Os comentários deixados pelos visitantes neste blogue, são fundamentais, pois sem eles esta coisa não teria graça nenhuma. Actualmente os postes são partilhados por mim no facebook, por isso, muitos do novos comentários
ficam unicamente ali postados.
Em meu entender, muitos dos comentários deixados nos postes, merecem muito mais que a pequena caixa onde são colocados, por isso, mais uma vez aqui ficam três testemunhos que em meu entender merecem
ser lidos por todos os albicastrenses.
Joaquim Baptista disse....
RUA DE SANTA MARIA - Nesta rua nasci e cresci. Ainda se vê
uma das 3 casas que habitei com meus pais e tios. Esta rua, naquele tempo, era
a rua de excelência, tinha de tudo: vários sapateiros, uma sapataria, tascas e
mercearias, uma colectividade de relevo e que ainda hoje existe, um latoeiro e
um caldeireiro, vários alfaiates, modistas, um ferreiro, 2 consultórios
médicos, um advogado, uma senhora que fazias bolos caseiros para venda, uma
loja de mobílias, uma oficina de mármores e granitos e essencialmente o
respeito e consideração entre os moradores, pois ali residiam pessoas com
diferentes níveis sociais. Tudo isso desapareceu (até as pessoas) e do comércio só resta uma tasca e
uma associação - O Centro Artístico Albicastrense - colectividade de grande
prestígio na cidade, antigamente e hoje.
Que belos bailes ali se fizeram e que bons petiscos ali se
comeram.
A degradação está bem identificada pelas fotos e continua pela Rua dos Ferreiros que começa na Praça Luís de Camões e termina na Rua das Olarias (largo de S. João).
A degradação está bem identificada pelas fotos e continua pela Rua dos Ferreiros que começa na Praça Luís de Camões e termina na Rua das Olarias (largo de S. João).
Estas duas ruas bem podiam ser um espelho da cidade antiga,
mas infelizmente estão no esquecimento do progresso actual. A preservação do
original citadino não conta, mas depois surgem festas medievais no original
citadino degradado. Mais não escrevo.
Joaquim Baptista disse....
Voltei a
pensar na minha rua e ainda me esqueci de referir uma carvoaria, uma
cabeleireira, um senhor que morava mais ou menos no nº 40 ou 42 e fazia no
verão gelados artesanais que depois vendia nos tradicionais barquilhos na
cidade num triciclo e todo vestido de branco. Na altura eram uma maravilha.
No inverno vendia castanhas. Havia ainda um forno para utilização pública para coser o pão, bolos e assados, forno esse que segundo constou a Camara adquiriu-o para recuperação.
No inverno vendia castanhas. Havia ainda um forno para utilização pública para coser o pão, bolos e assados, forno esse que segundo constou a Camara adquiriu-o para recuperação.
Foi essa a
notícia que circulou. A recuperação não existiu até hoje, o local lá continua e
possivelmente o o proprietário nem sabe da sua existência. As traseiras do
velho Cine Teatro Vaz Preto, dava para essa rua com saída aos frequentadores da
Geral. Agora parece ser tudo sobre esta RUA.
José de Castilho disse...
Andei na
Escola do Castelo e lembro-me bem da vida que fervilhava naquelas ruas todas.
Hoje a zona histórica está praticamente desabitada, as lojas acabaram, os
moradores morreram ou foram para outro lado.
Os
supermercados nas grandes superfícies arruinaram o comércio tradicional e agora
já podem vender o que querem aos preços que querem. Claro, ficam em geral
localizados onde antigamente era campo e tem de se ir lá de carro, tudo muito
longe. Como na zona histórica não há grandes possibilidades de estacionar os
automóveis não é prático morar ali e ir fazer compras, tão longe para ir a pé.
Depois
vieram também as leis com asaes e máquinas especiais de facturar, que fizeram
fechar o resto de algumas lojas que ainda havia.
A cidade deslocou-se para antigos arredores, onde havia hortas, olivais e terrenos de cultivo em mimosas quintas. É a vida. Conclusão: o antigo centro histórico da cidade morreu e não vai ressuscitar. Haverá que intervir para o reanimar da forma mais adequada.
A cidade deslocou-se para antigos arredores, onde havia hortas, olivais e terrenos de cultivo em mimosas quintas. É a vida. Conclusão: o antigo centro histórico da cidade morreu e não vai ressuscitar. Haverá que intervir para o reanimar da forma mais adequada.
Para terminar o meu bem haja aos autores destes dois comentários, depoimentos que nos dão uma ideia do que era a nossa zona histórica, ainda não à muitos anos.
O Albicastrense
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