quarta-feira, outubro 01, 2025

JAIME LOPES DIAS - (1890/1977)

JAIME LOPES DIAS - (1890/1977)
JOSÉ  LOPES  DIAS - (1900/1976)
 

Depois de ter publicado uma pequena biografia de José Lopes Dias, não podia deixar de fazer o mesmo em relação ao seu irmão Jaime Lopes Dias. Dois irmãos que não sendo albicastrenses, foram muito mais albicastrenses que muitos dos que cá nasceram. 


Foi o filho mais velho de uma fratria de 5 irmãos de José Lopes Dias, professor primário, e de Angélica Mendes Barreiros Dias. Com a morte precoce da sua mãe, o seu pai vem a casar novamente e a ter os restantes quatro filhos. Em 1914 tornou-se notário, por concurso público, em Idanha-a-Nova, ano e local onde viria a casar com Maria do Carmo de Andrade Pissara (1889-1980).

Teve quatro filhos, dois rapazes e duas raparigas, que por sua vez deram origem a 10 netas e um neto. Conheceu ainda alguns bisnetos. A família foi sempre uma dimensão importante da sua vida e à qual dedicava grande parte da sua atenção. Frequentou o Liceu de Castelo Branco e, mais tarde, estudou no colégio de São Fiel, mas foi no Liceu de Coimbra que completou o curso complementar de Letras. 

O curso de direito foi realizado na Universidade. De Coimbra entre 1908 e 1912. 

Administrador do concelho de Idanha-a-Nova, de 16 de Julho de 1915 a 30 de Outubro de 1916. Aluno da Escola de Oficias Milicianos, de Novembro de 1917 a Junho de 1918. Membro da Comissão Administrativa Municipal de Idanha-a-Nova (1919);

Foi vereador da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova entre 1915 e 1919. Posteriormente, muda-se para Castelo Branco, onde em 1919 é empossado Juiz presidente do tribunal dos desastres no trabalho tendo sido também secretário-geral do governo civil de Castelo de Branco. Ainda em Castelo Branco, foi professor provisório do 4º grupo do Liceu de Castelo Branco, de Dezembro de 1923 a Julho de 1924 e do 5º grupo do mesmo Liceu desde Dezembro de 1926 a Junho de 1927.

Mais tarde, mudou-se para Lisboa, onde exerceu a função de Diretor dos Serviços Centrais e Culturais na Câmara Municipal de Lisboa, de 1938 até à sua reforma por idade. Foi à capital que dedicou muito do seu trabalho ao longo do resto da sua vida, embora mantendo sempre uma grande ligação à sua região natal, onde ia frequentemente.  Não raramente, ajudava conterrâneos a encontrar trabalho em Lisboa e dedicou-se sempre ao desenvolvimento regional. São exemplos disso o seu esforço para que fosse construída a barragem de Idanha-a-Nova, hoje barragem Carmona, havendo quem tenha escrito6 que poderia chamar-se Jaime Lopes Dias, tal foi a sua implicação no projeto, mas há outros exemplos. 
Manteve sempre uma relação forte com a imprensa que lia de forma apaixonada e onde escreveu durante vários anos. Uma das suas mais importantes obras é a Etnografia da Beira (1926). Esta obra de fôlego, com 11 volumes, resultou de um intenso e prolongado esforço de recolha de tradições orais sobre a vida, as tradições, os costumes, o folclore e as diversidades culturais da Beira-Baixa.

Em 1933 é autor, com o então professor de direito Marcelo Caetano, do código administrativo. Este facto veio a ser interpretado como um sinal de aproximação ao regime, então no seu início. Na verdade, Jaime Lopes Dias recusou sempre cargos de conotação política, nunca se identificando com o regime de Salazar e Caetano. Ajudou amigos, conhecidos e opositores a escaparem à polícia política, nomeadamente em fugas para Espanha. 

A partir de 1938 tornou-se diretor dos serviços centrais e culturais da Câmara Municipal de Lisboa, tendo dirigido a Revista Municipal, dedicada aos estudos Olisiponenses. Foi também membro dos Jardim Escola João de Deus, que ajudou a organizar e difundir ao longo de muitos anos.  Morreu depois do 25 de Abril de 1974, revolução que encarou com alegria e otimismo, lamentando apenas já não ter idade para poder festejar. 

Faleceu em Lisboa em 1977 e quis ser sepultado no seu já Vale da Senhora da PóvoaDepois da sua morte, alguém decidiu atribuir o seu nome à biblioteca municipal. Contudo, quando da mudança da biblioteca para o antigo quartel, o nome de José Lopes Dias deixou de constar como patrono da mesma,  e em 2024, dá-se a mudança para António Forte Salvado.

Ps. Recolha de dados: Wikipedia

O ALBICASTRENSE

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