CASTELO BRANCO NO PASSADO
No seculo XVI o castelo foi teatro da seguinte tragedia: D
Fernando de Meneses, Comendador da Ordem de Cristo e Alcaide-Mor de Castelo
Branco, combinou com Manuel de Fonseca Coutinho, Alcaide-Mor de Idanha-a-Nova contrair matrimonio, cada um deles com a irmã do outro. Surgiram, porem, entre
ambos, graves desavenças que obstaram aos casamentos.
Desvairado pelo odio, Manuel de Fonseca Coutinho entrou
clandestinamente no castelo pela Porta da Traição e matou D. Fernando de
Meneses e os seus criados Bernardo da Silva e Manuel de Matos. Para o julgamento do crime deslocou-se de Lisboa a Castelo
Branco uma alçada de desembargadores com cinquenta homens de guarda.
O réu foi
condenado a ser degolado em efigie por se achar ausente, nas custas do processo
e a indemnizar os herdeiros de D. Ferrando de Meneses com dez mil cruzados a
cada uma das famílias dos dois criados com quatro mil cruzados. Decorrido algum tempo, Manuel de Meneses Coutinho foi indultado
pelo Rei D. João IV com a restituição das suas honrarias mas proibido de
residir em Castelo Branco e em sete léguas em redor.
Fixou residência em Oledo
onde possuía avultados bens. Porfírio da Silva atribuiu a este episódio a origem do nome da
Porta da Traição, que já existia anteriormente como em muitos outros castelos. Era por essa porta de comunicação com uma galeria subterrânea, que os
defensores da fortaleza podiam sair para os campos, nas ocasiões de assédio,
quando reconheciam a impossibilidade de defesa.
O ALBICASTRENSE
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