sábado, dezembro 14, 2024

BISPADO DE CASTELO BRANCO (I)

MEMÓRIAS DO BLOG 

(10 ANOS DEPOIS)

Do livro, ”Estudantes da Universidade de Coimbra Naturais de Castelo Branco”, da autoria de Francisco Morais e de José Lopes Dias, retirei o texto que aqui vou postar em várias publicações. O texto é deveras interessante e merece ser conhecido por todos aqueles que se interessem pela história da terra albicastrense. 

 “Para a história do Bispado de Castelo Branco

A criação da Diocese foi de muito perto precedida da elevação da notável vila de Castelo Branco á  categoria de cidade, sendo comum o documento oficial respeitante a estes importantíssimos acontecimentos.
O titulo de notável, segundo a tradição, provinha do Príncipe Perfeito, com que o grade Rei se dignou honrar a vila, onde jornadeou e demorou por diversas ocasiões.
Mas enquanto a cidade não mais deixava de se aformosear e desenvolver, a diocese somente havia de contar a resistência efectiva de três prelados, durante sessenta anos, de 1771 a 1831, embora subsistisse  passante de meio século, administrada pelos vigários gerais  em representação do patriarca de Lisboa ou do bispo de Leiria, até á extinção definitiva de 1882.
O alvará de 21-III-1771, rubricado pelo Marquês de Pombal, anuncia a regia suplica de D. José ao papa Clemente XIV, “para que o território do Bispado da Guarda se desmembrarem algumas terras, e ser nellas erigido hum novo Bispado que tenha por cabeça a considerável Villa de Castelo Branco”. Em seguida acrescenta: “e para que nella se possa mais dignamente estabelecer a cathdral da mesma nova diocese, Hei por bem e Me praz que a dita Villa de Castelo Branco desde o dia da publicação deste em diante fique criada em Cidade...”A elevação do rescrito pombalino era flagrante de exactidão, dada a imensidade do bispado guardense, ao consignar a impossibilidade “de boa administração do Pasto Espiritual  e da Justiça ao excessivo numero de diocesanos”. 
O ultimo prelado da Guarda com jurisdição em Castelo Branco, D. Bernardo António de Melo Osório, escrevia em 1748: ”para se inferir da grandeza do bispado, declaro ter de âmbito sessenta e quatro léguas, de comprimento (porque é de figura oblonga) trinta e cinco, e de largura catorze
E muito embora declare ter visitado, nos primeiros dois anos e meio, todas as paroquias e muitas capelas e oratórios, acrescenta que nenhum livro achou quando veio para o bispado e sugere a excomunhão papal para os que destruírem bens, coisas e livros dos paços da Guarda e de Castelo Branco.
(Continua)
O ALBICASTRENSE

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