terça-feira, fevereiro 23, 2021

TOPONÍMIA ALBICASTRENSE

D. VICENTE FERRER DA ROCHA
(05-04-1737 - 25/8/1814)

Visitei ontem o Bairro Ribeiro Das Perdizes, local  do qual guardo boas recordações, pois na minha infância vagueava quase diariamente por lá. Ao passar por determinada rua do referido bairro, reparei numa placa toponímica com o nome de, D. Vicente Ferrer da Rocha, confesso que desconhecia que o segundo Bispo de Castelo Branco tivesse na terra albicastrense uma rua com o seu nome.

D. Frei Vicente Ferrer da Rocha, foi o segundo Bispos de Castelo Branco e pertencia à ordem dos Pregadores. A ele se devem importantes melhoramentos; a ampliação e o aformoseamento do Paço Episcopal e do seu belo jardim; e ainda a construção dos dois corpos laterais da Igreja de Sé, formados pela Capela do Santíssimo Sacramento e pela sacristia grande e Câmara Eclesiástica.
Teve como colaborador e delineador das notáveis obras de ampliação e decoração dos dois edifícios o arquiteto Frei Daniel, professor da Ordem dos Pregadores.
Segundo a tradição foi também este arquiteto o autor do projeto do chafariz da Mina. Faleceu o Bispo D. Vicente em 24 de Agosto de 1814 e foi sepultado no átrio da igreja da sacristia grande que ele mandou edificar. Os seus restos estão sepultados, sob o arco cruzeiro da mesma Igreja, para onde foram transladados por ordem do Bispo de Portalegre D. Domingos Frutuoso. Atualmente existe perto da porta da Sacristia da Sé, uma campa (que não tem quais-queres restos mortais), com o nome dele.
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De seguida, para todos aqueles que possam estar interessados neste tipo de conhecimentos, gostaria de informar que a verdadeira lápide sepulcral que cobria o túmulo dele, se encontra no Museu Francisco Tavares Proença Júnior em Castelo Branco, tendo ela uma particularidade única. 
Trata-se de uma lápide sepulcral biface, ou seja, a mesma lápide foi utilizada para as campas de duas pessoas distintas; em 1726 a lápide serviu pela primeira vez, para cobrir a campa de D. Joana Maria Josefa de Meneses e seu filho, tendo sido utilizado um dos lados para se fazer a respetiva inscrição do facto ocorrido, (diz na lápide que terá morrido juntamente com o filho, durante o parto deste)
Cerca de noventa anos depois, (em 1814), a mesma lápide serviu para o túmulo de D. Vicente Ferrer da Rocha, utilizando-se a outro face da lápide para se fazer a respetiva inscrição. Para quem quiser saber mais dados sobre esta história, recomendo a leitura do livro “Uma Lápide sepulcral biface e uma lápide funerária de um soldado britânico”, de Luís Pinto Garcia, que poderá adquirir na loja do Museu Francisco Tavares Proença Júnior. 
 O Albicastrense

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