segunda-feira, abril 06, 2009

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE - (XLIX)


CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE
IGREJA DA MISERICORDIA VELHA – (2)
(Continuação).Foi o rei informado de que a população de Castelo Branco se propunha organizar a confraria da Misericórdia, pois decorridos seis meses foi recebida a seguinte mensagem: “juízes, Vereadores, Provedor, Oficias e Homens Boa da Nossa Vila de Castelo Branco:
Eu, El-Rei, vos enviamos muito saudar. Nós vos temos escrito quando prazer e serviço receberíamos nessa Vila se ordenasse e fizesse a confraria da Misericórdia como em outros lugares principais dos nossos Reinos se faz. E posto que tenhamos sabido que vós o vareis assim e com toda a boa vontade, pois que com ela se faz tanto serviço a Deus, todavia vos quisemos escrever e fazer lembrança quanto obrigação temos a cumprir as obras de Misericórdia que em especial nos são tão recomendadas por Nosso Senhor e que tanto serviço de Deus quanto nela se fará a Ele e a Nós nenhuma pessoa s deve escusar de nela entrar e servir o tempo que for eleito e ordenado por principal e honrado que seja, porque por esses que sabem e podem de há-de ela ordenar e servir como em todos os lugares dos nossos Reinos se faz. E portanto vos recomendamos muito a quase todos e a cada um em especial que, olhando quando todos somos obrigados ao serviço de Deus, folguemos todos de entrar na dita confraria e a servir e ordenar e quanto mais honrado tanto com melhor vontade o deve fazer e não se querer escusar quando for eleito e ordenado porque se assim o fizer recebemos nisso muto desprazer e desse serviço. Escrito em Lisboa a 19 de Agosto de 1514. André Pires a fez, Rei.”
Secundando os desvelados esforços do soberano, as autoridades de Castelo Branco organizaram a confraria da Misericórdia com os bens das outras confrarias, que se compunham de casas, terras de cultura, vinhas e olivais e cujos rendimentos anais eram os seguintes: Da confraria de Santo Andre, 6$185 réis e duas galinhas; da confraria de Santo Iago, 7$127 réis; da confraria de S. João, 4$821 réis; e da confraria de S. Pedro, 3$620 réis. Totalizaram estes rendimentos, portanto, a quantia de 21$753 réis, muito diminuta mesmo naquela época. Durante o século XVI foram um pouco aumentados os rendimentos com os legados de alguns benfeitores. Foi, porem, no século XVII que a Misericórdia consegui uma situação prospera com os rendimentos de avultados bens que lhe foram legados por algumas dezenas de beneméritos. Entre estes distinguiram-se, pela elevado valar dos legados, o Dr. Bartolomeu da Costa, tesoureiro mor da Sé de Lisboa e o Padre Manuel de Vasconcelos, prior da freguesia se S. Pedro de Torres Vedras. O Dr. Bartolomeu da Costa, a quem a Igreja deu o nome de Venerável, nasceu em Castelo Branco em 24 de Agosto de 1553. Pertencia à família do célebre Cardeal de Alpedrinha, D. Jorge da Costa. Faleceu em Lisboa 27 de Março de 1608, deixando todos os seus haveres à Misericórdia, por testamento feito naquela cidade em 30 de Abril de 1605, para a instituição de um Hospital de Convalescentes a instalar na casa da sua residência situada na Rua de Ega e que ficou conhecida pela designação de Casa do Tesoureiro Santo. Os seus bens constavam de duas casas, duas vinhas, seis olivais, noventa s duas terras de cultura e um padrão de juro de rendimentos de 240$000 reis pago pelo almoxarifado da Comenda de Cristo.
(Continua)
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951 - Autor. Manuel Tavares dos SantosO Albicastrense

5 comentários:

  1. Anónimo16:29

    senhor Verissimo
    Uma boa pascoa
    e umas grandes fotos da procissão do enterro do senhor

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  2. Anónimo16:29

    senhor Verissimo
    Uma boa pascoa
    e umas grandes fotos da procissão do enterro do senhor

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  3. Anónimo18:31

    Sr. Veríssimo
    Escrever blogs é muito bonito, mas escreva correctamente o português e não o portugales.
    Assim rectifique a sua frase de apresentação no que respeita à pontuação, que só fica bem a um bom português.
    P.S.

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  4. Caro anónimo.
    Antes de mais bem-haja pela correcçao.
    Quanto ao portugales só posso dizer-lhe que quem escreve o que sabe, a mais não é obrigado.

    Um abraço

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  5. Caro anónimo.

    Uma boa Pàscoa para si são os votos deste albicastrense

    Um abraço

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