A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro
de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi
publicada até Dezembro de 1940.
A mudança de um para outro jornal, deu-se derivada à extinção
do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo
trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e
muitas vezes).
(Continuação)
Nova sessão
três dias depois, ou seja em de 30 de Julho.
Da acta
consta que, “tendo
sido determinado pelo Juizo da Comissão que esta Câmara passasse a nomear
cobradores para a Decima dos Logares do Termo”,
nomeavam toda a gente.
Para Alcains, António Baptista; para os Escalos de Cima, Manuel Ferreira; para a Louza, Luís Rodrigues; para os Escalos de Baixo, Joaquim Fernandes Monteiro; para a Mata, Francisco Falcão; para Monforte, António José Louro; para Malpica, Manuel Vicente; para Cafede, José Ribeiro Galveias; para o Salgueiro, Manuel da Silva; para Lentiscais, Manuel Pires da Gama; para Benquerenças, o Juiz Barbado; para Maxiais, Manuel Gomes; para cebolais, Manuel Moura; para Retaxo e anexos, Manuel Duarte.
Para Alcains, António Baptista; para os Escalos de Cima, Manuel Ferreira; para a Louza, Luís Rodrigues; para os Escalos de Baixo, Joaquim Fernandes Monteiro; para a Mata, Francisco Falcão; para Monforte, António José Louro; para Malpica, Manuel Vicente; para Cafede, José Ribeiro Galveias; para o Salgueiro, Manuel da Silva; para Lentiscais, Manuel Pires da Gama; para Benquerenças, o Juiz Barbado; para Maxiais, Manuel Gomes; para cebolais, Manuel Moura; para Retaxo e anexos, Manuel Duarte.
Sessão de 9
de Setembro de 1806.
Depois do
introito da praxe, em que de dá conta do dia, mês e ano em que se realizou a
sessão, dos vereadores que a ela assistiram e do local onde se reuniram,
começou assim a acta, ou o auto, como então se dizia:
“Sendo constante a eles
vereadores a impossibilidade, que havia para conservar-se o Deposito Geral da
Siza, a Desima em poder de José Tudella de Castilho por causa de moléstia e
perigo de vida em que se achava, houveram por bem nomear em seu lugar em
Joaquim Pessoa Amorim por ser pessoa abonada, e muito principalmente sendo seu
abonador seu Pay o Sargente mor José Pessoa Tavares vindo assim a ficar segura
a Renda do Património Real e a ficarem eles vereadores por satisfeitos com esta
mesma nomeação”.
O nomeado,
que estava presente, apresentou-se logo a dizer ”que por
desejar munto empregar-se no Real serviço ser útil ao povo, e condescender com
as vontades deles vereadores que o nomeavam para Depositário dos referidos
dinheiros de sua vontade aceitava a nomeação que se fazia nelle do mesmo
Depozito, e que queria assinar este termo”.
O pai, sargento mor, também estava presente e declarou que de boa vontade ficava abonador do filho.
O pai, sargento mor, também estava presente e declarou que de boa vontade ficava abonador do filho.
Todo o mundo estava
satisfeito. Apenas houve quem fizesse uma observação, que destoou um pouco no
meio de toda aquela alegria.
Foi o caso que estando ausento o vereador Manuel Vaz Nunes Preto, foi chamado para o substituir Fernando da Costa Cardoso e este declarou que achava que tudo estava bem, mas a sua responsabilidade a respeito de “abono” desaparecia “à primeira chegada do dito actual vereador a esta cidade”. O “dito actual vereador” era o que ele fora chamado a substituir.
Logo que ele viesse, não queria saber mais nada.
Foi o caso que estando ausento o vereador Manuel Vaz Nunes Preto, foi chamado para o substituir Fernando da Costa Cardoso e este declarou que achava que tudo estava bem, mas a sua responsabilidade a respeito de “abono” desaparecia “à primeira chegada do dito actual vereador a esta cidade”. O “dito actual vereador” era o que ele fora chamado a substituir.
Logo que ele viesse, não queria saber mais nada.
Ainda nesta sessão se
tratou do seguinte:
“E mais determinarão eles ditos vereadores que visto haver neecssidade
de cancellas que vedem a entrada dos gados em lugares prohibidos a aparecia José
Roberto (o escrivão queria dizer Robelo) que se obrigava a por as que fossem
precisas, e tinha velhas pelo preço de cada huma mil e quatro centos reis, sendo
obrigado a polas por sua conta, e vegiar sobre ellas fazendo-lhes os concertos
que precisarem, e ainda mesmo todos outras que forem precisos para ellas
andarem, e de comos se obrigou assinou”.
Cancelas velhas por mil e
quatrocentos reis cada, não eram baratas; mas, como o homem se obrigava a
concertar as que precisassem de conserto, velava por elas e ainda se comprometia
a pôr "outoins" que fossem necessárias, vamos lá, sempre ficava a coisa
mais em conta.
Outoins eram as pedras
laterais em que as cancelas se apoiavam, incluindo a pedra furada que servia de
couceira.
E ainda houve mais, o
escrivão Vaz Touro conta assim:
“E mais determinarão, que se não passasse mandados pelo que respeita
acrescento de ordenado de officiais, sem com efeito apresentarem Provizão de
seus acrescentos”. Faziam bem. Com acrescentos
de ordenados toda a cautela era pouca.
PS. Aos
leitores dos postes “Efemérides Municipais”:
O que acabaram de ler é uma transcrição fiel do
que foi publicado na época.
O Albicastrense
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