segunda-feira, novembro 03, 2025

IGREJA DA MISERICÓRDIA VELHA – (3/5)

Embora já tenha publicado em 2009 a história desta igreja, vou fazê-lo de novo, pois a tristeza em que ela se encontra assim o exige. Como o texto é um pouco longo,  vou fazê-lo em cinco publicações. 
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(Continuação)

III - No dia 18 de Abril de 1631 foi lavrado um auto do qual consta que estando o Provedor Simão da Silva Almeida e mais irmãos da Mesa e a maior parte da Irmandade junta para irem ao Enterro do Nosso Senhor Jesus Cristo, por ser em Sexta-feira da Paixão, como era costume na vila, deliberaram dar inteiro cumprimento ao que Sua Majestade dispôs em sua Provisão de 10 de Agosto de 1630, na forma seguinte.
“Que para o recebimento e aprovação dos irmãos que ande ser admitidos se ponham dois vasos no meio da Igreja e se dê a cada irmão uma fava e um grão. E as favas aprovarão e os grãos reprovarão. E o irmão que for votar lançará no vaso que estiver despachado para a eleição do Irmão o que lhe parecer. E o que lhe ficar na mão lançará no outro vaso, para que desta sorte se não dê satisfação a subornos se os houver e cada um possa votar livremente como lhe parecer em sua consciência.
E depois, o Provedor e Irmãos da Mesa aprovarão o que acharem no vaso reputado para a eleição de tal Irmão e achando mais favas que grãos ficará o Irmão admitido. E achando pelo contrário, mais grãos que favas ficará excluso.
A Confraria da Misericórdia jamais se eximiu ao rigoroso cumprimento dos preceitos, do compromisso, concernentes á realização de varias cerimonias religiosas. Era costume efetuar-se, no dia 2 de Junho, a festa da Visitação de Santa Isabel, Padroeira da Misericórdia; em 12 de Novembro celebrava-se um ofício de nove lições por alma dos Irmãos falecidos e, em quinta-feira de Endoenças, a procissão dos penitentes ou dos fogaréus. O compromisso de 1663 descreveu pormenorizadamente a organização desta procissão. São deste estatuto os seguintes trechos:
A qual operação se fará diante de toda a Irmandade. E nenhum Irmão será admitido senão no dia de Santa Isabel e Sexta-feira de Endoenças. E antes de se assinar o termo da aceitação e juramento, habilitará em Mesa sua pessoa. E que todo o Irmão que faltar à procissão das Endoenças, enterro do Senhor ou de qualquer Irmão que falecer, não tendo licita causa, pague dois arráteis de cera. E não se cobrando o Provedor, ele próprio pagará da sua casa. Depois se fez este termo que todos assinam”.
Da leitura dos documentos transcritos pode inferir-se que nas eleições realizadas em Portugal alguns séculos antes da instituição do parlamentarismo já havia mistificações semelhantes ás que originaram o descredito daquele sistema político.
Irão alguns fogaréus por uma parte e outra de toda o procissão e com eles irá todo o aparelho que for necessário para continuarem com luz todo o tempo. E os Irmãos que vão governando terão cuidado de os ir dispondo em espaço conveniente e de os mandar prover quando lhes for necessário".
“Nenhum Irmão levará consigo pagem ou criado, de maneira que fique dentro na procissão, pela indecência que nisso há e a desordem que pode causar".
“A procissão sairá da Misericórdia direita à Praça, Rua do Relógio, à Igreja de S. Miguel o Anjo, dali à Nossa Senhora da Graça, dai pela Corredoura à Rua dos Ferreiros até à Praça, toda a Rua de Santa Maria, Rua das Cabeças, tomando o Arressário até à Igreja de Santa Maria do Castelo, donde voltará pela Rua de Ega, até se meter na Misericórdia, visitando com oração o Santíssimo Sacramento nestas Igrejas e nas demais que ficarem no caminho por onde passar de maneira que mova a devoção a todos os que acompanharem e se acharem presentes
”.
A procissão efectuava-se com grande luzimento, seguindo o itinerário estabelecido. Durante os sermões da Semana Santa era costume expor na Igreja o Santo Sudário a que se refere o seguinte documento: “Miguel Achioly da Fonseca Castelo Branco, professor da Ordem de Christus, do desembargo de El-Rei Nosso Senhor e Provedor dos Resíduos e Cativos nesta corte de Lisboa e seus termos, etc..."
"Certifico que o Sr. Luís de Sousa Brandão, Provedor da Santa Casa de Misericórdia da Vila de Castelo Branco, por via do Sr. Marcos Gil Frazão e dos irmãos da Mesa, deste presente ano, encomendaram se fizesse para a Santa Casa o Santo Sudário e indo-se desta cidade o Sr. Marcos Gil Frazão, irmão actual dos 12 da Mesa, me deixou encarregado fizesse e continuasse esta obra de piedade: o que fiz e por assistir à devoção da dita Irmandade e a servir, como devo, como irmão infinito dela, pedi ao Dr. João... (ilegível), Prior da Paróquia Igreja de S. Tomé desta cidade de Lisboa me quisesse fazer mercê (por ser muito afecto e devoto das ditas Religiosas) de me tocar e medir este Santo Sudário com o milagroso (ou verdadeiro) que esta no dito mosteiro da Madre de Deus desta cidade, e em que os moradores dela tem a devoção que a todos é notória, e ele, Padre Prior, mandou vir o Santo Sudário ao Convento da Madre de Deus e mo tornou a remeter, dizendo-me que não somente se tocara naquele Santo e verdadeiro do dito Convento mas que por uma noite inteira esteve junto e embrulhado com ele com muitas orações e lagrimas das Santas e Veneráveis Religiosas do dito Convento, que o mesmo aconteceu já com o Santo Sudário que esta na cidade de Turim, corte dos Duques de Saboia e Príncipes de Piemonte com o que nele mandou tocara Cristianíssima Infanta de Portugal, história bem sabida: que sendo o verdadeiro Santo Sudário o que estava na cidade de Turim, saíram ambos em tal forma (por milagre) que hoje não e sabe qual o primeiro e verdadeiro, se o que ficou e Turim se o que esta no mosteiro da Madre de Deus desta cidade de Lisboa". 
(Continua). 

Recolha de dados: Castelo Branco na História e na Arte” de Manuel Tavares dos Santos 
                                                            O ALBICASTRENSE

terça-feira, outubro 28, 2025

IGREJA DA MISERICÓRDIA VELHA – (2/5)

Embora já tenha publicado em 2009 a história desta igreja, vou fazê-lo de novo, pois a tristeza em que ela se encontra assim o exige. Como o texto é um pouco longo,  vou fazê-lo em cinco publicações.
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(Continuação)
II - Secundando os desvelados esforços do soberano, as autoridades de Castelo Branco organizaram a confraria da Misericórdia com os bens das outras confrarias, que se compunham de casas, terras de cultura, vinhas e olivais e cujos rendimentos anais eram os seguintes: Da confraria de Santo André, 6$185 réis e duas galinhas; da confraria de Santo Iago, 7$127 réis; da confraria de S. João, 4$821 réis; e da confraria de S. Pedro, 3$620 réis. Totalizaram estes rendimentos, portanto, a quantia de 21$753 réis, muito diminuta mesmo naquela época. Durante o século XVI foram um pouco aumentados os rendimentos com os legados de alguns benfeitores. 
Foi, porem, no século XVII que a Misericórdia consegui uma situação prospera com os rendimentos de avultados bens que lhe foram legados por algumas dezenas de beneméritos. Entre estes distinguiram-se, pela elevado valar dos legados, o Dr. Bartolomeu da Costa, tesoureiro mor da Sé de Lisboa e o Padre Manuel de Vasconcelos, prior da freguesia se S. Pedro de Torres Vedras. 
O Dr. Bartolomeu da Costa, a quem a Igreja deu o nome de Venerável, nasceu em Castelo Branco em 24 de Agosto de 1553. Pertencia à família do célebre Cardeal de Alpedrinha, D. Jorge da Costa. Faleceu em Lisboa 27 de Março de 1608, deixando todos os seus haveres à Misericórdia, por testamento feito naquela cidade em 30 de Abril de 1605, para a instituição de um Hospital de Convalescentes a instalar na casa da sua residência situada na Rua de Ega e que ficou conhecida pela designação de Casa do Tesoureiro Santo. Os seus bens constavam de duas casas, duas vinhas, seis olivais, noventa s duas terras de cultura e um padrão de juro de rendimentos de 240$000 reis pago pelo almoxarifado da Comenda de Cristo. O Prior Manuel de Vasconcelos era também natural de Castelo Branco. Faleceu em Torres Vedras em 13 de Agosto de 1647, legando à Misericórdia da sua terra, por testamento feito naquela vila em 6 de Agosto do mesmo ano, toda a sua avultada fortuna, então avaliada em 50 contos. 
No testamento impôs este benemérito, à Misericórdia a obrigação de construir e sustentar, na Praça Velha defronte da cadeia, uma capela para que os detidos pudessem assistir à missa. Não é conhecido o primitivo estatuto ou compromisso da Misericórdia. Em 1596 a Irmandade pediu a aprovação de um novo compromisso elaborado nos moldes do da Misericórdia de Lisboa instituída pela Rainha D. Leonor em 1498. Por alvará de 16 de Junho de 1596, do rei D. Filipe I, a Irmandade obteve a solicitada aprovação.
Os subornos nas eleições também não cessaram com o alvará de 1610. Em 1632 efectuou-se a reforma do compromisso, introduzindo-se-lhe as alterações que haviam sido feitas no dia da Misericórdia de Lisboa por ordem do Rei D. Filipe III. Desde os primeiros tempos da sua existência, a administração da Misericórdia nem sempre primou pelo zelo e pela honestidade: as suas numerosas propriedades distinguiam-se das outras pelo seu estado de abandono e pala incúria que revelavam. À medida que os bens da Misericórdia aumentavam mais se evidenciavam os abusos e os desmazelos. 
A ambição e a falta de escrúpulos de alguns mesários eram causa de subornos e desinteligências nas eleições da Mesa. Para por cobro a tais anomalias a Irmandade fez, em 1610, a seguinte petição ao Rei D. Filipe II de Portugal e III de Espanha. “Dizem os irmãos da Santa casa da Misericórdia da vila de Castelo Branco que Vossa Majestade mandou oferecer certidão autêntica da Misericórdia da cidade de Coimbra para se saber como se fazia a eleição, por despacho posto no cimo da perdição folha primeira, a que se referem folhas 3º verso e por ela consta fazer-se a eleição por escritos em vasos, os de maior condição em um e os outros de menor em outro: e destes um menino vai tirando os eleitos, ao quais, tomando juramento, elegem Provedor e Irmãos que aquele ano hão-de servir; e é costume santo e bom e por ele se evitam muitos subornos e escândalos que de se fazer doutro modo procedem a na Misericórdia da dita vila de Castelo Branco são mui contínuos e deles se espera grandes dúvidas e dissensões pelos subornos serem mui descobertos e antigos.
Pedem a Vossa Majestade, por serviço de Nosso Senhor, que lhes faça mercê mandar passar provisão para que a dita eleição, daqui para diante, se faça por escritos em vasos e deles por um menino se tirem os eleitos como se faz na cidade de Coimbra e outras partes e ser muito serviço de Deus e de Vossa Majestade e utilidade e quietação da dita Irmandade.”Pôr alvará régio de 2 de Outubro de 1610 foi deferido esta pedição, sendo Provedor o licenciado Domingos do Rego. 
Não obstante as intervenções do Estado realizadas em 1529, em 1584 e em 1624, a administração da Misericórdia continuou a ser escandalosa; em 1624 os lavradores queixam-se de que “os irmãos da Mesa tomam a maior parte das terras para si carregando-as no livro da Misericórdia sobre homens pobres que não tem boi nem vaca nem são lavradores, que depois lhes tornam a largar”. 
O Provedor da Comarca de Castelo Branco, Licenciado Sebastião da Fonseca, mandou suspender a eleição até nova ordem, em 1630, recebendo uma provisão do Rei D. Filipe, datada em 10 de Agosto daquele ano, na qual se determinava que “antes da eleição se fazer se apure o livro novo da Irmandade e depois de feita esta diligencia se proceda á eleição com a assistência do dito licenciado“.
(Continua)
                    Recolha de dados: “Castelo Branco na História e na Arte”
                                                     de Manuel Tavares dos Santos
                                                               O ALBICASTRENSE

quarta-feira, outubro 22, 2025

IGREJA DA MISERICÓRDIA VELHA – (1/5)


Embora já tenha publicado em 2009 a história desta igreja, vou fazê-lo de novo, pois a tristeza em que ela se encontra assim o exige. Como o texto é um pouco longo,  vou fazê-lo em cinco publicações.
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(I) Entre a Rua de Ega e a Rua dos Oleiros ergue-se a Igreja da Misericórdia Velha, cuja fachada principal está voltada para o lado do Poente, numa estreita rua transversal denominada da Misericórdia. Este templo tem atualmente por orago Santo António de Lisboa e foi, durante mais de três séculos, da invocação da Rainha de Santa Isabel.
Uma pedra de granito assente no seu pavimento, sob o arco da capela-mor, tem a seguinte inscrição: “Esta capela foi mandada fazer por Simão da Silva h… da Índia e mandou-lha fazer Anna Correia sua testamenteira á custa dos seus legados que manda os faça em seu testamento”.
Está ilegível o vocábulo que se segue ao nome do testador, supondo-se ser a designação do cargo que desempenhou na Índia. Simão da Silva era um fidalgo natural de Castelo Branco, muito estimado na corte do Rei Venturoso. Camião de Góis refere-se a este fidalgo, na sua crónica do Felicíssimo D. Manuel, narrando o facto de haver sido enviado como embaixador de rei de Manicongo, capitaneando cinco navios onde eram transportados ricos presentes do rei português e sendo portador de seguinte credencial:
Nos, D. Manuel, Rei de Portugal, etc., enviamos a vós, Simão da Silva, fidalgo da nossa casa, pessoa de que muito confiamos e a quem, por nos ter muito bem e fielmente servido, temos boa vontade, o qual escolhemos para vos enviar, por o termos conhecido por esforçado e de muita fidelidade e que vos dará de si boa conta… Muito vos rogamos que o ouçais e lhe deis inteira fé e crença em tudo o que de nossa parte vos disser e falar, assim como o fareis se por nós fosse dito e falado e em muito prazer o receberemos de vós, e nós esperamos em Nosso Senhor que da ida do dito Simão da Silva vós recebais muito prazer e contentamento e que em todas vossa coisas o acheis assim bom e verdadeiro servidor, como nós nas nossas e em todo o nosso serviço o temos achado, porque por isso o escolhemos para vo-lo enviar e muito vos rogamos que pois prouve a Nosso Senhor que por Sua misericórdia vos alumiar..."
Presume-se que Simão da Silva tenha falecido nesta embaixada pelos anos de 1512 ou 1513 e que a primitiva Igreja de Santa Isabel tenha sido edificada no primeiro quartel do século XVI. Em 1514 o Rei D. Manuel I instituiu o Misericórdia de Castelo Branco, cuja instalação foi feita numas casas anexas à Igreja da Rainha Santa.
Pretendendo aquele monarca saber com o que poderia contar para a fundação da Misericórdia dirigiu de Almeirim ao ouvidor do Mestrado da Ordem de Cristo a seguinte carta:
Ouvidor! Nós, El-Rei, vos enviamos muito saudar. Nós somos informados como pela pobreza e pouca esmola da confraria da Misericórdia de Castelo Branco a dita confraria não andava ordenada como cumpria ao serviço de Deus e bem da vila havia três confrarias de Santo André, da Santo Logo e outra de S. João que tinham muitos bens de que se mantinha um Hospital e diziam certas Missas e que, alem disse, sobejava renda e desse sobejo se podia prover e reparar a dita confraria da Misericórdia. 
E porque queremos saber como isto está, se é assim como nos disseram e se alem das despesas ordenadas sobeja alguma renda, vos mandamos que vades à dita vila e nos informeis de tudo bem declarado para provermos a isso como bem nos parecer.
Escrita em Almeirim a 16 de Fevereiro de 1514. Gaspar Roiz a fez, Rei”.
Foi o rei informado de que a população de Castelo Branco se propunha organizar a confraria da Misericórdia, pois decorridos seis meses foi recebida a seguinte mensagem:
 Juízes, Vereadores, Provedor, Oficias e Homens Boa da Nossa Vila de Castelo Branco: Eu, El-Rei, vos enviamos muito saudar. Nós vos temos escrito quando prazer e serviço receberíamos nessa Vila se ordenasse e fizesse a confraria da Misericórdia como em outros lugares principais dos nossos Reinos se faz. E posto que tenhamos sabido que vós o vareis assim e com toda a boa vontade, pois que com ela se faz tanto serviço a Deus, todavia vos quisemos escrever e fazer lembrança quanto obrigação temos a cumprir as obras de Misericórdia que em especial nos são tão recomendadas por Nosso Senhor e que tanto serviço de Deus quanto nela se fará a Ele e a Nós nenhuma pessoa s deve escusar de nela entrar e servir o tempo que for eleito e ordenado por principal e honrado que seja, porque por esses que sabem e podem de há-te ela ordenar e servir como em todos os lugares dos nossos Reinos se faz. 
E portanto vos recomendamos muito a quase todos e a cada um em especial que, olhando quando todos somos obrigados ao serviço de Deus, folguemos todos de entrar na dita confraria e a servir e ordenar e quanto mais honrado tanto com melhor vontade o deve fazer e não se querer escusar quando for eleito e ordenado porque se assim o fizer recebemos nisso muto desprazer e desse serviço. Escrito em Lisboa a 19 de Agosto de 1514. André Pires a fez, Rei.”
(Continua)

Recolha de dados: “Castelo Branco na História e na Arte”
de Manuel Tavares dos Santos
O ALBICASTRENSE

quarta-feira, outubro 15, 2025

ÁLBUM FOTOGRÁFICO DO BAIRRO LEONARDO

 BAIRRO LEONARDO

😖 😕 😠 😟 😞 😡 😢

Na passada sexta feira deambulei pelo Bairro  Leonardo, confesso que fiquei "raivoso" com o abandono instalado, pois muitas  das casas estão abandonadas e em muito mão estado. Não vou mandar para cima da nossa autarquia a responsabilidade da desgraça instalada, pois, as casas têm proprietários e como tal, são eles os responsáveis. 
No entanto, tenho para mim, que a nossa autarquia podia ter uma intervenção  didática  na recuperação do bairro, pois se assim não for, um dia destes o bairro está totalmente às moscas. Eu não posso deixar de apelar ao responsável maior da nossa autarquia, para que se desloque ao bairro e veja com os olhos bem abertos, a desgraça instalado e depois tente ajudar a resolver om problema.  
          
                         
                                                                                    
         

(UM POUCO DA SUA HISTÓRIA)

No dia 21 de Outubro de 1940, faleceu em Castelo Branco, o conceituado industrial Leonardo José de Sousa de 68 anos de idade. De origem bastante modesta, singrou na vida, a pulso. Iniciou a sua atividade comercial, instalando uma taberna na cidade. Posteriormente, ligou-se á indústria corticeira. 
Em 1907, numa altura de grande a recessão económica e os operários albicastrenses atravessavam uma enorme crise laboral, Leonardo de Sousa tomou a iniciativa de construir a expensas suas, dezenas de casas de habitação, para depois arrendar a preços módicos, a trabalhadores que laborassem na sua fabrica.
Foi deste modo que surgiu o tão conhecido e popular Bairro do Leonardo, nome este que se estendeu a toda aquela zona citadina, em tácita memória e expressiva homenagem, de todos os albicastrenses, a Leonardo de Sousa, o qual permanece na lembrança de todos os naturais de Castelo Branco. 
Há mesmo quem considere Leonardo de Sousa, como sendo o pioneiro do desenvolvimento e renovação urbanística, que cinco décadas mais tarde se veio a verificar que em Castelo Branco, no ano de 1940, residiam em Castelo Branco, 12.763 habitantes.
PS. A recolha dos dados sobre o bairro, são da autoria de   Gil Reis e foram publicados no Jornal ”A Reconquista
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quarta-feira, outubro 08, 2025

MEMÓRIAS DA RUA DO POÇO DAS COVAS

        MEMÓRIAS DE UMA RUA DA NOSSA ZONA HISTÓRICA

A nossa zona historia é local onde as memórias vão morrendo pouco a pouco, porém essa mesma zona histórica, está cheia de memórias de gente ilustre que nela viveu.

JOAQUIM TRIGUEIROS MARTEL 
(1801-18739) 
1.º Visconde de São Tiago por decreto de 20-X-1862, 1.º Conde de Castelo Branco por decreto de 24-V-1870 e carta régia de 3-VI-1870. Nasceu a 22-X-1801 em Idanha-a-Nova onde foi  apadrinhado por Joaquim José Goulão, capitão-mor de Ordenanças, e por D. Leonor Doroteia. 
Faleceu a 17-VIII-1873 na sua casa da Rua do Poço das Covas em Castelo Branco (que fora dos Pestanas), na qual estava em uso da licença militar como general comandante da1.ª Divisão Militar.
Em 1828 residia no solar dos Golões  em Alcains (atual Museu do Canteiro), quando este foi atacado por forças populares radicais ligadas ao Vintismo. Também residiu em Castelo Branco no solar que é hoje a sede da Câmara Municipal e foi dos viscondes de Oleiros.

Resta acrescentar, que a casa (ou palacete) onde Martel viveu durante algum tempo e onde morreu, já não existe, pois na década de setenta (se não estou enganado), foram derrubadas várias casas na rua, para construírem um  prédio no local.
O ALBICASTRENSE

sábado, outubro 04, 2025

LARGO DO ESPÍRITO SANTO


                                       UM LARGO AGORA MAIS BONITINHO
😃 😂 😁 😀 😄
Após muitos anos de marasmo, a casa que pode ser vista numa das imagem, foi finalmente recuperada. Hoje, já percorri  este lindo corredor, sem ter que descer e subir escadas. 
Ao presidente da nossa Junta de Freguesia, homem que se empenhou pela  resolução da tristeza instalada durante mais de cinco anos,  dou os parabéns pela resolução de um problema que herdou. Se criticamos quando não gostamos de certas situações, também temos que ter a coragem de elogiar quando existem motivos para isso. 
O ALBICASTRENSE

quarta-feira, outubro 01, 2025

JAIME LOPES DIAS - (1890/1977)

JAIME LOPES DIAS - (1890/1977)
JOSÉ  LOPES  DIAS - (1900/1976)
 

Depois de ter publicado uma pequena biografia de José Lopes Dias, não podia deixar de fazer o mesmo em relação ao seu irmão Jaime Lopes Dias. Dois irmãos que não sendo albicastrenses, foram muito mais albicastrenses que muitos dos que cá nasceram. 


Foi o filho mais velho de uma fratria de 5 irmãos de José Lopes Dias, professor primário, e de Angélica Mendes Barreiros Dias. Com a morte precoce da sua mãe, o seu pai vem a casar novamente e a ter os restantes quatro filhos. Em 1914 tornou-se notário, por concurso público, em Idanha-a-Nova, ano e local onde viria a casar com Maria do Carmo de Andrade Pissara (1889-1980).

Teve quatro filhos, dois rapazes e duas raparigas, que por sua vez deram origem a 10 netas e um neto. Conheceu ainda alguns bisnetos. A família foi sempre uma dimensão importante da sua vida e à qual dedicava grande parte da sua atenção. Frequentou o Liceu de Castelo Branco e, mais tarde, estudou no colégio de São Fiel, mas foi no Liceu de Coimbra que completou o curso complementar de Letras. 

O curso de direito foi realizado na Universidade. De Coimbra entre 1908 e 1912. 

Administrador do concelho de Idanha-a-Nova, de 16 de Julho de 1915 a 30 de Outubro de 1916. Aluno da Escola de Oficias Milicianos, de Novembro de 1917 a Junho de 1918. Membro da Comissão Administrativa Municipal de Idanha-a-Nova (1919);

Foi vereador da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova entre 1915 e 1919. Posteriormente, muda-se para Castelo Branco, onde em 1919 é empossado Juiz presidente do tribunal dos desastres no trabalho tendo sido também secretário-geral do governo civil de Castelo de Branco. Ainda em Castelo Branco, foi professor provisório do 4º grupo do Liceu de Castelo Branco, de Dezembro de 1923 a Julho de 1924 e do 5º grupo do mesmo Liceu desde Dezembro de 1926 a Junho de 1927.

Mais tarde, mudou-se para Lisboa, onde exerceu a função de Diretor dos Serviços Centrais e Culturais na Câmara Municipal de Lisboa, de 1938 até à sua reforma por idade. Foi à capital que dedicou muito do seu trabalho ao longo do resto da sua vida, embora mantendo sempre uma grande ligação à sua região natal, onde ia frequentemente.  Não raramente, ajudava conterrâneos a encontrar trabalho em Lisboa e dedicou-se sempre ao desenvolvimento regional. São exemplos disso o seu esforço para que fosse construída a barragem de Idanha-a-Nova, hoje barragem Carmona, havendo quem tenha escrito6 que poderia chamar-se Jaime Lopes Dias, tal foi a sua implicação no projeto, mas há outros exemplos. 
Manteve sempre uma relação forte com a imprensa que lia de forma apaixonada e onde escreveu durante vários anos. Uma das suas mais importantes obras é a Etnografia da Beira (1926). Esta obra de fôlego, com 11 volumes, resultou de um intenso e prolongado esforço de recolha de tradições orais sobre a vida, as tradições, os costumes, o folclore e as diversidades culturais da Beira-Baixa.

Em 1933 é autor, com o então professor de direito Marcelo Caetano, do código administrativo. Este facto veio a ser interpretado como um sinal de aproximação ao regime, então no seu início. Na verdade, Jaime Lopes Dias recusou sempre cargos de conotação política, nunca se identificando com o regime de Salazar e Caetano. Ajudou amigos, conhecidos e opositores a escaparem à polícia política, nomeadamente em fugas para Espanha. 

A partir de 1938 tornou-se diretor dos serviços centrais e culturais da Câmara Municipal de Lisboa, tendo dirigido a Revista Municipal, dedicada aos estudos Olisiponenses. Foi também membro dos Jardim Escola João de Deus, que ajudou a organizar e difundir ao longo de muitos anos.  Morreu depois do 25 de Abril de 1974, revolução que encarou com alegria e otimismo, lamentando apenas já não ter idade para poder festejar. 

Faleceu em Lisboa em 1977 e quis ser sepultado no seu já Vale da Senhora da PóvoaDepois da sua morte, alguém decidiu atribuir o seu nome à biblioteca municipal. Contudo, quando da mudança da biblioteca para o antigo quartel, o nome de José Lopes Dias deixou de constar como patrono da mesma,  e em 2024, dá-se a mudança para António Forte Salvado.

Ps. Recolha de dados: Wikipedia

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sexta-feira, setembro 26, 2025

JOSÉ LOPES DIAS - (1900/1976).

ESTÁTUA DE JOSÉ LOPES DIAS
 FOI COLOCADA EM  FRENTE À ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE

Na passado semana foi colocada frente à Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, uma estatua  do seu fundador. Foi uma merecida homenagem a um homem  a quem a terra albicastrense muito deve, é o mínimo que posso dizer. 
 Dos cadernos de cultura da Beira Interior, retirei uma pequena biografia da autoria de Fernando Dias de Carvalho sobre o Dr. José Lopes Dias, biografia que pode ser lida nesta  publicação.  
EVOCAÇÃO DO DOUTOR JOSÉ LOPES DIAS 
(Fernando Dias de Carvalho)
 Foi com muito prazer que aceitei o convite para falar sobre o Dr. José Lopes Dias, homem invulgar, com quem convivi largamente mais de uma década e de quem fui admirador e grande amigo, devendo-lhe muitos ensinamentos de ordem humanista e de saúde pública. 
 O Dr. José Lopes Dias nasceu em Vale de Lobo, hoje Vale da Senhora da Póvoa, concelho de Penamacor, em 5 de Maio de 1900, sendo o 2° filho do casal José Lopes Dias, professor primário, e Carlota Leitão Barreiros, doméstica, oriunda de Belmonte. 
Tiveram 5 filhos. Licenciou-se em Medicina em 1923 pela Universidade de Coimbra, frequentando em seguida o Hospital de Sainte Pietrïere, em Paris, durante dois anos. Exerceu a atividade profissional primeiro em Penamacor, durante seis anos, fixando-se em Castelo Branco, em 1933, onde viveu até 12 de Janeiro de 1976, data da sua morte. Aqui exerceu os cargos de Médico escolar e Delegado de Saúde do distrito, sabendo acompanhar e compreender as profundas transformações que ocorreram no campo da medicina. As suas principais preocupações eram a prevenção, o ensino para a saúde e o desenvolvimento, pois sentia bem que uma sociedade só se torna saudável quando a par da educação houver desenvolvimento sócio económico e cultural equilibrado e harmonioso. Três ideias força dominaram a sua vida: 
I - Um acrisolado amor a Castelo Branco e à sua região. 
Por ele se fixou nesta cidade, apesar de vários convites para cargos superiores da Administração, e Chefe de Serviço Hospitalar de Pediatria. Investigador de temas médicos aqui desenvolveu uma ação ímpar na promoção cultural, sendo um dos fundadores da Ação Regional do Círculo Cultural, da Revista Estudos de Castelo Branco, além de escrever numerosos artigos na imprensa regional de então. Analisando toda a sua atividade na região podemos afirmar que ninguém a serviu melhor e por isso ninguém a exaltou mais. Confessava ele próprio que só compreendia a homenagem que lhe prestavam “pelo estranho amor a esta cidade e a esta província, mas nada é mais natural e profundo do que servir ao que se ama”. 
II - O médico, onde brotava e podíamos sentir palpitar de modo tão desinteressado o enorme desejo de servir e comunicar ensinamentos, sentia bem que a saúde é um problema eminentemente político, não podendo dissociar-se da filosofia de vida e dos valores de uma cultura. 
Ela não depende portanto do êxito isolado de um fator, quer este seja de natureza biológica, psicológica ou sociocultural, depende sim do equilíbrio e da capacidade de adequação dos mecanismos de defesa pessoais, sociais, culturais e do lugar e importância que a pessoa, o cidadão, ocupa realmente na vida do país. 
 Ninguém melhor sentiu e interpretou esta filosofia de vida que o Dr. José Lopes Dias, sendo uma das suas paixões lutar contra a ignorância, o subdesenvolvimento e o consequente baixo nível sanitário das populações. O seu profundo sentido de serviço levou-o a debruçar-se com entusiasmo e esforço sobre problemas ligados à organização sanitária do distrito, criando obras de indiscutível merecimento, como a Escola de Enfermagem, hoje Escola Dr. José Lopes Dias, que vem prestando à região e ao país precioso auxilio, mercê dos técnicos aqui formados; O Jardim Escola João de Deus, porque sabia quanto é importante o ensino pré-escolar para o desenvolvimento da criança; em  colaboração com a Junta Distrital de que foi membro, o Dispensário de Puericultura Dr. Alfredo Mota, com as suas delegações rurais que englobava o Lactário, a Puericultura, a Pediatria Social, a Creche e as Colónias Marítimas para crianças na Praia da Nazaré. 
Como Delegado de Saúde soube travar uma grande luta com os então responsáveis pelo Ministério da Saúde, para conseguir a profilaxia da endemia do bócio existente nos concelhos da área do pinhal. Mas um espírito profundo e desejoso de servir com competência e profissionalismo, sempre desinteressadamente, sabia que para além das obras criadas era indispensável transmitir conhecimentos e por isso escreveu: Da Higiene da Primeira Infância; Tuberculose Pulmonar no Distrito de Castelo Branco; Pelos tuberculosos de Castelo Branco; Um Serviço Social de Puericultura; Em redor do Serviço Social; Breves considerações sobre a Tuberculose em Sanidade Escolar; As criancinhas portuguesas na política da Assistência; La protection de Fenfant à Ia campagne; Misericórdias e Hospitais da Beira Baixa; Apontamentos de Higiene das Escolas Primárias; Relatórios do Dispensário de Puericultura Dr. Alfredo Mota; Amato Lusitano - dr. João Rodrigues da Castelo Branco; Elementos da História da Proteção aos Estudantes na Idade Média e no séc. XVI; A Confraria da Caridade dos Estudantes;
O Primeiro Médico Escolar; Terapêutica de Amato Lusitano; Cantigas Populares da Beira Baixa, lidas e ouvidas por um médico; Organização e Técnica da Assistência Rural; Lições de Serviço Social; As Albergarias Antigas da Beira Baixa; Medicina da “Suma Orientar de Tomé Pires; Hidrologia Médica do Distrito de Castelo Branco; Ensaio de Combate à Mortalidade Infantil em Castelo Branco; Ensaio do Dr. L G. Leibowitz sobre Amato Lusitano; Duas Cartas de Ricardo Jorge a Menendez y Pelayo sobre ‘La Celestina”; Epidemia de Salmonelose Typhimurium; Abreugrafia dm Saúde Pública, de colaboração com o Dr. Manuel Lopes Louro; Estudantes da Universidade de Coimbra naturais de Castelo Branco; Enfermagem, Saúde, Assistência Rural; Um Médico Esquecido: o Dr. José António Mourão, Fundador da Biblioteca Municipal de Castelo Branco; Homenagem ao Dr. João Rodrigues de Castelo Branco; Manuel Joaquim Henriques de Paiva, Médico e Poligrafo luso--brasileiro; Tavares Proença Júnior, Fundador do Museu Regional de Castelo Branco; Dois documentos inéditos sobre o poeta João Roiz de Castelo Branco; Um centenário esquecido - o conselheiro Jacinto Cândido; A Misericórdia de Castelo Branco - apontamentos históricos; Duas Cartas Inéditas do Dr. José Henriques Ferreira, Comissário do Físico-mor e Médico do Vice-Rei do Brasil, a Ribeiro Sanches; e em colaboração com o Dr. Firmino Crespo a tradução das Sete Centúrias de Curas Médicas do Dr. João Rodrigues de Castelo Branco (Amato Lusitano); e ainda o Relatório sobre Saúde Pública e Segurança Social em França, Inglaterra e Espanha feito como bolseiro do Instituto de Alta Cultura. 
III - Como escritor e historiador fica o testemunho das obras citadas, sem termos esgotado a sua menção. 
O espírito insatisfeito que o caracterizava, levou-o a cultivar muitos ramos do saber, mantendo simultaneamente a maior distinção e dignidade em todas as suas atividades. As obras falam por si. A sua preparação dá-nos bem a dimensão do homem que foi o Dr. José Lopes Dias nos omnímodos aspetos da vida. Melhorar as condições sanitárias, ensinar e desenvolver foram as opções de vida deste nosso ilustre conterrâneo. Senhoras e Senhores: Apresentei-vos sucinta e pobremente um dos grandes do nosso distrito, que bastante por ele trabalhou e o amou. 
O Homem que soube ser médico, historiador e escritor e soube ainda unir, numa visão humanista, um ideal de vida, de civilização e de cultura, baseado no princípio de que o verdadeiro desenvolvimento tem por centro o Homem. Foi esta a sua vivência no dia a dia. É esta a grande lição que o Dr. José Lopes Dias nos legou. 
O ALBICASTRENSE

segunda-feira, setembro 22, 2025

ANTIGOS JORNAIS DA TERRA ALBICASTRENSE

 JORNAIS DA MINHA TERRA

            UM POUCO DO SEU PERCURSO AO LONGO DOS TEMPOS (V)
                                                        (1846/1945)

  (Continuação)
Em 1924 publicava-se às quintas-feiras a “Ação Regionalista”. teve como seu diretor e editor; Manuel Pires Bento. Segundo consta, este periódico foi um verdadeiro defensor dos interesses regionais (que sempre estiveram acima dos interesses de partidos políticos).
O redator principal era; António Trindade. Foram fundadores; Albano Ramalho, António Trindade, Artur Silva, Francisco Marques Maia, Jaime Lopes Dias, João Eloy Nunes Cardoso, João Lino, João Matilde Xavier Lobo, João Mourato Grave, João Rodrigues Marques, José Martins Cameira, José Sena Esteves, Manuel Paiva Pessoa e Manuel Pires Bento. Com uma equipe tão ilustre não admira que a sua voz fosse escudada e as opiniões discutidas. Em 1927 anunciaram que se suspendiam temporariamente, reaparecendo assim que as circunstancias permitissem, dizendo que continuará a ser o que sempre foram. Foi este jornal que mais lutou pela via férrea Castelo Branco – Placência - Madrid. 
Em 1928 era seu diretor e editor; João Madilde Xavier Lobo, tendo como redator principal; José Lopes Dias e como secretario; João Mourato Grave. Terminou em 1931, mantendo sempre a feição regionalista.
Nota: Em 1931, (sete anos depois do seu aparecimento) esfumou-se da vista e da memória dos albicastrenses.Sem periodicidade fixa, saiu em 1924 o primeiro número do jornal; “Centro Artístico”. Era seu diretor e editor; Joaquim dos Santos Chita. Como administrador; Joaquim da Anunciação Morcela. Não se sabe quantos números saíram.
Nos meios académicos apareceu em 1926 “A Academia”. Era uma publicação quinzenal dirigida por; Vicente Rodrigues G. Cadete. Administrado por; João Vieira Pereira. Tinha como redatores; Alberto Trindade, Baltazar Alberto e José de Matos Ratinho. Era impresso em Leiria.
Em 1926 aparece o jornal; “A União” fundado por três professores de Liceu; José de Oliveira, Francisco Lopes Subtil e António do Rosário. Era um jornal semanário pertencente à União Liberal Republicana. Aparecem como fundadores; António Gonçalves, António Guilhermino Lopes, António Francisco Subtil, João António da Silveira, João Pires Marques e José de Oliveira. Era impresso na Covilhã.
Nasceu em 1927 o jornal; “A Era Nova”. Tinha como lema a defesa e propaganda do nosso distrito. Aparece como seu diretor; António Crucho Dias. Redator e editor; Eurico Salles Viana. Como administrador; José António da Conceição. Declara-se integrado no pensamento que presidiu ao movimento de 28 de Maio e tornou-se órgão das comissões administrativas da Junta Geral, Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia do distrito de Castelo Branco.
Nota: Nas minhas pesquisas na biblioteca albicastrense, li alguns exemplares deste jornal e confesso que gostei bastante do que li. O seu fim deu origem ao aparecimento do jornal Beira Baixa.
A 12 de Abril de 1937 aparece a público um dos jornais que durante mais tempo se publicou em Castelo Branco (1937/1975), “A Beira Baixa”.
Tinha como lema no seu primeiro número; “Pelo estado novo e pela ordem e propaganda da província de Beira Baixa”. No cabeçalho trazia como diretor e editor; António Rodrigues Cardoso. Administrador e proprietário; José Portela. Feij Tinha redação na rua; Alfredo Keill em Castelo Branco. 
Nota: Tal como disse anteriormente, este jornal sucedeu ao jornal Era Nova. Pode dizer-se que seguiu a linha do seu antecessor e que só o 25 de Abril de 1974, o derrubou.
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A 13 de maio de 1945, surge, O  jornal; “Reconquista”. Jornal que irá tornar-se o verdadeiro dinossauro dos jornais albicastrenses. Tem como seu primeiro diretor; o Padre Albano da Costa Pinto e como redator principal; Duque Viera. Era seu editor; o comerciante Francisco Vilela, sendo composto e impresso na Tipografia Semedo, em Castelo Branco.
Tinha por princípio e como estatuto redatorial o seguinte texto: “O bem comum é o nosso programa e o nosso fim, Interessa-nos tudo de que possa resultar algum benefício para a coletividade, quer a pequena coletividade local quer a grande coletividade nacional. Como normas permanentes do nosso pensar e sentir, estão os princípios eternos do cristianismo”. 
Por este passaram grandes homens, entre eles destacava (como não podia deixar de ser) o padre Anacleto Pires da Silva Martins, homem que tive a honra de conhecer. Tem nos dias de hoje como diretor; José Júlio Cruz.
Nota: Um jornal com história na história da nossa cidade, e acima de tudo, um autentico dinossauro na imprense regional no nosso pais. Falar na imprensa regional e não falar da reconquista, é quase um pecado morta. Resta acrescentar, que o jornal comemorou em 2025 o seu 80º aniversario. 
FIM
PS. Os dados constantes nos postes; “Velhos jornais da minha terra”, foram recolhidos em antigos jornais, (e atuais) da nossa cidade, assim como em publicações que se encontram na biblioteca albicastrense.
O ALBICASTRENSE

IGREJA DA MISERICÓRDIA VELHA – (3/5)

Embora já tenha publicado em 2009 a história desta igreja, vou fazê-lo de novo, pois a tristeza em que ela se encontra assim o exige. Como o...