terça-feira, fevereiro 25, 2014

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS – LXXXIII


A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).
O texto está escrito, tal como foi publicado.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.

(Continuação)
Logo três dias depois, em 20 de Março temos nova sessão. A respetiva acta reza assim:
Nesta Vereação apareserrão a mayor parte dos lavradores desta cidade e por elle foy requerido que querião se lhes concervasse os Boeyros que tinhão a rematado a Boyada no anno passado por terem satisfeitos as obrigaçoens da sua guarda e que estavão prontas a pagarlhe o mesmo presso com que tinhão a rematado no mencionado anno por cujo motivo se detreminou que se desse a guarda da Boyada aos mesmos Booeyros obrigandosse estes por termo que se lavrará no livro das a remataçoens à guarda da Boyada com as condiçoens do anno passado”.
Determinaram que se demarcasse a coutada da folha de Nossa Senhora de Mércules.
E de facto lá vem a seguir a demarcação da referida coutada, que começava na; “esquina da Tapada de Francisco da Fonseca”, seguindo pela “estrada adiante até à Terra das couves e chegar às estacas”; continuava por “metade da beirada sahindo à Terra que faz o Fradique”; seguia pela dita terra “a meter no Ribeiro da Fonte da mula partindo pelas estacas”; ia andando pelo caminho da Rebouça até um penedo que ficava ao cimo de uma terra que pertencia a José dos Reis, seguindo até à ”Lage das Canellas a partir da parte de baixo com o caminha do Semedeiro onde findão as estacas direito à Quegeira Redonda”; seguia “pela Lomba partindo pela terra de José Caldeira” e continuava até ao Penedo Grande da Terra de Francisco José de Carvalho” no sentido do Curral do Prego até enfrentar o Monte de Brito, cuja extrema ia seguindo até chegar a folha de S. Bartolomeu.
Alguns deste nomes desapareceram com o tempo, mas lá estão ainda hoje a Fonte da Mula, o caminho da Rebouça, o Semedeiro, o Curral do Prego, etc...
Quem conhece estes pontos, pode fazer uma ideia aproximada do que era a folha da Nossa Senhora de Mércules, dentro da qual há hoje excelentes propriedades, algumas das quais pertenciam aos Bens do Infantado, que foram vendidos, na aurora da mentira democrática liberal-constituição, por meia dúzia de vinténs.
(Continua)

PS. Mais uma vez informe os leitores dos postes “Efemérides Municipais”, que o que acabou de ler é, uma transcrição fiel do que foi publicado na época.
O Albicastrense

Sem comentários:

Enviar um comentário

TESTEMUNHOS SOBRE TOMÁS MENDES DA SILVA PINTO

MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE Em resposta ao meu apelo para que quem soubesse algo sobre Tomás Mandes da Silva Pinto, recebi os testemunho...