A
rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e
Março de 1937, no jornal “A
Era Nova”.
Transitou para o Jornal “A
Beira Baixa”
em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A
mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do
primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC”
foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho
que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).
O
texto está escrito, tal como foi publicado.
Os
comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)
Sessão
de 2 de Fevereiro. Queixas do tesoureiro dos enjeitados que já não
tinha vintém para pagar às amas dos expostos, à rodeira e para
vestuário e por isso que lhe acudissem. Fez-se por isso o que era
costume: uma sisa de 600.000 réis por todo o concelho, cabendo
100.000 réis à cidade e 160,000 réis a Monforte. O resto foi
assim repartido: 40.000 réis ao Salgueiro, 30.000 réis a Cafede,
38.000 réis a Alcains, 40.000 réis a Escalos de Cima, 72.000 réis
à Lousa, 12.000 réis à Mata, 88.000 réis a Escalos de Baixo a
20.000 a Malpica.
Em
5 de Março os vereadores apareceram na Câmara, mas o nosso
escrivão Aranha diz que não houve nada que despachar e não põe
nada na carta.
A
sessão seguinte quase um mês depois, no dia 4 de Abril. Nesta
sessão apareceu Manuel Joaquim de Paiva a dizer que não podia
continuar a desempenhar o cargo de alcaide “em
razão de ter diversas ocupações em outras Terras”
e por isso a Câmara resolveu substitui-lo por João Gomes Figueira
“por
contar que tem os requisitos necessários para o bem servir”.
O
ordenado era coisa de apetecer: nada menos de 40.000 réis por ano,
sendo 30.000 réis pagos “pelas
terras do termo”
e 10.000 réis pela cidade.
E
não houve mais nada que despachar, diz a acta.
Um
mês e dois dias depois, ou seja em 6 de Maio, realizou-se a sessão
seguinte. O que se passou resume-se em pouco. Foram coutados os
alqueives, que deveriam ser despejados dentro do prazo de três dias
e ordenou-se que todos os moradores da cidade e termo matassem cinco
pardais. Os que os não matassem pagariam cinco tostões de multa “
na forma do costume”.
Em
22 de Maio apareceu a carta régia que nomeava os vereadores que
haviam de servir dai em diante. Os vereadores nomeados eram: Manuel
Vaz preto Castilho, João de Mendanha Valadares e António Inácio
Cardoso Frazão. Procurador era António de Almeida Freixedas.
Depois
destes tomarem posse e prestarem juramente a acta diz ainda: “E
logo pellos officiaes da Camara que acabarão foy dito que elles
havião por reclamadas as nomeaçoens de Thrzoureiros e
Recebedores antecedentemente feitas”.
Já
os vereadores que tinham servido antes dos que agora saiam tinham
feito a mesma coisa. Saiam, não queriam mais nada com os que andavam
com as mãos nos dinheiros da Câmara.
(Continua)
PS.
Aos leitores dos postes “Efemérides
Municipais”,
o que acabau de ler, é uma transcrição fiel do que foi publicado
na época.
O
Albicastrense
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