segunda-feira, maio 18, 2009

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE- (LlI)

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE
IGREJA DA MISERICÓRDIA VELHA – (5)

(Continuação).
Da leitura dos documentos transcritos pode inferir-se que nas eleições realizadas em Portugal alguns séculos antes da instituição do parlamentarismo já havia mistificações semelhantes ás que originaram o descredito daquele sistema político.
A Confraria da Misericórdia jamais se eximiu ao rigoroso cumprimento dos preceitos, do compromisso, concernentes á realização de varias cerimonias religiosas. Era costume efectuar-se, no dia 2 de Junho, a festa da Visitação de Santa Isabel, Padroeira da Misericórdia; em 12 de Novembro celebrava-se um ofício de nove lições por alma dos Irmãos falecidos e, em quinta-feira de Endoenças, a procissão dos penitentes ou dos fogaréus. O compromisso de 1663 descreveu pormenorizadamente a organização desta procissão. São deste estatuto os seguintes trechos:
Irão alguns fogaréus por uma parte e outra de toda o procissão e com eles irá todo o aparelho que for necessário para continuarem com luz todo o tempo. E os Irmãos que vão governando terão cuidado de os ir dispondo em espaço conveniente e de os mandar prover quando lhes for necessário".
“Nenhum Irmão levará consigo pagem ou criado, de maneira que fique dentro na procissão, pela indecência que nisso há e a desordem que pode causar".
“A procissão sairá da Misericórdia direita à Praça, Rua do Relógio , à Igreja de S. Miguel o Anjo, dali à Nossa Senhora da Graça, dai pela Corredoura à Rua dos Ferreiros até à Praça, toda a Rua de Santa Maria, Rua das Cabeças, tomando o Arressário até à Igreja de Santa Maria do Castelo, donde voltará pela Rua de Ega, até se meter na Misericórdia, visitando com oração o Santíssimo Sacramento nestas Igrejas e nas demais que ficarem no caminho por onde passar de maneira que mova a devoção a todos os que acompanharem e se acharem presentes”.
A procissão efectuava-se com grande luzimento, seguindo o itinerário estabelecido. Durante os sermões da Semana Santa era costume expor na Igreja o Santo Sudário a que se refere o seguinte documento:
“Miguel Achioly da Fonseca Castelo Branco, professor da Ordem de Christus, do desembargo de El-Rei Nosso Senhor e Provedor dos Resíduos e Cativos nesta corte de Lisboa e seus termos, etc..."
(Continua)
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1951
Autor. Manuel Tavares dos Santos.

O Albicastrense

Sem comentários:

Enviar um comentário

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12 "ÙLTIMA")

Última publicação do excelente trabalho que António Roxo publicou em antigos jornais da terra albicastrense.   “O Espaço da vida polític...