RUAS E PRAÇAS DA TERRA ALBICASTRENSE

De imediato começou a germinar na minha
cabecinha, se o homem que a placa toponímica venerava, era o autor de um pequeno
livro sobre a terra albicastrense (pequeno no tamanho, mas grandíssimo
na historia que nos relata), que tem por título; “Memorial
Cronológico e Descritivo da Cidade de Castelo Branco”, editado em 1853?
Será que este Joaquim Porfírio da Silva, é o
Augusto Joaquim Porfírio da Silva, autor do “Memorial Cronológico e
Descritivo de Castelo Branco?”
Tenho para mim, que se trata da mesma pessoa. Tentei na Internet descobrir quem foi o homem que consta na placa toponímica, porém nada consegui encontrar sobre ele.
Tenho para mim, que se trata da mesma pessoa. Tentei na Internet descobrir quem foi o homem que consta na placa toponímica, porém nada consegui encontrar sobre ele.
Mais uma vez lamento que as atuais placas toponímicas da terra albicastrense, tenham apenas o nome do ilustre a nada mais. Desta forma, a
maioria dos notáveis serão para todo o sempre, distintos desconhecidos para todos nós. Quando e onde nasceu o ilustre, em
que atividade se destacou e quando morreu, será assim tao difícil colocar estes
dados nas placas?

PS. Lanço aqui
um desafio a quem se interessar pela toponímica albicastrense. Se tiverem dados sobre este homem, podem coloca-los
na caixa de comentários, para depois os poder colocar na publicação.
INTRODUÇÃO DO LIVRO: ”MEMORIAL CRONOLÓGICO E
DESCRITIVO
DA CIDADE DE CASTELO BRANCO”.
Por, Augusto Joaquim Porfírio da Silva

E com efeito, apezar de haverem
aparecido desde o seu começo alguns dias frios, carrancudos e chuvosos, aquelle
que escolhi para o meu passeio estava bello e ameno. Alli, divulgando de rua em
rua, eu ia aspirando a suave fragrância com que a Natureza nos deleita n’esta
alegre e pomposa estação, e ouvindo ao mesmo tempo os gorgeios e trinados
arrebatadores de inúmeros rouxinoes domiciliados nos gigantescos e frondosos
loureiros que orlam a quinta.
“Que bello quadro, disse eu comigo! Este passeio é bonito e deleitoso e nem por isso vejo agora aqui outra pessoa que o queira desfrutar! É por isso mesmo que estou só é esta uma boa ocasião para m’entregar sem distração à contemplação d’este bello sitio.
Esta
peça não é obra d’agora: a sua edificação foi efeituada em outros tempos: e de
certo que do o seu fundador só existe a
memoria e as cinzas, porque, segundo ouço dizer, foi o digno Bispo D. Vicente
Ferrer da Rocha quem mandara fazer esta quinta. Sem dúvida que o Paço Episcopal
e seus logradouros é uma peça de merecimento, e a de maior valor que há n’esta
cidade onde se diz haverem florecido muitas pessoas dignas de veneração por seu
saber e virtudes.
Aquelle
castello, que lá no alto em frente, já arruinado, campêa e domina estes sítios,
é testemunha da existência d’esses distinctos varões que tiveram o ser e o
berço n’esta antiga povoação. Oh! e que não tenha eu encontrado um documento
que me diga as memoráveis épocas em que existiram esses heróis, e bem assim
seus nomes para os admirar e contemplar!...
Vou
desde já dar ordem a descobrir positivas noticias de todos eles, bem como de tudo
quanto se torna de mais notável n’esta terra; e se a tanto minhas forças
chegarem organizarei um opusculo em que narre resumidamente quanto lhe diz
respeito”.
Tal foi pois a origem do meu desejo, e deliberação de diligenciar os dados precisos para a organização d’ests minha insignificante obra.´, que vou submeter á critica do judicioso leitor. A quem desde já peço indulgencia e desculpa dos defeitos ou erros que encontrar.
Dezoito anos consecutivos de residências em Castello Branco; o saber que
meus pais aqui contraihram o santo
matrimonio, do qual sou fruto, é sem duvida d’onde nasceu a sympathia que sinto
por esta cidade.
E a amizade que tributo a aluns de seus habitantes com quem tenho adquirido relações, assim como a afeição que tenho a todos em geral.
E a amizade que tributo a aluns de seus habitantes com quem tenho adquirido relações, assim como a afeição que tenho a todos em geral.
Esta Sympathia, esta amizade, e o
haver eu aqui visto vegetar e murchar a flor da minha joventude, é motivo bastante para me deixar quasi
persuadir de que é esta a minha terra natal;
e tanto basta para me interessar por tudo quanto lhe diga respeito. Eis a razão
porque me propuz a fazer uma descripção d’ella, já que outro serviço lhe não
poderei prestar.
Possa pois este meu rude trabalho agradar a todos os que o lerem. Castello Branco 27 de Maio de 1853.
Possa pois este meu rude trabalho agradar a todos os que o lerem. Castello Branco 27 de Maio de 1853.
(O Texto
está escrito tal como foi publicado em 1853).
A ALBICASTRENSE
NOTA. Descobri hoje, que Joaquim Augusto Porfirio Da Silva, foi Alferes Miguelista, Oficial da Secretaria do Governo Civil de Castelo Branco, e Escrivão da Misericórdia de Castelo Branco entre 1863/1864. O Memorial Cronológico de Castelo Branco, terá sido o único livro que publicou. Terá morrido em 1875.
ResponderEliminarDepois de ter lido um livro sobre a vida do ditador Franco e ao passar em Castelo Branco pela Rua Cadetes de Toledo, pus-me a pensar como é que quase passados 50 anos da morte daquela besta, da limpeza da toponímia levada a cabo em Espanha sobre o que representava aquela época trágica, ainda em Portugal numa cidade do interior se prestava homenagem àquela instituição. De nada me valeu escrever à Assembleia Municipal de Castelo Branco, que nem me respondeu talvez por considerar que eu seria um perigoso anarquista, que estava a levantar uma questão de tão somenos importância. Pelo menos poderiam justificar-me qual foi a origem do nome dessa rua e talvez serenarem a minha estupefação pela sua manutenção. Bons motivos existirão. Podiam ajudar-me?
ResponderEliminarCumprimentos
Eliseu Gomes