A BRIGADA DOS MALUCOS
“NA DEFESA DAS RUÍNAS DA RUA MOUZINHO MAGRO”
Ao
captar hoje na rua Mouzinho Magro, as imagens que dão brilho a esta pobre
publicação, fui de abordado por um elemento da Brigada dos Malucos (a Rosa
Amorosa), que de mansinho me intimidou com a seguinte questão.
-Vossemecê veja lá o que vai escrever, nós não queremos que nos tirem estas
maravilhosas ruínas, elas são património riquíssimo da nossa zona histórica. Só ontem estiveram
cá um montão de gente a visita-las.
-Um montão
de gente a ver estas ruínas?
-Vossemecê nem imagina! Eles ficam com os olhos em bico perante este espectacular pecúlio arqueológico.
Eu
nem sequer queria acreditar no que estava a ouvir, quando o “Ti Manel Gago” se juntou a nós e me apontou o
dedo e vociferando.
-És…
és.. tas ru…ru…iinas são, são no…no…ssas. Nós… nós… partimos as trombas a quem vi…vi… er… cá.. ca… man... man... da-las abaixo.
-Tenha calma amigo, ninguém vai derrubar as vossas preciosidades.
Ainda
ele não tinha acabado de falar, já o “Alberto
Faísca” que parecia estar eletrificado, me notificou.
-Nós
estamos dispostos a tudo e mais alguma coisa. Se vieram cá derrubar estas nossas
preciosidades, nos matamos, esfolamos e pomos as tripas dos maganos ao sol.
-Mas
que raio têm estas ruínas de tão importante?
-Olha, esta é burro que nem um calhão! Nesta casa nasceu, viveu e morreu um
grande albicastrense, se calhar o maior de todos!
Perante
o meu desconhecimento e até ignorância, resolvi tirar nabos do púcaro e
atrevi-me a perguntar de quem estavam eles a falar.
-Desculpem a minha ignorância, mas de quem estão vocês a falar?
-Estamos a falar de D. Zé Pinguinhas (respondeu
o Faísca).
Perante
o meu espanto, implorei aos meus velhos
neurónios para me dizerem algo sobre o homem, contudo nada de nada brotou deles.
Por isso, resolvi mostrar a minha ignorância perguntando aos presentes.
-Quem foi D. Zé Pinguinhas?
-Este
gajo é mesmo calhão! Anda a armar-se em chico inteligente e não sabe quem foi o
ilustríssimo e muito benemérito D. Zé Pinguinhas (respondeu a Rosa Formosa). Acrescentado de seguida; Ele descendia
da ilustre família Pinguinhas, família antiquíssima e muito distinta da nossa
terra.
-Alto lá! (vociferou o Faísca), este
gajo pode ser um espião mandatado por alguém! Será que podemos confiar nele?
-Tem
calma Faísca, ele pode ajudar-nos na nossa luta pela preservação destas ruínas,
objetou o “Alberto Meias Solas”,
(sapateiro com loja aberta perto das
ruínas). D. Zé Pinguinhas dedicou sua vida a causas fidalgas, não havia
tasca ou mulher na terra albicastrense, que não tivesse por ele um carinho do
tamanho dum copo de três.
-Querem dizer que ele dedicou a sua vida ao sector vitivinícola?
-Ao
quê !?
-Ao
sector dos vinhos e afins.
-Ó…
Ó… lha, estás a go… go…go…zar connosco, ou…ou… és parvo? (replicou o Manel Gago)
-Por
amor de Deus, eu estou apenas a tentar saber quem foi D. Zé Pinguinhas.
A
coisa parecia estar a descambar, por isso, resolvi fazer-me de parvo (o que não é muito difícil) e avancei com
nova pergunta.
-Além de encostar a barriguinha aos balcões das tascas, o vosso D. Zé Pinguinhas
fazia o quê na vida, para que vocês queiram perpetuar as ruinas da casa onde ele
nasceu, viveu e morreu?
-Vossemecê
é parvo ou só fala com eles (berrou a Rosa
Amorosa). Ele teve uma vida muito trabalhosa, de manhã visitava as
tascas da nossa zona histórica, de tarde, visitava as que ficavam fora das
muralhas, à noite… festejava com os amigalhaços os mimos do dia. Dizem, que eles
chagavam a despejar dois garrafões do bom tintol da Tasca do Carvoeiro por
noite. Se calhar vossemecê ainda queria que o homem labutasse mais (indagou a Maria Borralho, que se
tinha juntado à molhada?
-O
homem era mesmo danado (respondi eu).
Estou mil por cento convencido da justeza das vossa pretensões, por isso, vou
divulga-las, apoia-las e fazer delas minhas, se vocês concordarem.
-Apoiado! (berrou o Alberto Meias-Solas). Até lhe digo mais… se nos fizer esse
frete, eu ponho-lhe meias-solas nas botas e nos sapados de borla.
-Olha este! Ao Chico Abelhudo oferece meias-solas de borla, a mim impõe carinhos e beijinhos pelo trabalho (roncou a Maria
Borralho).
-Veja lá o que vai escriturar, nós vamos estar por aqui, fazemos-lhe a cama se incentivar a maralha da nossa autarquia a mandar abaixo
as nossas ruínas (apregoou o Alberto Faísca, que parecia estar em curto- circuito).
Perante
a acalmia instalada, meti a viola no saco e dei o fora antes que aparecesse
algum maluco a pedir a minha cabeça.
AGORA FALANDO SEM ESTAR A MANGAR COM A TRISTEZA INSTALADA.
Palavra que não compreende que quem dirige a terra albicastrense ande constantemente a gabar-se por obras feitas, e depois, pouco
ou nada faça para resolver situações como a que a imagem mostra
O Albicastrense
Sobre esse miserável aspecto já no tempo do presidente Morão lhe enviei fotos sobre as imundices que ali havia para que se dignasse resolver tallixeira. apenas mandou limpar o local e nada mais.Já lã vão uns pares de anos e a Autarquia nada fez, mas o terreno é de alguém, não é verdade? Então há que agir,pois eu, como albicastrense, não estou interessado ao visitar a minha terra e ver arqueologia de qualidade imprópria no centro da cidade. Aquele local e e zona envolvente está num caos total e não há maneira de lhe deitarem mão e a dignificarem
ResponderEliminarAmigo Baptista
ResponderEliminarÉ uma autentica tristeza subir esta rua observar a miserável situação em que se encontra grande parte da nossa zona histórica. Onde estão aqueles que se dizem defensores da terra albicastrense? A pergunta fica para quem quiser responder.
Abraço deste seu amigo.
Cesaltina Ranhel
ResponderEliminarAntónio Veríssimo Bispo ,penso que não será bem o" estar-se a borrifar"...nas redes sociais,dum modo geral, a maioria fica pela gravura e pela legenda que a acompanha ...a forma irónica como aborda o assunto ,se viesse a acompanhar a imagem, sem ser preciso clicar, penso que acabaria por ser lida por mais pessoas.
Acontece o mesmo com as notícias dos jornais,a maioria, comenta a legenda e não a notícia em si. Parabéns pela sua insistência.
(Comentário feito no Facebook))
Amiga Cesaltina.
EliminarReconheço que tem razão no que diz. Uma imagem tem por vezes dezenas e dezenas de comentários, enquanto uma mensagem muitas vezes com conteúdo passa ao lado de tudo e de todos. Bem-haja pelo comentário e um abraço deste albicastrense.