A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).
O
texto está escrito, tal como foi publicado.
Os
comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)
Logo
três dias depois, em 20 de Março temos nova sessão. A
respetiva acta reza assim:
“Nesta
Vereação apareserrão a mayor parte dos lavradores desta cidade e
por elle foy requerido que querião se lhes concervasse os Boeyros
que tinhão a rematado a Boyada no anno passado por terem satisfeitos
as obrigaçoens da sua guarda e que estavão prontas a pagarlhe o
mesmo presso com que tinhão a rematado no mencionado anno por cujo
motivo se detreminou que se desse a guarda da Boyada aos mesmos
Booeyros obrigandosse estes por termo que se lavrará no livro das a
remataçoens à guarda da Boyada com as condiçoens do anno passado”.
Determinaram
que se demarcasse a coutada da folha de Nossa Senhora de Mércules.
E
de facto lá vem a seguir a demarcação da referida coutada, que
começava na; “esquina da Tapada de
Francisco da Fonseca”, seguindo pela “estrada
adiante até à Terra das couves e chegar às estacas”;
continuava por “metade da beirada sahindo
à Terra que faz o Fradique”; seguia pela dita terra “a
meter no Ribeiro da Fonte da mula partindo pelas estacas”;
ia andando pelo caminho da Rebouça até um penedo que ficava ao cimo
de uma terra que pertencia a José dos Reis, seguindo até à ”Lage
das Canellas a partir da parte de baixo com o caminha do Semedeiro
onde findão as estacas direito à Quegeira Redonda”;
seguia “pela Lomba partindo pela terra de
José Caldeira” e continuava
“até ao Penedo Grande
da Terra de Francisco José de Carvalho” no sentido do
Curral do Prego até enfrentar o Monte de Brito, cuja extrema ia
seguindo até chegar a folha de S. Bartolomeu.
Alguns
deste nomes desapareceram com o tempo, mas lá estão ainda hoje a
Fonte da Mula, o caminho da Rebouça, o Semedeiro, o Curral do Prego,
etc...
Quem
conhece estes pontos, pode fazer uma ideia aproximada do que era a
folha da Nossa Senhora de Mércules, dentro da qual há hoje
excelentes propriedades, algumas das quais pertenciam aos Bens do
Infantado, que foram vendidos, na aurora da mentira democrática
liberal-constituição, por meia dúzia de vinténs.
(Continua)
PS.
Mais uma vez informe os leitores dos postes “Efemérides
Municipais”,
que o que
acabou de ler é, uma transcrição fiel do que foi publicado na
época.
O
Albicastrense
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