A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre
Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para
o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de
1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A mudança de um para outro
jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC”
foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve
ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).
O texto está escrito, tal como foi publicado.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)
Temos agora a sessão de 24 de Julho.
Também nesta não houve muito que fazer. Foram nomeados
os louvados “para
avalliarem as Ervagens do Conselho que neste anno se hão de a rematar”
e estes, que pelos jeitos as conheciam bem, avaliaram-nos logo ali pela forma
seguinte:
A do Carvalhal, em 45:000 réis; a do Cagavaio, em 42:000
réis; a do Canto, em 40:000 réis; a da Rebouça, em 50:000 réis; a de “Val de
Lobato”, em 42:000 réis; a do Semedeiro, em 45:000 réis; a da Lomba do Velho em
50:000 réis; a da Pedra da Abelha, em 42:000 réis; a da Capa rôta, em 60:000
réis; a da “Meya Sorte”, em 28:000 réis; a da Corga das Azenhas, em 48:000
réis; a das Lombas, em 50:000 réis; a de “Cabesso de Figueyredo”, em 45:000
réis; a de Fonte do Taleigo, em 35:000 réis; a da Lameira do Sapato, em 38:000
réis; a do “Val do Mouro”, em 35: réis; a do Rouxinol (o escrivão Aranha
escreve em francês, Rossignol), em 45:000 réis; a da Manga de Pero Velho,
65:000 réis; a de Voltas da Liria, em 38:000 réis; a do Barregão, em 40:000
réis; a do Ribeiro de Ega, em 65:000 réis; a do Couto da Liria, em 50: réis; a
dos Alvarinhos, em 80:000 réis.
Todas juntas, pouco mais de um conto.
Quantos contos valeriam hoje todas essas
ervagens? Diga-o quem as conhecer, se for capaz de as conhecer todas, porque
muitas não são conhecidas hoje pelos nomes que então tinham.
A sessão imediata realizou-se em 30 de Julho e
nela torna a aparecer-nos o “Tesoureyro dos Ingeitadosa” a queixar-se de que
não tem um vintém para fazer “os pagamentos das Creaçoens dos mesmos” e a Câmara não tem
outro remédio senão lançar nova sisa para o efeito. E a necessidade era tão
grande que a Câmara determinou: “que o escrivão desta Camara passará as ordens
necessárias com toda a clareza para que assim se observe e no termo de outo
dias entregar cada hûa Terra a quantia que lhe he destrebuida ao dito
Thezoureyro dos Ingeitados nesta Cidade Manuel António de Carvalho cobrando
delles recibo sob pena de se proceder contra os Juízes e Procuradores”.
(Continua)
PS. Mais uma vez informe os leitores dos postes “Efemérides Municipais”,
que o que acabou de ler é, uma transcrição fiel do que foi publicado na
época.
O Albicastrense
Temos agora a sessão de 24 de Julho.
Também nesta não houve muito que fazer. Foram nomeados
os louvados “para
avalliarem as Ervagens do Conselho que neste anno se hão de a rematar”
e estes, que pelos jeitos as conheciam bem, avaliaram-nos logo ali pela forma
seguinte:
A do Carvalhal, em 45:000 réis; a do Cagavaio, em 42:000
réis; a do Canto, em 40:000 réis; a da Rebouça, em 50:000 réis; a de “Val de
Lobato”, em 42:000 réis; a do Semedeiro, em 45:000 réis; a da Lomba do Velho em
50:000 réis; a da Pedra da Abelha, em 42:000 réis; a da Capa rôta, em 60:000
réis; a da “Meya Sorte”, em 28:000 réis; a da Corga das Azenhas, em 48:000
réis; a das Lombas, em 50:000 réis; a de “Cabesso de Figueyredo”, em 45:000
réis; a de Fonte do Taleigo, em 35:000 réis; a da Lameira do Sapato, em 38:000
réis; a do “Val do Mouro”, em 35: réis; a do Rouxinol (o escrivão Aranha
escreve em francês, Rossignol), em 45:000 réis; a da Manga de Pero Velho,
65:000 réis; a de Voltas da Liria, em 38:000 réis; a do Barregão, em 40:000
réis; a do Ribeiro de Ega, em 65:000 réis; a do Couto da Liria, em 50: réis; a
dos Alvarinhos, em 80:000 réis.
Todas juntas, pouco mais de um conto.
Quantos contos valeriam hoje todas essas
ervagens? Diga-o quem as conhecer, se for capaz de as conhecer todas, porque
muitas não são conhecidas hoje pelos nomes que então tinham.
A sessão imediata realizou-se em 30 de Julho e
nela torna a aparecer-nos o “Tesoureyro dos Ingeitadosa” a queixar-se de que
não tem um vintém para fazer “os pagamentos das Creaçoens dos mesmos” e a Câmara não tem
outro remédio senão lançar nova sisa para o efeito. E a necessidade era tão
grande que a Câmara determinou: “que o escrivão desta Camara passará as ordens
necessárias com toda a clareza para que assim se observe e no termo de outo
dias entregar cada hûa Terra a quantia que lhe he destrebuida ao dito
Thezoureyro dos Ingeitados nesta Cidade Manuel António de Carvalho cobrando
delles recibo sob pena de se proceder contra os Juízes e Procuradores”.
(Continua)
PS. Mais uma vez informe os leitores dos postes “Efemérides Municipais”,
que o que acabou de ler é, uma transcrição fiel do que foi publicado na
época.
O Albicastrense
Eu diria mesmo verdadeiros documentos para a história da cidade ...isso é um facto .Continue pois nessa tarefa que talvez os vindouros os possam aproveitar. Claro , se nos deixarem continuar a viver no interior!!!
ResponderEliminarAb.
Amigo idanhense sonhadora.
ResponderEliminarNão podia estar mais de acordo consigo.
O trabalho de António Rodrigues Cardoso é um verdadeiro tesoure.
Um abraço para si.