O "TIO FRADIQUE"
E costume dizer-se que as conversas e até as ideias, são como as cerejas, pois muitas das vezes, elas surgem umas atrás das outras.
Foi o que aconteceu com o poste anterior. O objectivo era lembrar o antigo café
Cortiço, todavia, ao olhar bem para a imagem dei comigo a lembrar-me da antiga
oficina que ali esteve muitos e muitos anos instalada.
Porém,
por muito que tentasse não consegui lembrar-me do nome da pessoa, embora me
lembrasse da actividade a que o velho artesão se dedicava. Muitas foram as vezes
que ao passar pela porta desta antiga oficina em criança, parava e ficava
fascinado a ver o “Tio Fradique” à volta dos seus instrumentos. Foi
pois esse meu esquecimento, que me levou a colocar no poste anterior, uma nota
sobre a oficina, na esperança que alguém se lembrasse do nome do velho
artesão.
Ao José
Moreira o meu bem-haja por ter colocada no meu fecebook, o fantástico vídeo
onde podemos recordar a figura e o sabedoria do “Tio Fradique”.
Resta
acrescentar, que no Museu Francisco Tavares Proença Júnior, esteve durante
muitos anos em exposição, um órgão feito por este artesão, contudo, durante o
manda abaixo, ele foi encaminhado para o pequeno museu da nossa misericórdia.
TEXTO QUE ACOMPANHA O VIDEO NO SITE DA RTP – (1974)
Em Castelo Branco,
na oficina do artesão, Henrique Mendes apresenta Alexandre Fradique, conhecido
por "Tio Fradique", e entrevista-o sobre o seu estado de saúde, a
reparação de instrumentos musicais, a construção de órgãos, o contexto em que
aprendeu a atividade e a venda do órgão que se encontra ao seu lado. 06m51:
Depoimento de Alexandre Fradique sobre o tempo que demora a construir um órgão
e os que já construiu por encomenda, ilustrado com estantes da oficina,
chapéus-de-chuva pendurados, livros, jornais e imagens religiosas. Henrique
Mendes pede a Alexandre Fradique que toque órgão. 11m15: Depoimento de
Alexandre Fradique sobre como aprendeu a tocar, os anos a que possui a oficina,
o restauro de bonecas, o preço de um órgão, os empregos que teve antes de se
dedicar a esta actividade, a sua permanência em Castelo Branco e o fabrico de
algumas ferramentas que necessita, ilustrado com boneca, estantes da oficina,
acordeão, concertina, balança e ferramentas. Henrique Mendes elogia a
habilidade, capacidade de trabalho e bondade de Alexandre Fradique e pede-lhe
que toque órgão; crianças assistem.
Boa tarde caro amigo.
ResponderEliminarConheci muito bem o Tio Fradique e a sua oficina nos meus tempos de jovem.Não imaginava que na minha vida profissional viria a ter um encontro com o Tio Fradique nos finais dos anos 8o. Recebeu-me na sua casa na Rua do Rei dos Mares, situada ali mesmo ao começo da rua, no lado direito, quem entra nela a partir do largo. Foi um encontro muito cordial e o assunto resolveu-se a contento dele.Na época foi um cidadão muito respeitado e deixou boa memória pela actividade profissional que exerceu.
Um abraço
JJB
Amigo Baptista.
EliminarEm resposta ao seu comentário diga-me uma coisa. Quando eu trabalhei na Auto-Mecânica da Beira, trabalhava no escritório um sujeito que também se chamava Fradique.
Como o meu amigo tem uma excelente memoria, sabe se existia algum parentesco entre estas duas pessoas? Tenho para mim, que o meu ex. colega era filho do Tio Fradique. Estarei enganado!
Abraço
Amigo Veríssimo Já não me lembrava do Tio Fradique. Conheci-o embora mal. O meu falecido Pai é que privou com ele durante anos. Quando foi substituído pelo Café Cortiço, o meu pai, que trabalhava nos CTT, fez questão em ser o primeiro cliente do dito café. Afinal aquele espaço, tão diferente trazia-lhe à memória excelentes recordações. Agradeço-lhe a publicação e através de si ao José Moreira, pelo trabalho de investigação e partilha. À nossa boa maneira beirã Bem hajam. Não posso deixar de acrescentar um abraço ao Tio Fradique, onde quer que esteja, pela lição de humildade bem patente na entrevista.
ResponderEliminarAmigo Lalanda.
EliminarNão tem nada que agradecer, pois eu também fique contentíssimo por poder recordar uma pessoa que conheci na minha juventude. Era para mim (como já disse anteriormente), um regalo passar pela porta do Tio Fradique e vê-lo a arranjar os instrumentos, ou a toca-los.
Um grande abraço para si deste albicastrense.
Caro amigo
ResponderEliminarQuanto à sua questão conheci gente que trabalhou na Auto Mecânica da Beira, mas o nome Fradique naquela empresa não tenho memória disso. Conheci lá o António e o Joaquim Riscado, O Salavessa e mais alguns que de momento não me lembro o nome. Quanto ao Sr António Lalanda informo que o seu pai,na qualidade de Funcionário nos CTT exerceu funções como Exactor e foi ele que no ano de 1957 me deu formação em dactilografia juntamente com o Sr Pinheiro, noutras especializações de matéria postal, para vir a ser empregado dessa Institução, como fui até ao dia 9 de Junho de 1959, altura em que mudei de profissão e fui para Lisboa.
O Sr.Lalanda, o Sr Pinheiro que era natural de Segura e o Sr Hermano Pedro que residia na Rua das Olarias era o Chefe da Circunscrição Postal de Castelo Branco.Todos muito boa gente naquela altura, mas quis o destino que deixasse os CTT e viesse para Lisboa para outra Instituição e a servisse pois faço amanhã dia 14, dia da minha aposentação 26 anos, nessa situação.
Um abraço
JJB
JJB
Não conhecia este sr., apenas me deparei com esta reportagem do arquivo da RTP quando procurava por algum video sobre Castelo Branco, e de facto o Sr. Fradique é daquelas personalidades singulares como há poucas, a sua aptidão natural para a música ao construir instrumentos de forma autodidacta e a sua bondade natural fazem-me lembrar outra grande figura do nosso concelho, o Mestre Joaquim Cabral que sozinho formava uma banda filarmónica inteira.
ResponderEliminarDuas frases que gostei desta reportagem e que gostaria de destacar são "aos 19 ano fizeram-me logo encarregado geral das coisas todas e eu nem sabia porque" e "queriam pagar-me mais mas eu disse que o eu ganhava chegava-me bem", há homens que se fazem a eles próprios.
Amigo Moreira..
EliminarÉ uma grande verdade o que diz sobre o Tio Fradique.
É sempre bom recordar albicastrenses hoje desconhecidos, mas que passado foram uma referencia na nossa terra.
Abraç