QUANDO A GUERRA BATE À PORTA
As Lutas da Restauração e a Invasão Francesa
(1ª Parte)
(Continuação)
Assento 23
- Frei António Estaço, capitão de cavalos e cavaleiro
da nossa Ordem, faleceu em o mesmo dia que a sua mãe (a 17.11.1663) e está enterrado
em túmulo dos leões.
Assento 24
- Aos 16 de Maio de 1666, morreram no choque
que houve em Ferreira Diogo Pires, do Cebolal; Gaspar Mendes, da Benquerença de Baixo e Francisco de
Oliveira, dos Maxiais / Barroso.
Assento 25
- Pelo
Mestre de Campo Estevão Pais da Costa, que morreu na ocasião em que se arrasou
a Sarça, se tem satisfeito com todo o cumprimento da Alma, que ele deixou em
seu testamento / Barroso (Maio, 1666).
Assento 26
- David Horsecraff, soldado do Regimento 32 de
El-rei da Grã-Bretanha, faleceu com o sacramento da extrema-unção (por mostrar
ser Católico Romano) no Hospital desta cidade, em 15 de Novembro de 1808.
Foi sepultado no adro desta igreja, de que fiz este termo que assinei / O Vig° Manuel Martins Pelejão.
Foi sepultado no adro desta igreja, de que fiz este termo que assinei / O Vig° Manuel Martins Pelejão.
Assento 27
-
Cristiano Bergmann, sargento do 5° Batalhão Alemão, faleceu em o 17 de Julho de
1809 e foi sepultado no adro desta igreja, de que fiz este termo que assinei /
O Vig° Manuel Martins Pelejão.
Assento 28 (Ibid. fl. 47)
- Inácio da Silva Delgado, alferes do 1 °
Batalhão da Leal Legião Lusitana, faleceu com todos os sacramentos e sem
testamento em o1° de Outubro de 1809. Foi sepultado no adro desta igreja, de
que fiz este termo que assinei / O Vig° Manuel Martins Pelejão.
Assento 29
- José Lopes,
soldado espanhol da 4ª Companhia do Batalhão de Mérida, faleceu com todos os
sacramentos e sem testamento em o 9 de Outubro de 1809. Foi sepultado no adro, de que fiz este termo
que assinei / O Vig° Manuel Martins Pelejão.
Comentário
As guerras em que o país se envolveu «bateram» quási sempre às portas da urbe albicastrense, nela deixando indeléveis marcas de destruição e morte, como podemos constatar através dos registos apresentados e relativos às lutas da Restauração (os três primeiros) e à invasão francesa (os restantes).
As guerras em que o país se envolveu «bateram» quási sempre às portas da urbe albicastrense, nela deixando indeléveis marcas de destruição e morte, como podemos constatar através dos registos apresentados e relativos às lutas da Restauração (os três primeiros) e à invasão francesa (os restantes).
No 1°
caso, eles confirmam que no território correspondente atualmente ao da
província da Beira Baixa a guerra desenrolou-se por largo período quer em ações
de saque e retaliação como pelo assalto às fortalezas e povoações mais próximas
da fronteira... Quanto à entrada dos franceses sem Castelo Branco e aos
sucessos que ali tiveram lugar, foram objecto de narrativas coevas já publicadas
pelo que nos abstemos de qualquer comentário sobre o assunto. (37)
Frei António Estaço da Costa, que morreu dos ferimentos sofridos na guerra em 17.11.1663 (Assento 23), foi batizado na igreja de Santa Maria a 1.2.1618, sendo filho de Manuel Oliveira de Vasconcelos e D. Helena da Costa de Lemos. Ainda jovem tomou parte nas lutas da Restauração, sendo-lhe concedida a patente de capitão dos Auxiliares da comarca de Castelo Branco, em 27.9.1647.
Frei António Estaço da Costa, que morreu dos ferimentos sofridos na guerra em 17.11.1663 (Assento 23), foi batizado na igreja de Santa Maria a 1.2.1618, sendo filho de Manuel Oliveira de Vasconcelos e D. Helena da Costa de Lemos. Ainda jovem tomou parte nas lutas da Restauração, sendo-lhe concedida a patente de capitão dos Auxiliares da comarca de Castelo Branco, em 27.9.1647.
Prestou
assinalados serviços não só na dita vila como nos mais diversos lugares e
ocasiões: na entrada da vila de Ferreira e socorro a Salvaterra do Extremo,
Penamacor e à província do Alentejo; na queima dos lugares de Pedras Alvas e
Estorninhos, Fuente Guinaldo, Perosie Penhaparda; na peleja que se travou com o
inimigo em Alcântara e assistência ao forte da Zebreira; na presa de gados em terras de Castela, entrada do campo de
Cória e recontro de Penha Garcia, em que foi ferido. Por tudo isto, teve a
mercê de cavaleiro da Ordem de Cristo com 40000 réis de tença, em 29.5.1655.
(38)
Estevão Pais Estaço (ou da Costa), primo-irmão do anterior e a quem se refere o Assento 25, foi batizado
a 10.3.1611 na igreja de Santa Maria, sendo filho de António Pais e D. Violante
Estaço da Costa. Teve uma vida muito acidentada... Assim, matou por adultério a
1ª mulher D. Marta Frazão bem como o amante, o L. do Francisco Rodrigues
Barriga, cunhado de seu irmão Diogo Pais da Costa.
Por tal
motivo esteve preso no Limoeiro, onde matou outro homem, tendo sido condenado a
pena de degredo para o Brasil. Depois da aclamação de D. João IV tornou ao
reino e distinguiu-se como valoroso soldado, ocupando os postos de capitão de
infantaria em Elvas, sargento--mor dos Auxiliares na Comarca de Avis e,
finalmente, Mestre de Campo de um terço que arrasou Sarça, ação em que morreu
no mês de Junho de 1665. Casou 2ª
vez com D. Amónia de Mendanha de Sande (irmã de Sebastião Caldeira de Mendanha,
morto pelos castelhanos em Salvaterra) e, por este casamento, teve a
propriedade do ofício de almoxarife e juiz dos Maninhos de Castelo Branco e sua
comarca, bem como das vilas do Campo das Idanhas (23.6.1663). (39)
(Continua)
O Albicastrense
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