quarta-feira, abril 29, 2020

A TERRA ALBICASTRENSE NO FINAL DO SÉCULO XVIII - (III)




 Rol dos Confessado da freguezia da Santa Sé desta cidade de Castello Branco na Quaresma do prezente anno de 1794.

TRABALHO DA AUTORIA
DO CORONEL VASCO DA COSTA SALEMA.
COSTUMES SOCIAIS - (I)

(Continuação)
Da leitura atenta do Rol alguns costumes sociais próprios daquele tempo. É talvez para admirar a existência de uma única escrava na freguesia, criada de um lar do sítio no Adro de S. Miguel, constituído por catarina Lucas, solteira, que vive de suas fazendas, de 68 anos de idade, e por seu irmão Manuel Cipriano, de 66 anos, D. Joana Teresa d’ Ordaz, viúva vivendo na sua casa da Rua do Bispo com seus filhos José Caldeira d’ Ordaz, D. Ana Josefa e Pedro d’ Ordaz, sua tia D. Joana Maria e seu irmão João de Mendanha Valadares, tinha a servi-los, vivendo sob o seu teto, além do seu escuteiro, um alfaiate, um ganham, e quatro criados, mais dez criadas; na mesma casa ainda habitavam o seu capelão (é a única família que tem capelão) e um estudante (fogo nº 291).
Também tinham numerosos criados, um escudeiro, um ganhão, três e nove criadas, D. Francisco Josefa de Sousa e suas 4 irmãs, cujas idades se escalonavam entre os 50 e os 40 anos, que moravam em rua que se desconhece, por faltarem paginas ao manuscrito (fogo nº 325).
Com um total de sete criados apontam-se: o Capitão de Ordenanças José Pessoa Tavares, morador na Rua do Pina, casado com D. Leonor Pereira e cujos filhos eram Alferes de Ordenanças José Joaquim, de 19 anos, D. Leonor, D. Ana António e Joaquim, precisava para o serviço de sua casa de um escudeiro e seis criados (fogo nº 185);
O Dr. Francisco José de Carvalho Freire que, com sus mulher, sua sogra, viúva, e seus cinco filhos, cujas idades variavam dos 14 aos 3 Anos, morava na Rua dos Ferreiros e era servido por um escudeiro, um criado e cinco criadas (fogo nº 420).
Apesar de viver sozinho, na Rua do Relógio; necessitava de seis criados o Dr. Francisco José da Silveira Falcato, Provedor (da Misericórdia) que tinha um escudeiro, um boleeiro, um criado e três criadas (fogo nº 339).
Servidos, só por cinco criados haviam: O Ver. Dr. Manuel dos Reis Soares Provisor do Bispado, que com seus velhos pais e irmã, morava na mesma rua que o D. Francisca Josefa de Sousa e suas irmãs, acima referidas, e tinha dois pastores, um ganhão e duas criadas (fogo nº 326);
José António Morão, mercador, que morava no Relógio com sua mulher, Luísa Violante, e seus filhos José António, Daniel e Rafael, e era servido por um caixeiro, um criado e três criadas (fogo nº 335);
José Tudela de Castilho que vivia com sua irmã D. Caetana Rosa e duas sobrinhas, na Rua Nova, e eram servidos por um criado e quatro criadas (fogo nº 348).
Possuindo quatro criados regista o Rol: a viúva Clara Maria, proprietária, que habitava na Rua do Pina com sua irmã, Maria Joaquina, e seus filhos, o Ver. Dr. Isidoro José dos Santos e Maria Inácia, Felícia Rosa e Ana Josefa, e tinham um criado e três criadas (fogo nº 189);
“Homê de Negocio”, Luís Vaz da Cunha que na sua casa da Rua do Saco vivia com dois filhos, um pastor, uma criada, sua mulher Ana Joaquina e sua filha Ana (fogo nº 327);
O mercador António Pereira da Silva, casado com Guiomar Maria e que morava no Relógio com sua sobrinha Antónia, precisava de um caixeiro, um criado e duas criadas (fogo nº 336);
E Amónio Soares Franco, também mercador no Relógio, casado com Isabel Antónia, pais de Leonor, José e Joaquim, de 5,3 e 1 ano de idade, tinha na sua casa um caixeiro, um criado e duas criadas (fogo nº 341).
(Continua)
O ALBICASTRENSE

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