sábado, fevereiro 01, 2014

POETAS DA MINHA TERRA


JOÃO DE SOUSA TEIXEIRA – "Biografia"
Em meados da década de sessenta, João de Sousa Teixeira começou a escrever arremedos do que havia de ser poesia e as pessoas acharam-lhe graça. Em 1972, por conta própria e empenhamento de muitos amigos, publica os seus dois primeiros livros de poesia: Ro (s)tos do Meu País em 1972 , e Terra Alheia no ano seguinte.
Veio a guerra, mas ficou ao abrigo do ar condicionado: foi colocado em Cabo Verde. Por ali foi escrevendo em folhas de jornal. No caso o “Novo Jornal” até à independência do Arquipélago, em 5 de Julho de 1975. Em Portugal havia coisas mais importantes que a sua poesia e começõu a lutar por coisas melhores, o que ainda hoje acontece, pese a desilusão e… a idade. Ah, e havia os seguros em que trabalhou durante 29 anos. João de Sousa Teixeira só em 1980 voltaria a editar e logo três livros de poesia: Ultrapassar os Limites em 1980, Poesia de Costumes dois anos depois e Corpo de Poema em 85. E acabaram-se, aí, as edições de autor.
Voltou aos jornais, às revistas e também às colectâneas. Coisas de entreter e sustentar o vício. Em 1988, a Editora Vega editou-lhe “Alegria Incompleta” que, aliás, fora contemplado com o Fundo de Apoio à Edição de Autores Portugueses da A.P.E., patrocinado pela Fundação Kalouste Gulbenkian. Só 20 anos depois soube que Fernanda Botelho gostou do que leu e disse-o na Colóquio/Letras, com o título de “Poesia do coisismo”. Em 1991, a Câmara pagou-lhe a edição de E(n)cantos de Castelo Branco.
Em 1999 deixou a Beira Baixa, os seguros e coisas menos relevantes e rumou ao Alentejo. Viana do Alentejo. Coisas bem, coisas assim-assim e coisas do arco-da-velha, emprego na Câmara Municipal e novo livro. Agora era ficção, “Mar de Pão”, onde João de Sousa Teixeira se rende à província do Alentejo de alma e coração. A Campo das Letras editou o texto, em 2003.
Com a mania de ter opinião sobre tudo o que acontece não deixou de escrever uma crónica mensal no Ensino Magazine, da editora RVJ, ofício que tinha desde a sua fundação há doze anos. Em 2008, quiseram estes amigos editar-lhe “Rebuçados, Caramelos & Sonetos”, poesia. Descobriu recentemente a blogosfera para uso pessoal e agora, tem um blogue homónimo de um dos seu livros: Corpo de Poema. Finalmente, e voltando ao discurso directo, acrescenta, de forma irónica, o autor: "Quando em 1952 nasci, em Castelo Branco, os meus pais não suspeitaram nada do que acabo de contar.
Talvez por isso me tratassem sempre bem. A mim e aos meus quatro irmãos."
Dados recolhidos em; "corpodepoema,blogspot.se”.

GENTE ILESA

A vida nem sempre é como se vê;
às vezes contradiz-se na aparência:
há dias em que a calma cansa, não sei porquê,
outros em que se chora a sua ausência.

Pior ainda é com a temperatura:
se o tempo aquece e o sol é um tição,
pede-se o frio. Mas se este vem e dura,
volta o apelo: quem me dera o verão!

É mau feitio querer sempre o que é diferente!
Mas como não ter em nós estes defeitos,
se somos o resultado de quem, exactamente,
nos compôs, em síntese, ao sermos feitos?

PS. Ao João Teixeira este albicastrense só pode mendigar, para que ele continue a presentear-nos com muitos e belos poemas. 
O Albicastrense 

4 comentários:

  1. Obrigado, Veríssimo, pela tua (a tua sim) gentileza...
    Um abraço

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  2. Anónimo13:55

    Em Busca do tempo perdido
    poetas na nossa praça Há
    Não é preciso ser entendido
    mas como as bruxas:que os há há

    ResponderEliminar
  3. Caro anónimo.
    Claro que os há! E muito bons...
    Abraço

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  4. Amigo João Teixeira.
    Se alguém têm que agradecer, só podem ser os albicastrenses, pois tu mereces muito mais que aquilo que eles te têm dado.
    Abraço

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