sexta-feira, janeiro 31, 2025

BISPADO DE CASTELO BRANCO – (VII)

MEMÓRIAS DO BLOG 
(10 ANOS DEPOIS)

                   “Para a história do Bispado de Castelo Branco”

(Continuação)

Estremecem de indignação e de impotência da época. Provavelmente de Alcântara, debalde Junot proclama aos portugueses e, em primeiro lugar, a esta cidade (20 de Novembro de 1807), os falsos propósitos de nos “salvar da dominação inglesa”, de manter a disciplina e o bom comportamento da suas tropas, sob a pena das leis e conselhos de guerra; debalte, seria acolhido com Delabord, Loison, o governador Peyre Ferry e outros chefes gauleses à mesa do prelado, no magnifico Paço, concorrendo a cidade no bom gasalhado aos intrusos, em boletos, requisições e facilidades de varias ordem. Sofriam-se ultrajes na honra e na fazenda, e assim sucederia em outras terras beiroas, Sarzedas, Covilhã, Alpedrinha e Tinalhas, até que, decorridos tempos, contra a saque, o morticínio e o incêndio, os primeiros gritos de explosão patriótica levantassem a resistência e a insurreição por toda a parte.
Por ali passou o Conde de Aranda, comandante do exercito franco-espanhol na Campanha de 1762, o infante espanhol D. Carlos, em 1833, e bem merecia evocar-se o que de curioso, trágico ou burlesco, presenciou o histórico cenário. Mas após o ultimo bispo de Castelo Branco, foi-se de deteriorando e delapidando o recheio do Paço, até 1835, em que passou a outras funções. 
Ali se hospedou Saldanha em 1846, que por medida de segurança mandou recolher a baixela a Tomar, restituída no ano seguinte e conservada em deposito particular, até 1854, em que se verificou ter o peso de 28864,9 oitavas de prata. Tudo foi entristecendo e envelhecendo naquela casa, até à instalação do liceu em 1911 e após ter decaído em funções mesquinhas....
(Continua)
Texto retirado do livro: “Estudantes da Universidade de Coimbra Naturais de Castelo Branco de: Francisco Morais e José Lopes Dias
O ALBICASTRENSE

segunda-feira, janeiro 27, 2025

TRISTEZAS DA NOSSA ZONA HISTÓRICA

DEAMBULEI PELA NOSSA ZONA HISTÓRICA.

😓 😔 😒 😕

Percorri na passada semana algumas das ruas da nossa zona histórica.  Confesso que  (mais uma vez), vim de lá completamente desolado, pois por lá, independentemente das muitas promessas feitas a situação é cada vez pior.  As imagens desta publicação, foram captadas nas  ruas do Sobreiro, Travessa do Sobreiro,  Jasmim e rua do Muro. 
Tratasse apenas de um pequeno apanhado, pois, se as desgraças se resumissem a estas casas, a desgraça quase que poderia ser aceitável. 
Até quando vão os albicastrenses ficar de costas voltadas para a sua  ZONA HISTÓRICA?






O ALBICASTRENSE

quarta-feira, janeiro 22, 2025

BISPADO DE CASTELO BRANCO – (VI)


      MEMÓRIAS DO BLOG 
(10 ANOS DEPOIS)

 “Para a história do Bispado de Castelo Branco”

(Continuação)
O destino da residência alcançava certo grau de luxo, um século depois, com o mitrado D. João de Mendonça, filho dos condes de Vale de Reis e natural de Estremoz.
Cursara Filosofia e Humanidades no Colégio de Santo António de Lisboa, estudante porcionista no Colégio Universitário de S. Paulo e matriculado em Cânones desde 1690. Vinha a disfrutar a Sé da Guarda (em 1711), após sagrado bispo pelo Cardeal da Cunha e, em tal qualidade, demorava bastas vezes em Castelo Branco.
O aparato da corte de D. João V e uma visita à cidade eterna (em 1717) concorreram, decerto, para a construção do anexo Jardim de S. João Batista, com as datas de 1725, na peanha da estátua do santo percursor e de 1726 na bem conhecida Cascata de Moisés. As alfaias da residência, tapetes de Rás, faianças e porcelanas, vidros e pinturas, biblioteca erudita, moedas, mobiliário, indumentária, artefactos e botica episcopal preciosa deviam-se, com efeito à memória de D. João de Mendonça, conservadas e melhoradas pelos seus sucessores. O seu ultimo benfeitor, na construção do peristilo, do salão a casaa correspondentes do lado sul, dos estuques e da capela, foi D. Vicente Ferrer, 2º bispo albicastrense.
O edifício adquirira então a fama de sumptuoso, em adereços artísticas, tapeçarias, a cadeirões, baixela de magnificas pratas e bragal de colchas artísticas, de sorte que nenhum outra morada episcopal a excedia no conforto de aposentos e salas, no mimo dos fogões, nos jardins com laranjeiras bravas, ao gosto da Itália do sul, jogos de água e tanque alagado, sua curiosa estatuária de granito, a perpetuar doutores e apóstolos da Igreja, reis de Portugal, signos do Zodíaco, símbolos das artes, da natureza e da geografia; com anexos de pomar e horta, quinta e bosque de sombras aprazíveis, hoje moderno jardim, recreio e pulmão da cidade; com farto olival e o cercado dos coelhos bravos, açougue da culinária pascense... Ali foi hospedo de D. Vicente Ferrer, Junot, em 1807, no comando da 1ª invasão napoleónica.
Recolha de dados:Estudantes da Universidade de Coimbra Naturais de Castelo Branco”, da autoria de Francisco Morais e de José Lopes Dias.
(Continua)
O ALBICASTRENSE

domingo, janeiro 19, 2025

ZONA HISTÓRICA DA TERRA ALBICASTRENSE - "PRAÇA CAMÕES"

  UMA CASA QUE ENVERGONHA A PRAÇA CAMÕES.


 Ao passar recentemente na Praça Camões e ao mirar a casa que namora o belo Arco do Bispo, os meus velhos neurónios estrebucharam de raiva perante a tristeza que é, ver  a casa desta publicação na situação em que ela  encontra. 
A casa tem novo proprietário, pessoa que  apresentou na nossa autarquia em 2023, um projeto de recuperação. 

Sei que o projeto foi chumbado, desconhecendo eu a razão de tal chumbo. Palavra que não consigo compreender, que passados quase dois anos do projeto chumbado, ainda não tenha saído fumo branco sobre o assunto. No meio de desta incerteza, a nossa bela praça continua  como a imagem desta publicação mostra.

"Será que em ano de eleições para a nossa autarquia, não podiam acelerar o processo e fazer sair fumo branco, para que a casa seja recuperada o mais brevemente possível?   
 😒 😓 😕
O ALBICASTRENSE

terça-feira, janeiro 14, 2025

TOPONÍMIA ALBICASTRENSE


RODRIGO REBELO
(Nasceu na segunda metade do século XV e faleceu em 1511)


Nasceu em Castelo Branco na segunda metade do séc. XV. Filho de Rodrigo Rebelo, fidalgo da casa real e cavaleiro da Ordem de Cristo, e de sua mulher D. Eiria Lopes. Em 1509, com grandes recomendações de D. Manuel I rumou para a India aos comandos da nau Santa Clara na armada  que fazia a Carreira da India  sob o comando do capitão-mor, o marechal do reino D. Fernando Coutinho.

Logo em 1509, num dos seus primeiros atos, Afonso de Albuquerque fez de Rodrigo Rebelo capitão da fortaleza de Cananor. Em 1510, Rodrigo Rebelo deixou a fortaleza de Cananor nas mãos do seu substituto e participou na expedição a Calecute; após a falhada expedição regressou a Cananor. No final de 1510 Goa foi definitivamente conquistada e Rodrigo Rebelo foi chamado para assumir a capitania de cidade. Em 1511, aproveitando a ausência de Afonso de Albuquerque, Hidalcão tentou recuperar a cidade e confiou essa tarefa a Pulatecão.
Estando Goa Assediada, Rodrigo Rebelo foi traído por um hindu que Pulatecão havia subornado e, valente, mas pouco prudente, ignorando o conselho de Coje-Qui, saiu da fortaleza deparando-se com uma força muito maior do que esperava. Mesmo assim conseguiu uma primeira vitória mas avistou um grupo inimigo e, ignorando um segundo conselho de, investiu com uma força de apenas 14 cavaleiros contra Pulateção e 80 homens, que logo o cercaram e o mataram às lançadas. Com ele caíram 12 cavaleiros e, no desbarato, os peões indianos passaram-se para o lado dos mouros

O ALBICASTRENSE

terça-feira, janeiro 07, 2025

BISPADO DE CASTELO BRANCO – (V)

                                                         MEMÓRIAS DO BLOG 

(10 ANOS DEPOIS)

 “Para a história do Bispado de Castelo Branco”

(Continuação)
Duas palavras sobre a residência episcopal, o famoso Paço do Bispo, de curiosa história e tradição sem confronto, nesta cidade.
Ordenara-lhe a traça primitiva, D. Nuno de Noronha, 34º bispo da Guarda, um aristocrata letrado e teólogo, com registo nas crónicas dos fins do séc. XVI e alvores do imediato.
Filho de D. Sancho de Noronha, 4º conde de Odemira e alcaide-mor de Estremoz, e de D. Margarida da Silva, herdeira do 2º conde de Portalegre, fora escolar teólogo nos crúzios de Coimbra, mestre em Artes e bacharel em Teologia, eleito Reitor da Universidade pela corporação dos mestres e estudantes.
Obtende confirmação do Cardeal-Rei (1578), tomou graus de licenciatura e doutoramento (1584), não sendo excepcional que um estudante como ele ocupasse a prelazia universitária.
Filipe II o despachou para a Sé de Viseu (1586), e dali se transferiu para a Guarda (1594). A sua memória perpetua-se na edificação dos seminários diocesanos e na organização do Sínodo de 1579, em que se aprovaram as novas constituições deste bispado. Ora os bispos guardenses usufríam direitos episcopais, rendas e procurações, no termo de Castelo Branco, desde eras remotas.
O “gentilhomem de grande estatura e grandiosa trato na sua casa”, segundo os testemunhos do secretário Belchior de Pina e do Padre Carvalho, deliberou estabelecer aqui uma residência hibernal, para si e seus sucessores. A edificação primitiva (1596-98) abrangia somente uma parte da actual, “a que tem janelas rasgadas sobre o parque, sem o perystilo nem o salão de entrada e todo o corpo correspondente”.
Era um personagem faustoso do quinhentismo, evidenciado na conhecida visita a Filipe II, “para concertar alguns negocio do reino”, à própria residência da corte, em Madrid, capital de Espanha e, também – ai de nós! - de Portugal. Finava-se em 1608, arruinado na fazenda, a ponto de um sucessor na Mitra (desde 13 de Fevereiro de 1610), D. Afonso Furtado de Mendonça, doutor em Cânones e futuro bispo de Coimbra, arcebispo de Braga e de Lisboa, ter providenciar na aquisição em hasta pública, da quinta do bosque, pele falta de pagamento aos proprietários.
Recolha de dados: ”Estudantes da Universidade de Coimbra Naturais de Castelo Branco”, da autoria de Francisco Morais e de José Lopes Dias.
(Continua)
                                                       O ALBICASTRENSE

HISTÓRIA DE CASTELO BRANCO

                                   DADOS SOBRE A TERRA ALBICASTRENSE Os primeiros documentos sobre as terras de Castelo Branco datam do s...