A mudança de um para outro jornal
deu-se derivada à extinção do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo
trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e
muitas vezes).
(Continuação
Na mesma sessão foi nomeado
para síndico da Câmara o Dr. Joaquim José Afonso Milheiro e, para Procurador-Geral
do Fisco, o mesmo com o adminiculo que no primeiro caso faltou, de “Advogado
por auditórios desta Cidade”.
Na sessão de 9 de Maio de 1808.
Não se passou nela nada que
interesse.
Substituição de um
derramador da décima por outro e mais nada.
Pior ainda foi a Sessão de 28 de Maio.
Na qual, segundo reza a ata, “não houve que despachar”. O que que vem a seguir: Coutaram-se os alqueives, mandando sair deles os gados dentro do prazo de três dias e não se fez mais nada.
O mês de Junho passa perfeitamente em claro. Nem uma sessão para amostrar.
Sessão de 10 de Julho.
Os vereadores só tornaram a reunir-se nesse dia.
Esta interrupção nas
sessões da Câmara tem, ao que nos parece, esta explicação: Durante o mês de
Junho estabeleceu-se uma cera confusão na vida da cidade, em consequência da passagem
por aqui de tropas francesas e caminho de Almeida, que pouco depois regressavam
e por aqui se demoravam.
Uma vez ou outra as tropas
espanholas, que agora já eram inimigas dos franceses, e isso alentava a gente
da terra, que começava a manifestar-se abertamente contra Napoleão e as suas
tropas e chegou a aclamar D. João e a impor que fossem descobertas as armas de
Portugal dos edifícios públicos, que tinham sido tapadas com uma camada de cal
preta. Ao mesmo tempo que isto se
dava, andava por essa terras da Beira e general Loison.
O famoso Maneta, a praticar violências de toda a ordem, violências que chegaram ao conhecimento da gente da terra e a encheram do maior terror, especialmente quando se soube o que tinha acontecido a Alpedrinha, onde se roubou, queimou e matou a torto e a direito, sem se poupar ninguém nem coisa nenhuma, e se recebeu a noticia de que o Maneta vina sobre Castelo Branco. Então foi um grito unânime:
Salve-se quem puder!
O famoso Maneta, a praticar violências de toda a ordem, violências que chegaram ao conhecimento da gente da terra e a encheram do maior terror, especialmente quando se soube o que tinha acontecido a Alpedrinha, onde se roubou, queimou e matou a torto e a direito, sem se poupar ninguém nem coisa nenhuma, e se recebeu a noticia de que o Maneta vina sobre Castelo Branco. Então foi um grito unânime:
Salve-se quem puder!
Fugiu toda a gente que pode
fazê-lo, levando consigo, em carros de bois e de parelhas, em bestas de carga e
às costas, tudo o que pode levar.
Os ânimos só serenaram um
pouco, em 6 de Julho, se soube que o Maneta se tinha se tinha desviado com a
sua tropa pela estrada de Tinalhas, ido acampar a Chão da Vã e seguira por
Sarzedas para se juntar com as tropas do Junot, que já então encontravam quem
lhes fizesse frente.
Começaram então a voltar os
que tinham fugido e no dia 10 de Julho a Câmara reuniu-se e fez constar por
pregoes que dava “licença geral para a carreja do pam”.
(Continua)
PS.
Aos leitores dos postes “Efemérides Municipais”:
O
que acabaram de ler é uma transcrição do que
foi publicado na época.
O Albicastrense
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