sexta-feira, outubro 21, 2005

HOMENS E MULHERES DA NOSSA TERRA: BARATA MOURA

BARATA MOURA 
PINTOR

Recentemente tive a oportunidade de ler numa revista, uma pequena entrevista com o pintor Barata Moura. Nela o pintor refere a sua mágoa, por não ver algumas das suas obras mais importantes expostas, referia-se mais concretamente á sua maior obra “Encontros com o Tejo” (sessenta quadros), que levou cerca de cinquenta anos a pintar.
Quem é Barata Moura?
Barata Moura nasceu em Castelo Novo, Fundão em 1910 radicando-se muito cedo em Lisboa. Nesta cidade, tirou o curso de pintor-decorador de Escola António Arroio e frequentou Belas Artes. De Paula Campos, Falcão Trigoso e Mário Augusto recebeu lições particulares tendo com esses pintores, realizado pintura ao ar livre. Conta-se pelas muitas dezenas o número de exposições que levou a efeito em Portugal e no estrangeiro. 
É autor dos conjuntos Pelourinhos e Castelos da Beira Baixa (trinta e um quadros) e Encontros com o Tejo (sessenta quadros), com os quais o Museu de Francisco Tavares Proença Júnior realizou algumas exposições itinerantes há alguns anos. Encontra-se representado no referido Museu e em outros Museus e em numerosas colecções particulares.
Ao ler a pequena reportagem, não pede deixar de pensar naquele ano de 1978, quando a convite do Dr. António Forte Salvado, director Museu Francisco Tavares Proença Júnior de Castelo Branco, ele ali expôs pela primeira vez, e eu tive a sorte de o conhecer.

Era comum ouvi-lo dizer “chamam-me o pintor do povo”
Ele tinha a exacta noção do que a sua pintura representava na grande maioria das pessoas, a reacção dos visitantes aos seus quadros, a forma como ele dialogava com eles durante a visita à sua exposição os abraços com que muitos dos visitantes o premiavam no final da exposição tornavam-no um homem extremamente feliz. 
A referida exposição e todas as outras que se seguiram ao longo dos tempos no Museu, foram sempre visitadas por largas centenas de pessoas, com todos os seus quadros vendidos e outros tantos encomendados. 
A sua ligação ao Museu e a cidade de Castelo Branco tornou-se a partir dessa altura num acto de amor, as suas obras mais conhecidas “Pelourinhos e Castelos da Beira Baixa” um conjunto de trinta e um quadros e ”Encontros com o Tejo” um conjunto de sessenta quadros, que levou mais de cinquenta anos a pintar e ele ofereceu ao Museu, são a sua maior prova de amor.
Em 2003 Barata Moura foi distinguido com a comenda do Infante D. Henrique pelo Presidente da Republica Dr. Jorge Sampaio, por toda uma vida dedicada a Pintura.
Barata Moura hoje com 94 anos encontra-se actualmente num lar de idosos perto de Lisboa.
A pergunta a fazer neste momento a fazer é!
Para quando a justa homenagem em vida ao Mestre Barata Moura, com a realização de uma exposição com as referidas obras e não só, no Museu Tavares Proença, e se possível com a sua presença física?
Será que estão á espera do final do mestre Barata Moura, para depois fazer o que deve ser feito em vida?
Ou será que para os entendidos da pintura, aquilo a que eu assisti nas exposições do Mestre Barata Moura são apenas sonhos, que nunca foram realidades.
Triste sina a nossa quando alguns idiotas decidem por nós, o que devemos ver e não aquilo que gostamos de ver.
Para terminar cito aqui uma definição atribuída a Viera da Silva e que assenta que nem uma luva ao Mestre Barata Moura.

Pintor não é aquele que sabe pintar mas aquele 
dedica a sua vida à pintura”
O ALBICASTRENSE

3 comentários:

  1. Anónimo13:52

    Bom texto amigo.

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  2. Gostei muito de encontar aqui tantas curiosidades sobre um pintor da minha terra.O Barata Moura merece,embora ele seja tão modesto.Felicidades.

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  3. O Barata Moura era um grande pintor sem margem de dúvida, só é pena ele infelizmente já nao estar entre nós. Conheçi-o em pequena e tenho uma obra dele em minha casa com o seu autógrafo. Sou da mesma aldeia que o viu nascer e muitos dos seus quadros eu admirei. Ele simplesmente era uma pessoa cinco estrelas e sim senhor um pintor do povo.

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