cumprimento integral das missas das capelas e dos
ofícios quotidianos do coro. A sua apresentação cabia ao rei, na qualidade de grão-mestre da
Ordem de Cristo e apossa criação da diocese de Castelo Branco, em 1771, passou
ao padroado real. A colegiada termina em 1834.
Eis catálogo dos Vigários de S. Miguel, que nos foi possível compilar
dos mais diversos livros e documentos:
1561 - Frei
Sebastiano Rodrigues.
1585 - Frei
João Marque.
1624 - Frei
Miguel Roiz Bravo.
1697/1727 - Frei Manuel Godinho.
1745/1751 - Frei Francisco Duarte Caveira.
1752 - Padre
Manuel Vaz Touro de Almeida.
1753 - Padre
Manuel Mendes Reato.~
1753/1760 - Frei João Roiz Barreto.
1760 - Padre
Simam da Costa da Fonseca Barreto.
1760/1788 - Dr. Filipe Gomes de Santiago.
1788/1792 - Dr. Manuel doe Reis Soares.
1792/1814 - Dr. Manuel Martins Pelejão.
1814 - Padre
Manuel Mendes de Abreu.
1818/1834 - Manuel Domingos C respo.
1834/1848 - Padre Boaventura Robalo.
1848 - Padre
Joaquim da Silva Pelejão.
1819(1857 - Frei João Nunes Giraldes.
1857/1864 - Padre Joaquim Giraldes.
1864/1870 - Padre Manuel
Pires Marques.
1885/1886 - Padre José da Silva Trigueiros.
1886/1901 - Padre Eurico José Prazeres da Silveira.
1904/1905 - Padre Joaquim Maria Vieira.
1905/1910 - Dr. José Ribeiro Cardoso.
Texto retirado do livro: ”Estudantes da
Universidade de Coimbra naturais de Castelo Branco”, da autoria de
Francisco Morais e José Lopes Dias.
O ALBICASTRENSE
Em 1883, ano de nascimento e baptizado do Manuel Jaime Roxo, não havia Vigário! Ele foi baptizado pelo coadjutor José António Proença...
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