RE-PUBLICAÇÃO SOBRE OS PORTADOS
QUINHENTISTAS DA TERRA ALBICASTRENSES
TRABALHO DO PADRE ANACLETO MARTINS - 1979
(Publicação: Quinta de Sete.
(Continuação)
RUA D' EGA
São quinhentistas os portados geminados números: 6 e
8; 44 e 46; 69 e 71; os portados, com lintéis trabalhados, números: 59 e 64; os
portados simples números: 4, 10; 23; 32; 48; 50; 52; 58; 60; 63; 68; com
inscrição ilegível, no lintél e dividido em porta e janela, 72; 75; 80; 82; 84;
87; 89; 91; 94 e 109.
A casa nº 29 tem um belo portado, gótico, interior,
denunciando a existência de um antigo átrio que o precederia.
TRAVESSA DA RUA D' EGA
É quinhentista o portado número 2, bastante
prejudicado, sendo também quinhentista a janela existente na mesma casa.
RUA DOS OLEIROS
São quinhentistas os portados geminados, números 34 e
36; 39 e 41; 48 que foi geminado com portado, hoje transformado em janela; os
portados, com lintéis trabalhados, com ornato característico, números: 1; 21;
24; 51; 53; e 62; os portados simples: 4; 5; 7; 9; 30; 38; 52; 55; 64; 65 e 68,
correspondente à casa que faz esquina com a Travessa da Rua Nova, casa muito
mal tratada e com um bom conjunto de janelas, também quinhentistas.
TRAVESSA DOS OLEIROS
É quinhentista o portado número 3, na casa que lhe
corresponde, há também uma janela quinhentista com um recorte em bico, no
centro do lintél.
RUA DOS PELETEIROS
(Temporariamente também designada “das Constituintes”)
São quinhentistas os portados geminados números: 38,
geminado com portado, hoje transformado em janela; 63 e 65; os portados com
lintéis trabalhados, números 37; 42 e 76; os portados simples, números: 20; 26
– o edifício a que corresponde este número tem duas janelas também
quinhentistas: 31; 32; 34; 48; 56; 62 e 74.
O portado número 42, tem uma tesoura gravada no
lintél, envolvida no respectivo ornato.
RUA NOVA
São quinhentistas os portados geminados, números: 46 e
48; o portado número 14, manuelino, de impressionante e singela beleza; o
portado número 54, geminado com janela que foi portado, também quinhentista e
os portados simples, números: 10, que foi dividido, e prejudicado para formar
também janela, 11; 12; 13; 38; 42.
TRAVESSA DA RUA NOVA
São quinhentistas os portados geminados números: 3 e
5, os portados simples, números: 4; 10; 11; 14; 17; 21, 29,31, 33 e 35. Os
portados números 10 e 11 estão bastante prejudicados.
A casa correspondente aos números 33 e 35 tem no
primeiro andar uma janela quinhentista, com lintél trabalhado com ornato
manuelino.
RUA DO CAVALEIRO
(Também conhecida por Rua das Freiras)
É quinhentista o portado número 5-A
RUA DOS PASSARINHOS
São quinhentistas os portados números: 18 e 22.
33 ANOS DEPOIS
TRABALHO DE VERÍSSIMO BISPO - (2013)
Rua D' ega
Os portados quinhentistas números: 46; 58; 82; 84 e 94 contabilizados
no trabalho do padre Anacleto, já não moram nesta rua.
As casas em que eles davam entrada a quem nelas
viviam, foram remodeladas e nos seus lugares existem hoje, coisas de que nem
vale a pena falar.
Existem ainda mais dois portados (98 e 91), que não consegui descortinar se eles foram rebocados e depois pintados, ou se foram arrasados e substituídos por tijolos e cimento.
A juntar a esta tragédia, temos ainda portados em casas degradadas, portados borrados e com outras maletas.
Existem ainda mais dois portados (98 e 91), que não consegui descortinar se eles foram rebocados e depois pintados, ou se foram arrasados e substituídos por tijolos e cimento.
A juntar a esta tragédia, temos ainda portados em casas degradadas, portados borrados e com outras maletas.
Travessa da Rua D'ega
O portado número 2 e a janela que constavam no trabalho do padre Anacleto, deixaram de existir. A casa que albergava os lindinhos foi “remodelada”. O portado e a janela deviam estar fora de moda, por isso foram espatifados.
O portado número 2 e a janela que constavam no trabalho do padre Anacleto, deixaram de existir. A casa que albergava os lindinhos foi “remodelada”. O portado e a janela deviam estar fora de moda, por isso foram espatifados.
Rua dos Oleiros
Nesta rua temos alguns dos mais belos portados da
terra albicastrense, contudo, esse facto de pouco ou nada lhes valeu, pois os
portados números 5 e 30 deixaram de existir.
O padre Anacleto no seu trabalho, diz o seguinte sobre
uma casa situada nesta rua:
“Casa que faz esquina com a travessa da Rua Nova, casa muito mal tratada e com um bom conjunto de janelas, também quinhentistas”.
“Casa que faz esquina com a travessa da Rua Nova, casa muito mal tratada e com um bom conjunto de janelas, também quinhentistas”.
Trinta e três anos depois, a casa continua “agora
muito mais mal tratada” à espera de melhores dias, como aliás se pode ver numa
das imagens que fazem parte deste post. E ainda há quem diga, que por
vezes as coisas não se resolvem porque ninguém levanta o problema! Pobre padre
Anacleto....
Travessa dos Oleiros
O único portado desta rua continua no seu lugar.
Rua dos Peleteiros
Nesta rua temos duas baixas, o portado número 76 foi
deitado abaixo, o número 48 foi transformado em janela.
Rua Nova
Nesta rua a desgraça instalou-se e semeou o flagelo.
Os portados números: 11; 13; 46e 48 já não habitam
nesta rua. Os motivos que levaram ao abatimento de alguns dos portados,
foram as obras feitas pela autarquia albicastrense nesta zona, (Museu
Cargaleiro).
Outros, (como não podia deixar de ser) foram as
remodelações das casas onde eles davam entrada. Com essas remodelações, eles
foram deitados abaixo e nos seus lugares temos hoje: portões para meter o popó,
paredes de cimento e até portados de granito novos.
Travessa da Rua Nova
Tal como na rua anterior, a desgraça também se
instalou nesta rua. Os portados números: 4; 10; e 14 deixaram
de existir.
Os motivos de tal atrocidade, foram os mesmos da Rua Nova.
Os motivos de tal atrocidade, foram os mesmos da Rua Nova.
Rua do Cavaleiro
Nesta rua o portado descrito pelo padre Anacleto,
continua no seu posto.
Rua dos Passarinhos
Os 2 portados contabilizados no trabalho do padre
Anacleto, continuam a existir.
RESUMO DAS NOVE RUAS
Trinta e três anos depois do trabalho do padre
Anacleto, constatei que neste conjunto de nove ruas, houve 17 (DEZASSETE.) portados que foram
arrasados.
Uma autêntica razia! É o mínimo que posso dizer do
manda abaixo, praticado pelos albicastrenses ao longo desse tempo.
Contudo, torna-se necessário salvaguardar os casos da
Rua Nova e Travessa da Rua Nova, pois alguns dos portados (simples) estavam em
casas que foram mandadas abaixo, para que fosse possível requalificar a zona do
museu Cargaleiro.
Nas outras ruas, os motivos foram (como sempre), as
obras feitas nas casas, que suportavam os portados, obras que levaram à
substituição dos velhos portados por aberrações
completamente estapafúrdias.
Também neste conjunto de ruas, as velhas casas em que
muitos dos portados dão entrada, estão em péssimas condições, situação que pode
levar à destruição de muitos deles, se todos ficarmos sossegadinhos no nosso
cantinho.
(Continua)
O Albicastrense
Sem comentários:
Enviar um comentário