domingo, setembro 02, 2007

Os Fonsecas de Castelo Branco - IV

O Ultimo dos Fonsecas

FREI EGÍDIO DA FONSECA
OU
(Da Apresentação)

(1539 – 1626)

Nasceu em Castelo Branco no ano de 1539, irmão consanguíneo de Frei. Roque do Espírito Santo e irmão germano de Diogo da Fonseca e de Frei. Bartolomeu da Fonseca, aparentava-se pelo lado materno com o jesuíta Pedro da Fonseca.
Estudante em Coimbra desde muito novo, e estudante distintíssimo que sendo discípulo competia com os mestres na profundeza com que explicava os textos mais antinómicos, segundo Barbosa de Melo, professou aos dezanove anos de idade no Convento da Graça dos Eremitas de Santo Agostinho, de Lisboa, em 25 Abril de 1558.
Mestre conventual, iria doutorar-se em Teologia, e ocupar as cátedras de Gabriel, a de Escoto e a de Véspera, da faculdade de Teologia. Chegou a obter a mercê da cadeira de prima, por carta de Filipe III, mas pelos seus achaques não veio a reger. As cátedras principais designavam-se, como é sabido, pela nomenclatura das horas canónicas.
Somente os Teólogos de grande reputação ascendiam às cadeiras de Prima e de Véspera. Foi doutor em Teologia e substituído na cadeira de Véspera por Frei. Pedro Mártir, da Ordem dos Pregadores.
Frei. Egídio figura na escola dos afamados teólogos e filósofos da escolástica, desempenou, em diversas ocasiões, o cargo de Vice-Reitor e durante algum tempo o de Reitor da Universidade.
Recusou a mitra de Coimbra, oferecida por Filipe III, recusou igualmente o cargo de provincial, para que fora eleito. No último período da sua vida ficou cego, suportando com perfeita conformidade o seu infortúnio.
Autor de muitas obras publicadas, e de numerosos textos de filosofia, que até hoje não encontrou quem os analisasse em profundidade, o que nos daria a exacta e definitiva craveira intelectual de frei Egídio.

Esteve com o seu irmão Frei Roque do Espírito Santo em Alcácer Quibir, a tentar demover o rei D. Sebastião da sua louca aventura, porém sem sucesso.

Morreu em Coimbra, a 8 de Novembro de 1626, e ali jaz sepultado, entre varões ilustres, na igreja da Graça de Coimbra.

Muito mais haveria para dizer deste grande albicastrense, no entanto os dados sobre este “homem sábio” são escasso, tornando-se difícil dizer algo mais sobre ele.

Com Frei Egídio, chaga ao fim a apresentação da família dos Fonsecas de Castelo Branco, que durante aproximadamente um século (1530/1630 desempenhou em Portugal um papel de relevo em praticamente todas as áreas.

A Capela do Carneiro ou dos Fonsecas
, (hoje actual sacristia da igreja da Graça), como era vulgarmente conhecida, em Castelo Branco, destinou-a o seu edificador Diogo da Fonseca a mausoléu de família, pais, esposa, irmãos e seus descendentes.
Era ao mesmo tempo uma homenagem à memória dos insignes irmãos, a consagração do seu valor e de suas glórias terrenas, mas não repousam ali, os restos mortais de Frei Roque e de Frei Egídio, (em tempos terão ali repousado os restos mortais de Diogo da Fonseca, e seus familiares).
No entanto a esta família voltarei uma última vez, para falar de um quadro que actualmente se encontra no Museu Francisco Tavares Proença, onde podemos ver Frei Roque e Frei Egídio resgatando prisioneiros.

O Albicastrense

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