terça-feira, março 01, 2022

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS – CXLIX


A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940.

A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes)

(Continuação)
Vem a seguir a sessão de 5 de Abril.
Foi presente uma provisão do Desembargo do Povo, para que a Câmara se pronunciasse sobre um requerimento de Joaquim José Mendes Fevereiro, no qual solicitava a graça de lhe ser concedida “a propriedade exclusiva da Barca do Tejo no Porto de Malpica
A Câmara informou que a Barca tinha sido queimada em 1809, para que dela não pudesse utilizar-se o inimigo, mas que, em suma, outra barca podia fazer-se e o requerente merecia ser atendido no que pedia pagando á Câmara por ano quatro mil réis, como dantes pagava.
Vimos que a carta régia, de que constavam os nomes dos vereadores e procuradores do concelho que haviam de servir durante o resto do ano de 1811 e dai em diante ainda até ser, substituídos, foi aberta na sessão da Câmara que se realizou no dia 26 de Março.
Até então, era praxe invariavelmente aparecer os novos vereadores a tomar posse no próprio dia em que era lida a carta régia, mas desta vez não sucedeu assim: só no dia 6 de Abril é que apareceram a tomar posse e a juramente os vereadores “José da Silva Castelo-Branco, Fernando da Costa, o moço e o procurador do Concelho Fernando José de Carvalho”, e estes porque “foram chamados a Câmara”.
 Quando ao outro vereador, que era Francisco José Freire de Carvalho Falcão, o caso era outro: não esteve para se meter em trabalhos e mandou ao juiz de fora um ofício que não deixa de ser interessante e por isso o transcrevemos na íntegra.

O homem achava que a sua idade, moléstia e o desarranjo em que andava com a família, com o contrapeso de viver na sua casa de Castelo Bom, que ficava fora da Comarca, nos últimos quatro anos, bastavam para o dispensar de se meter em trabalhos de vereador; mas à cautela foi ainda invocando o seu “regimento das Caudelarias”, que o desobrigava de todo o cargo civil, politico e militar.
Palavras. O caso era outro. Os tempos corriam bicudos, os franceses ainda estavam por aqui perto e o mais seguro era andar por lá á vontade, quer na sua casa de Castelo Bom, que ficava “fora desta Comarca”, quer no Monte da Farropa, que ficava cá dentro da Comarca, mas um pouco fora do caminho que os franceses podia trilhar.
Os vereadores disseram a respeito do ofício “o declarado não é da competência desta Câmara”, mas ele foi-se deixando ficar por lá.
Nesta sessão foi ainda nomeado para “Depositário dos Novos Direitos da Comarca e papel selado” António Robalo.
(Continua)
 Aos leitores dos postes “Efemérides Municipais”.
O que acabaram de ler é uma transcrição, do
que foi publicado na época.
O Albicastrense

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