quinta-feira, outubro 13, 2005

MUSEU DE FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR


Continuação. 1976 – 1989 =III

TRANSPOSIÇÃO DE UM SOLO
DE HABITAT PALEOLÍTICO
 DE VILAS RUIVAS
 (RODÃO)

A oficina-Escola é ainda hoje uma realidade, podendo a curto prazo ser apenas uma saudade, porém outras realidades que existiram no Museu, são hoje apenas gratas recordações.

O solo de habitat paleolítico de Vilas Ruivas (Ródão).
Quando em 11 de Abril de 1981 foi inaugurado na sala 1 do Museu uma exposição relativa à Estação de Vilas Ruivas e ao Paleolítico do Ródão, poucas pessoas poderiam imaginar as mais de mil horas de trabalho necessárias para a montagem do solo no Museu.
Não vou aqui lembrar do que foi todo o processo de montagem do referido solo no Museu, pois seria de todo impossível faze-lo nesta pagina dado à sua complexidade, porém quem tiver a curiosidade ou seja um apaixonado por estas coisas, pode dirigir-se à loja do Museu e adquirir o livro publicado na altura da autoria do Dr. Luís Raposo e Dr. António Carlos Silva sobre todo o processo de montagem e não só.
Se me fosse pedido que dissesse o que mais me marcou culturalmente, ao longo de tempo em que ali trabalhei, diria sem grandes dúvidas, a montagem de um solo de habitat paleolítico de Ródão. A reacção dos jovens estudantes quando ali se deslocavam juntamente com os seus professores, para no local terem as suas aulas de história, era no mínimo de espanto e admiração, pela oportunidade de poderem ver ao vivo no Museu um solo de habitat paleolítico.
O solo era sem dúvida o elo mais importante que ligava as escolas ao Museu, juntamente com os bordados. Porém em 1993 esse elo quebrou-se, aquando das obras de restauro do Museu, as mentes iluminadas de alguns sábios que habitam em Lisboa e não só, decretaram o seu fim. Depois de mais de mil horas de trabalho para que a sua montagem no Museu fosse uma realidade, é ordenada a sua desmontagem, ficando praticamente ao abandono durante alguns anos.
Não fosse a determinação da Dr. Ana Margarida terceira directora com quem tive a honra de trabalhar, hoje o referido solo seria apenas uma imagem fotográfica. Em 2000 o solo foi devidamente limpo, cuidadosamente encaixotado e colocado em lugar seguro, sete anos apôs os tais sábios terem feito da sua estupidez lei.
Será que alguma vez foram pedidas desculpas ao Grupo para o estudo do Paleolítico Português, e aos Drs. Luís Raposo e António Carlos Silva, responsáveis pela sua montagem no museu em 1981?
Aqui faço a pergunta para quando a sua colocação de novo, numa das salas do r/c do Museu?
Albicastrenses palavras para que!  Só temos aquilo que merecemos...
CONTINUA
O Albicastrense

3 comentários:

  1. O lugar seguro é aonde?

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  2. Como participante parcial da montagem do solo paleolítico de Vilas Ruivas, sinto tristeza e algum nojo pela notícia.

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  3. Anónimo10:25

    Boas.
    Concordo plenamente com o teu post.
    É uma pouca vergonha o q fizeram com o nosso museu.
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