OFICINA ESCOLA
DE
BORDADOS DE CASTELO BRANCO
BORDADOS DE CASTELO BRANCO
O Dr. Salvado cedia nas instalações do Museu a casa a que tinha direito, para ai instalar um grupo de bordadeiras, que iria dar origem em 1976 á criação da oficina-escola, de Bordados de Castelo Branco, cujo os objectivos eram a produção, conservação, restauro e divulgação dos bordados de Castelo Branco. Competia ainda ao Museu o estudo e aperfeiçoamento das técnicas e da arte dos bordados, devendo ainda prestar colaboração e apoio às actividades e aos trabalhos oficinais dos estabelecimentos de ensino de Castelo Branco.
A vinda pró Museu das bordadeiras não foi porém nada fácil para elas. Nos primeiros tempos, o salário das bordadeiras dependia da vendas dos bordados, uma vez que o Museu não disponha de meios financeiros para lhes pagar, só com a integração delas no quatro de pessoal do Museu foi possível a resolução do problema. Será justo ainda aqui referir o empenho e o brio profissional que sempre demonstraram, não esquecendo porém a encarregada D. Etelvira e os seus conhecimentos em Lisboa, foi também fundamental o trabalho desenvolvido pelo Dr. Salvado para a criação da oficina-escola de bordados de Castelo Branco.
Foram muitas exposições de bordados no Museu e fora dele entre 76 e 89 porém á uma que recordo pela sua importância e também por ter feito as fotografias para o respectivo catálogo que ainda hoje guardo com algum carinho. Estou a referir-me á exposição feita em Lisboa na galeria Almada Negreiros em 86.
Porém o mais o mais importante, por parte da direcção do Museu foi o iniciar da sua colecção de colchas antigas, hoje uma das mais importantes do país, pena é que a oficina-escola que eu também ajudei a criar, tenha os seus dias contados, das cerca de vinte bordadeiras iniciais, restam actualmente cinco, por motivo de reforma das funcionarias, e não haver qualquer interesse por parte das entidades responsáveis ( M.C. – IPM ) na sua continuação.
O acabar com a oficia-escola é hoje em meu entender quase uma realidade, porem a destruição do seu espaço físico em 1992, foi o primeiro passo, nesse sentido, na década de 80 foram construídas instalações próprias no edifício do museu para funcionamento dos bordados. Essa construção situava-se junto a figueira ao lado do Museu, e muito mal ficaria eu comigo próprio se não contasse aqui uma pequena história sobre as referidas instalações. No início dos anos 80, o Dr. Salvado então director do Museu conseguiu que fossem feitas as referidas instalações que reuniam todas as condições para um bom funcionamento dos bordados. A construção tinha duas salas: uma para as bordadeiras e outra para o marceneiro que dava apoio á oficina-escola, um vasto corredor e ainda duas casas de banho, na sala das bordadeiras foi construída uma clara bóia para ter luz natural.
Ali funcionaram os bordados durante alguns anos, mas em 1992 aquando das obras de restauro do museu já com outra directora (a personagem seguinte) eis que se da o milagre da extinção do edifício dos bordados. Pegou-se numa borracha e apagou-se as instalações dos bordados e colocou-se lá um restaurante – o restaurante invisível (!!!), que ainda hoje pode ser visto (ou não visto) no local.
Será que se esta história real acontecesse noutro local, o fim seria o mesmo?
Os Albicastrenses vão mais uma vez ficar surdos e calados?
Ou será que o proclamado certificado do bordado de Castelo Branco que alguns falam vai resolver todos os problemas?
Foi difícil a sua criação.
Será assim tão fácil, a sua destruição?
CONTINUA
O Albicastrense
Viva! Já fazia falta um blogue sobre Castelo branco, vivo em Lisboa mas tenho aí muitas raízes!! Continue e cumprimentos!
ResponderEliminarTal como no tempo do Estado Novo,os Bordados de Castelo Branco estão nas mãos do poder. Agora é uma deputada do Partido Socialista o 'motor' do futuro dos mesmos. Isto é que vai uma danaç como diz a mina avó
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