Do livro, ”Estudantes da Universidade de Coimbra
Naturais de Castelo Branco”, da autoria de Francisco Morais e de
José Lopes Dias, retirei o texto que aqui vou postar em vários pousts.
O texto é deveras interessante e
merece ser conhecido por todos aqueles que se interessem pela história da terra
albicastrense.
LEMBRANÇAS
“Para a história do
Bispado de Castelo Branco”
A criação da Diocese foi de muito
perto precedida da elevação da notável vila de Castelo Branco á categoria de cidade, sendo comum o documento
oficial respeitante a estes importantíssimos acontecimentos.
O titulo de notável, segundo a tradição, provinha do Príncipe Perfeito, com
que o grade Rei se dignou honrar a vila, onde jornadeou e demorou por diversas
ocasiões.
Mas enquanto a cidade não mais
deixava de se aformosear e desenvolver, a diocese somente havia de contar a
resistência efectiva de três prelados, durante sessenta anos, de 1771 a 1831,
embora subsistisse passante de meio
século, administrada pelos vigários gerais
em representação do patriarca de Lisboa ou do bispo de Leiria, até á
extinção definitiva de 1882.
O alvará de 21-III-1771, rubricado
pelo Marquês de Pombal, anuncia a regia suplica de D. José ao papa Clemente
XIV, “para que
o território do Bispado da Guarda se desmembrarem algumas terras, e ser nellas
erigido hum novo Bispado que tenha por cabeça a considerável Villa de Castelo
Branco”. Em seguida acrescenta: “e para que nella se possa mais dignamente estabelecer a
cathdral da mesma nova diocese, Hei por bem e Me praz que a dita Villa de
Castelo Branco desde o dia da publicação deste em diante fique criada em
Cidade...”. A elevação do rescrito pombalino era
flagrante de exactidão, dada a imensidade do bispado guardense, ao consignar a
impossibilidade “de
boa administração do Pasto Espiritual e
da Justiça ao excessivo numero de diocesanos”.
O ultimo prelado da Guarda com jurisdição em Castelo Branco, D. Bernardo António de Melo Osório, escrevia em 1748: ”para se inferir da grandeza do bispado, declaro ter de âmbito sessenta e quatro léguas, de comprimento (porque é de figura oblonga) trinta e cinco, e de largura catorze”
O ultimo prelado da Guarda com jurisdição em Castelo Branco, D. Bernardo António de Melo Osório, escrevia em 1748: ”para se inferir da grandeza do bispado, declaro ter de âmbito sessenta e quatro léguas, de comprimento (porque é de figura oblonga) trinta e cinco, e de largura catorze”
E muito embora declare ter visitado,
nos primeiros dois anos e meio, todas as paroquias e muitas capelas e
oratórios, acrescenta que nenhum livro achou quando veio para o bispado e
sugere a excomunhão papal para os que destruírem bens, coisas e livros dos
paços da Guarda e de Castelo Branco.
(Continua)
O Albicastrense
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