UM
MUSEU ESQUECIDO OU
APENAS
UMA
ESCOLHA JORNALÍSTICA ?
O
jornal "Povo da Beira", apresenta esta semana como título principal da
sua primeira página: “Descubra Castelo
Branco”, trabalho que depois é apresentado nas duas
páginas centrais com um sub-titulo: “Castelo
Branco, uma cidade a descobrir”,
da autoria de Cristina Valente. Confesso que tal trabalho me
provocou uma verdadeira azia cultural, não por se tratar de um mau
trabalho (antes pelo contrário), mas, por constatar, que uma
instituição centenária como o Museu Francisco Tavares Proença
Júnior, não faz parte das instituições prioritárias a descobrir,
por parte de quem visita a terra albicastrense.
Perante
tal “esquecimento”, não posso deixar de me interrogar
sobre se estarei apenas perante uma escolha jornalística, (que
podemos ou não concordar), ou se o nosso museu, já não se
recomenda a quem visita a cidade de Castelo Branco.
Palavra
que me custou imenso não ver na reportagem da Cristina Valente, o
nome de uma instituição que servi durante quase trinta anos, anos,
em que se ouvia da boca de quem visitava o museu da terra
albicastrense, o seguinte: “Vir
a Castelo Branco e não visitar o museu, é como ir a Roma e não ver
o Papa”, afirmação que deixava
todos os que ali trabalhavam, com um sorriso no rosto.
Vou contar aqui um caso (entre muitos e muitos
outros, que aqui podia contar), que
servirá para demonstrar a importância do museu naqueles tempos. Na
década de 80 veio Castelo Branco um grande artista
(já nesse tempo) fazer um
espetáculo no velho parque da cidade, no dia a seguir ao espectáculo
ele estava à porta do museu para o visitar, o artista era nem mais
nem menos que, Carlos do Carmo.
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O que terá acontecido para que
nos dias de hoje, o museu já nem sequer seja incluído numa
reportagem de locais prioritários a descobrir na terra
albicastrense?
-
Será que o Museu Cargaleiro e o Centro de Cultura
Contemporânea de Castelo Branco são novidades que é preciso
promover, e que o museu Francisco Tavares Proença Júnior perdeu a
importância, notoriedade e competência de outros tempos?
Muitas
mais perguntas poderia eu continuar a fazer sobre este assunto,
porém, prefiro que os albicastrenses que visitam este blog, me digam
se existe ou não algum desamor entre a terra albicastrense e o seu
museu, ou se estamos apenas perante uma mera escolha jornalística,
de locais a visitar na nossa terra.
O
Albicastrense
O MFTPJ não é nem resulta de uma iniciativa da CMCB, fazer-lhe publicidade não dá votos...
ResponderEliminarA CMCB financia de algum modo o jornal ou incentivou/pagou a notícia?
AD
Caro anónimo.
ResponderEliminarQuanto à primeira questão do seu comentário, a verdade é que o museu não depende da autarquia.
A pergunta que se podemos e devemos fazer sobre isso, é se o museu deve continuar a depender de quem depende ou se pelo contrario deveria passar para a dependência da autarquia. Sobre isso existem opiniões diferentes.
Quanto segunda questão, nada lhe posso adiantar sobre isso, porque nada sei sobre o assunto.
Abraço