quinta-feira, abril 08, 2021

MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE

ANTIGA CAPELA E ALBERGARIA DE SANTA EULÁLIA
(Situadas em tempos, na Rua dos Ferreiros)
 
Erguiam-se na Rua dos Ferreiros, no troço compreendido entre o Postiguinho de Valadares e a antiga porta da vila que existia na muralha e que dava acesso à antiga rua da Corredoura (hoje denominada de Bartolomeu da Costa). A Capela foi instituída por Martim Esteves no século XIV e os seus administradores ou morgados eram abrigados a manter, com os seus rendimentos, um hospital na vila de Castelo Branco.
Os administradores limitaram-se porem, a custear com os rendimentos uma albergaria destinada a dar guarida aos peregrinos religiosa e aos viajantes pobres. 


A albergaria de Santa Eulália estava instalada numa casa anexa à capela. Martim Esteves deixou o vínculo a Vasco Anes, para este o legar a um seu filho que não fosse sandeu nem desmemoriado.


Rui Vasquez, 3º sucessor do vínculo, formou em 1431 uma petição ao Rei D. João I para que lhe fosse permitido aumentar os bens de Santa Eulália, alegando que “não se cumprira inteiramente aquilo que nas disposições se ordenara, como do dito morgado era conteúdo”. Ignora-se se a petição obteve deferimento. Sabe-se, todavia, que antes de 1514. Data da instituição da Misericórdia de Castelo Branco, já existiam na vila umas confrarias pobres que sustentavam com os seus minguados recursos um pequeno hospital. 

O Dr. Hermano de Castro e Silva, no seu livro: “A Misericórdia de Castelo Branco” publicado em 1891, assegura ter visto um velho documento, muito deteriorado pela ação do tempo, no qual se afirma que aquelas confrarias não tinham compromisso porque “a fazenda foi deixada por diversas pessoas que, como confrades deixavam cada uma à confraria do Santo de que era devota, para as missas que agora se dizem pelas almas de todos os benfeitores deles defuntos”.

Foi com os bens destas confrarias que o Rei D. Manuel fundou a Misericórdia de Castelo Branco. No século XIX a capela de Santa Eulália foi transformada em palheiro e no século seguinte arrasada, para no local onde havia sido erguida, ser edificado uma casa de habitação.
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Em 2008, durante as obras de requalificação da Praça Posiguinhos de Valadares, surgiram vestígios de algo que em tempos ali existiu. Fui ao local para captar algumas imagens, quando lá cheguei estava tudo vedado para não permitir o que quer que fosse. Felizmente consegui entra na sede do Benfica, e de uma das janelas captei a imagem que  podem ver nesta publicação. 
O ALBICASTRENSE 

3 comentários:

  1. Pedro Miguel Salvado
    Velhos tempos e lutas pelo património da cidade.
    Enfim....
    (Comentário feito no facebook).

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  2. Pedro Miguel Salvado
    Forma os tempos da "arqueologia" dos panos pretos...
    Uma vergonha técnico-politica.
    (Comentário feito no facebook).

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    Respostas
    1. PEDRO.
      Ainda hoje não consigo compreender a razão de terem enterrado tudo de novo. Sei que sou um leigo nesta matéria, mas... não posso deixar de aqui colocara seguinte questão: não teria sido possível deixar visível estas ruínas? A pergunta fica, agora espero respostas.
      Abraço

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