terça-feira, março 12, 2019

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS – CXXXII

A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).

(Continuação
Na mesma sessão foi nomeado para síndico da Câmara o Dr. Joaquim José Afonso Milheiro e, para Procurador-Geral do Fisco, o mesmo com o adminiculo que no primeiro caso faltou, de “Advogado por auditórios desta Cidade”.

Na sessão de 9 de Maio de 1808.
Não se passou nela nada que interesse.
Substituição de um derramador da décima por outro e mais nada.

Pior ainda foi a Sessão de 28 de Maio. 
Na qual, segundo reza a ata, “não houve que despachar”. O que que vem a seguir: Coutaram-se os alqueives, mandando sair deles os gados dentro do prazo de três dias e não se fez mais nada. 
O mês de Junho passa perfeitamente em claro. Nem uma sessão para amostrar. 

Sessão de 10 de Julho.
Os vereadores só tornaram a reunir-se nesse dia.
Esta interrupção nas sessões da Câmara tem, ao que nos parece, esta explicação: Durante o mês de Junho estabeleceu-se uma cera confusão na vida da cidade, em consequência da passagem por aqui de tropas francesas e caminho de Almeida, que pouco depois regressavam e por aqui se demoravam.
Uma vez ou outra as tropas espanholas, que agora já eram inimigas dos franceses, e isso alentava a gente da terra, que começava a manifestar-se abertamente contra Napoleão e as suas tropas e chegou a aclamar D. João e a impor que fossem descobertas as armas de Portugal dos edifícios públicos, que tinham sido tapadas com uma camada de cal preta. Ao mesmo tempo que isto se dava, andava por essa terras da Beira e general Loison. 
O famoso Maneta, a praticar violências de toda a ordem, violências que chegaram ao conhecimento da gente da terra e a encheram do maior terror, especialmente quando se soube o que tinha acontecido a Alpedrinha, onde se roubou, queimou e matou a torto e a direito, sem se poupar ninguém nem coisa nenhuma, e se recebeu a noticia de que o Maneta vina sobre Castelo Branco. Então foi um grito unânime:
 Salve-se quem puder!
Fugiu toda a gente que pode fazê-lo, levando consigo, em carros de bois e de parelhas, em bestas de carga e às costas, tudo o que pode levar.
Os ânimos só serenaram um pouco, em 6 de Julho, se soube que o Maneta se tinha se tinha desviado com a sua tropa pela estrada de Tinalhas, ido acampar a Chão da Vã e seguira por Sarzedas para se juntar com as tropas do Junot, que já então encontravam quem lhes fizesse frente.
Começaram então a voltar os que tinham fugido e no dia 10 de Julho a Câmara reuniu-se e fez constar por pregoes que dava “licença geral para a carreja do pam”.
(Continua)
PS. Aos leitores dos postes “Efemérides Municipais:
O que acabaram de ler é uma transcrição do que
 foi publicado na época.
O Albicastrense

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