AUTOR DAS EFEMÉRIDES MUNICIPAIS
Em 2008 comecei a postar
neste blogue a rubrica; “Efemérides
Municipais”, da autoria de António
Rodrigues Cardoso.
Efemérides, que narram a vida municipal da terra albicastrense entre 1655 e 1820. Onze anos depois, publiquei 131 postes sobre essas efemérides, tendo ainda matéria para mais duas ou três dezenas de postes.
Recentemente ao ir ao nosso cemitério dei com a campa deste homem. Confesso que ao ler o nome de António Rodrigues Cardoso na campa, fiquei comovido. Pois, embora sabendo que tinha sido sepultado em Castelo Branco, não esperava encontrar a sua campa setenta e cinco anos depois.
Efemérides, que narram a vida municipal da terra albicastrense entre 1655 e 1820. Onze anos depois, publiquei 131 postes sobre essas efemérides, tendo ainda matéria para mais duas ou três dezenas de postes.
Recentemente ao ir ao nosso cemitério dei com a campa deste homem. Confesso que ao ler o nome de António Rodrigues Cardoso na campa, fiquei comovido. Pois, embora sabendo que tinha sido sepultado em Castelo Branco, não esperava encontrar a sua campa setenta e cinco anos depois.
ANTÓNIO RODRIGUES CARDOSO
(1864/1944)Nasceu na Sobreira Formosa a 8 de Julho de 1864, e fez o liceu em Castelo Branco.
O reitor do liceu era nessa altura Ruivo Godinho, que impressionado com António Rodrigues Cardoso, o incentivou a tirar um curso superior sem que se preocupasse com as despesas do referido curso, pois ele as pagaria.
António Cardoso azamboado
com a oferta agradeceu com lágrimas nos olhos, e ficou de ponderar se as
circunstâncias da sua vida familiar lhe permitiam aceitar tão generosa oferta.
Cardoso era órfão de pai, e sua mãe, viúva de dois matrimónios, tinha uma ninhada de filhos que era necessário amparar e guiar. Venceu o amor da família e ficou para se sacrificar pela família, crente, pensou em seguir a carreira de eclesiástica, e para tal se matriculou no curso eclesiástico que ao tempo havia na cidade, pois era sede de bispado. Findo o curso, por concurso entrou no magistério primário complementar, e de lá para o quadro docente da escola normal primária, donde veio a sair para secretário da Câmara Municipal de Castelo Branco.
Cedo ingressou na política ao lado do seu amigo Ruivo Godinho. O jornalismo chamava-o, e em Janeiro de 1889 fundou o “ Distrito de Castelo Branco” que durou até 1906. Com a morte de Ruivo Godinho e retirada da política de Manuel Vaz Preto, o partido regenerador no distrito entrou numa fase de entendimento com o partido progressista local, e António Rodrigues dedicou-se ao jornalismo, em 1906 fundou “ A Gazeta da Beira” que na monografia do jornalismo distrital de João Grave, tem esta nota sugestiva (jornal monárquico esturrado, progressista, morreu com a monarquia).
Cardoso era órfão de pai, e sua mãe, viúva de dois matrimónios, tinha uma ninhada de filhos que era necessário amparar e guiar. Venceu o amor da família e ficou para se sacrificar pela família, crente, pensou em seguir a carreira de eclesiástica, e para tal se matriculou no curso eclesiástico que ao tempo havia na cidade, pois era sede de bispado. Findo o curso, por concurso entrou no magistério primário complementar, e de lá para o quadro docente da escola normal primária, donde veio a sair para secretário da Câmara Municipal de Castelo Branco.
Cedo ingressou na política ao lado do seu amigo Ruivo Godinho. O jornalismo chamava-o, e em Janeiro de 1889 fundou o “ Distrito de Castelo Branco” que durou até 1906. Com a morte de Ruivo Godinho e retirada da política de Manuel Vaz Preto, o partido regenerador no distrito entrou numa fase de entendimento com o partido progressista local, e António Rodrigues dedicou-se ao jornalismo, em 1906 fundou “ A Gazeta da Beira” que na monografia do jornalismo distrital de João Grave, tem esta nota sugestiva (jornal monárquico esturrado, progressista, morreu com a monarquia).
De 1910 a 1912, A. Cardoso não teve jornal, pois a “Gazeta
da Beira” morrera entretanto. É durante esse período de natural agitação
que se afirma como polemista distinto, panfletário enérgico, cáustico e
mordente, na defesa da sua pessoa e sobretudo na defesa dos seus amigos.
Francisco Tavares Proença seu velho e grande amigo, havia-se exilado nas terras de França, e cá dentro no nosso burgo ouve quem tentasse denegrir a sua ação politica e denegrir o passado honroso de seu pai que havia sido alguém na política geral do país. António Rodrigues Cardoso, veio à estacada com um panfleto enérgico repondo a verdade dos factos.
António Cardoso mantinha-se inflexível no desempenho do seu cargo. As novas vereações, mais os esturrados queriam a sua demissão, é neste período que ele publica uma série de folhetos que são uma alta afirmação de doutrina, e uma defesa enérgicas dos seus direitos.
Francisco Tavares Proença seu velho e grande amigo, havia-se exilado nas terras de França, e cá dentro no nosso burgo ouve quem tentasse denegrir a sua ação politica e denegrir o passado honroso de seu pai que havia sido alguém na política geral do país. António Rodrigues Cardoso, veio à estacada com um panfleto enérgico repondo a verdade dos factos.
António Cardoso mantinha-se inflexível no desempenho do seu cargo. As novas vereações, mais os esturrados queriam a sua demissão, é neste período que ele publica uma série de folhetos que são uma alta afirmação de doutrina, e uma defesa enérgicas dos seus direitos.
A sua vocação jornalística
não se coadunava com a inação forcada, em fins de 1912 consertou com o seu
primo João Ribeiro Cardoso a publicação do jornal o “Beirão” jornal que viveu a
vida intensa da politica daqueles anos até 1917, surgindo depois novo jornal,
monárquico sem disfarces, de nome “A Beira Baixa” sob a direção de José Pinto
da Silva Faia.
Em 1927 apareceu ”A Era Nova” sob a direção de A. Crucho Dias, que passou a direção do jornal para A. Cardoso, “A Era Nova” viveu até ao advento da nova remodelação territorial do pais, tendo a erecção da nossa província justificado a mudança do seu título para “A Beira Baixa” onde ele se manteve até 1944.
Em 1927 apareceu ”A Era Nova” sob a direção de A. Crucho Dias, que passou a direção do jornal para A. Cardoso, “A Era Nova” viveu até ao advento da nova remodelação territorial do pais, tendo a erecção da nossa província justificado a mudança do seu título para “A Beira Baixa” onde ele se manteve até 1944.
António Rodrigues Cardoso, permaneceu
no jornalismo local mais de 50 anos, durante quase meio século redigiu milhares
de páginas, deixando bem vincado o seu anseio pelo progresso da sua
região.
António Rodrigues Cardoso, tinha
a paixão da história regional, deliciava-se no estudo dos velhos manuscritos
que lhe podia deixar visionar a nossa vida em tempos idos. Morreu em Castelo Branco, a 28 de Janeiro de 1944.
A ele se deve a publicação das "Efemérides Municipais"; Crónicas "Do Canhenho de Um Velho"; e muitos outros trabalhos sobre a terra albicastrense
A ele se deve a publicação das "Efemérides Municipais"; Crónicas "Do Canhenho de Um Velho"; e muitos outros trabalhos sobre a terra albicastrense
Setenta e cinco anos após a sua morte, aqui fica a recordação de alguém que amou e viveu intensamente a terra albicastrense.
PS. Recolha de dados. "Subsídio para a História Regional da Beira Baixa", de J. Ribeiro Cardoso.
O Albicastrense
O Albicastrense
Pedro Bernardino
ResponderEliminarObrigado António Veríssimo Bispo, com este post fiquei a saber quem era este senhor, que dá nome à rua onde o "meu"clube da cidade Desportivo de Castelo Branco tem a sua sede.
(Comentário feito no facebook)
Amigo Pedro
EliminarSó por isso já valeu a pena ter feito este poste.
Abraço
Era o meu trisavô.
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