Depois de ter publicado uma pequena biografia de José Lopes Dias, não podia deixar de fazer o mesmo em relação ao seu irmão Jaime Lopes Dias. Dois irmãos que não sendo albicastrenses, foram muito mais albicastrenses que muitos dos que cá nasceram.
Foi o filho mais velho de uma fratria de 5 irmãos de José Lopes Dias, professor primário, e de Angélica Mendes Barreiros Dias. Com a morte precoce da sua mãe, o seu pai vem a casar novamente e a ter os restantes quatro filhos. Em 1914 tornou-se notário, por concurso público, em Idanha-a-Nova, ano e local onde viria a casar com Maria do Carmo de Andrade Pissara (1889-1980).
Teve quatro filhos, dois rapazes e duas raparigas, que por sua vez deram origem a 10 netas e um neto. Conheceu ainda alguns bisnetos. A família foi sempre uma dimensão importante da sua vida e à qual dedicava grande parte da sua atenção. Frequentou o Liceu de Castelo Branco e, mais tarde, estudou no colégio de São Fiel, mas foi no Liceu de Coimbra que completou o curso complementar de Letras.
O curso de direito foi realizado na Universidade. De Coimbra entre 1908 e 1912.
Administrador do concelho de Idanha-a-Nova, de 16 de Julho de 1915 a 30 de Outubro de 1916. Aluno da Escola de Oficias Milicianos, de Novembro de 1917 a Junho de 1918. Membro da Comissão Administrativa Municipal de Idanha-a-Nova (1919);
Foi vereador da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova entre 1915 e 1919. Posteriormente, muda-se para Castelo Branco, onde em 1919 é empossado Juiz presidente do tribunal dos desastres no trabalho tendo sido também secretário-geral do governo civil de Castelo de Branco. Ainda em Castelo Branco, foi professor provisório do 4º grupo do Liceu de Castelo Branco, de Dezembro de 1923 a Julho de 1924 e do 5º grupo do mesmo Liceu desde Dezembro de 1926 a Junho de 1927.
Em 1933 é autor, com o então professor de direito Marcelo Caetano, do código administrativo. Este facto veio a ser interpretado como um sinal de aproximação ao regime, então no seu início. Na verdade, Jaime Lopes Dias recusou sempre cargos de conotação política, nunca se identificando com o regime de Salazar e Caetano. Ajudou amigos, conhecidos e opositores a escaparem à polícia política, nomeadamente em fugas para Espanha.
A partir de 1938 tornou-se diretor dos serviços centrais e culturais da Câmara Municipal de Lisboa, tendo dirigido a Revista Municipal, dedicada aos estudos Olisiponenses. Foi também membro dos Jardim Escola João de Deus, que ajudou a organizar e difundir ao longo de muitos anos. Morreu depois do 25 de Abril de 1974, revolução que encarou com alegria e otimismo, lamentando apenas já não ter idade para poder festejar.
Faleceu em Lisboa em 1977 e quis ser sepultado no seu já Vale da Senhora da Póvoa. Depois da sua morte, alguém decidiu atribuir o seu nome à biblioteca municipal. Contudo, quando da mudança da biblioteca para o antigo quartel, o nome de José Lopes Dias deixou de constar como patrono da mesma, e em 2024, dá-se a mudança para António Forte Salvado.
Ps. Recolha de dados: Wikipedia
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