Hoje
quando deambulava pelo Facebook, dei comigo a reparar numa pequena
janela onde aparecia o seguinte dizer: "O que
estás a pensar?"
Não
estou pensando em nada, respondi a mim próprio. Perante tal
expressão, veio-me à memoria um poema de Álvaro de Campos (Fenando Pessoa), com esse
mesmo nome. Poema,
que aqui deixo à consideração dos visitantes deste blog.
NÃO ESTOU PENSANDO EM NADA
Não estou pensando em nada
E essa coisa central, que é coisa nenhuma,
É-me agradável como o ar da noite,
Fresco em contraste com o verão quente do dia,
E essa coisa central, que é coisa nenhuma,
É-me agradável como o ar da noite,
Fresco em contraste com o verão quente do dia,
Não estou pensando em nada, e que bom!
Pensar em nada
É ter a alma própria e inteira.
Pensar em nada
É viver intimamente
O fluxo e o refluxo da vida...
Não estou pensando em nada.
E como se me tivesse encostado mal.
Uma dor nas costas, ou num lado das costas,
Há um amargo de boca na minha alma:
É que, no fim de contas,
Não estou pensando em nada,
Mas realmente em nada,
Em nada...
É ter a alma própria e inteira.
Pensar em nada
É viver intimamente
O fluxo e o refluxo da vida...
Não estou pensando em nada.
E como se me tivesse encostado mal.
Uma dor nas costas, ou num lado das costas,
Há um amargo de boca na minha alma:
É que, no fim de contas,
Não estou pensando em nada,
Mas realmente em nada,
Em nada...
Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa
PS. Será que o gato tambem não está pensando em nada, ou estará simlesmente olhando para dentro de si mesmo?
O Albicastrense
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