sexta-feira, outubro 16, 2015

CARTAS DE PERDÃO MANUELINAS – (III)

Mécia Vaz, moradora em Castelo Branco, sendo casada houvera afeição carnal e adulterara com Nuno Vaz, e depois disse o marido se viera a finar. E, sem embargo, se amorara em razão do dito malefício.
Data em Setúbal, 1496, Maio, 17.
(Chanc, De D. Manuel, Lº 34, folh, 90)

João Gonçalves, pixeiro, (?) morador no Crato, fora carcereiro nessa vila haveria quatro ou cinco anos e os juízes dela lhe entregaram dois presos: Diogo da Rosa por se dizer que lançara mão de uma moça para dormir com ela, o que não se provara; Gonçalo Gonçalves, de Castelo Branco, porque não quisera ir ajudar outros homens a levar um pau para uma obra do Prior do Crato, e querendo o juiz prende-lo tomara uma lança para de defender. E estando assim presos, Diogo da Rosa com umas ferropeias e Vasco (!) Gonçalves com um adobe, lhe vieram a fugir: Diogo da Rosa pela porta, e indo o suplicante depós ele, Vasco Gonçalves se sairá e se fora fugindo com o dito adobe pelo telhado.
E ora João (!) da Rosa era já livre e vivia na vila, e Vasco Gonçalves levara daí sua mulher e não se sabia por onde, e ele suplicante tinha o perdão do juiz a quem fora feita resistência, como se poderia ver pelo instrumento de perdão que apresentou e recontava ser feito por Gonçalo Afonso, tabelião na vila do Crato.
Data em Lisboa, 1501, Julho, 30.
(Chanc, de D. Manuel, Lº 37, folh, 28).
                                                                         (Por Fernando Portugal)
O Albicastrense

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