quinta-feira, janeiro 02, 2020

MUSEU FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR - "A primeira publicação de 2020"

CASA DO PESSOAL 
DO 
MUSEU FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR.

Terminei o ano de 2019 com uma publicação sobre o nosso museu. Para começar o ano de 2020, nada melhor, que voltar a publicar neste blogue, o poste sobre a Casa do Pessoal do Museu.  Pois, a tristeza, o abandono, o não quer saber, o deixa andar ou ainda; "um dia tudo se vai resolver", parece ser o lema de quem tem a responsabilidade de dar ao nosso museu o prestigio que já teve.

No final da década de 70, a Casa do Pessoal do Hospital Distrital Amato Lusitano era um exemplo a seguir pelo trabalho recreativo, cultural e desportivo, que desenvolvia em prol dos seus associados. Olhando para esse exemplo, os trabalhadores do museu decidiram também eles criar a sua casa do pessoal, embora com objetivos um pouco mais alargados.
Assim, no início da década de oitenta do passado século, fundaram os trabalhadores do museu a sua própria Casa do Pessoal, com o lema: “Facta non Verba”, (contra os factos não há argumentos). Os seus objetivos eram a promoção cultural, recreativa e desportiva entre os seus associados e todos aqueles que quisessem participar nas suas iniciativas. Dos seus estatutos constavam quatro tipos de sócios: sócio trabalhador, familiar, colaborador e sócio honorário.
Foi seu primeiro presidente António Veríssimo Bispo e como tesoureira, Maria José Barata. Das muitas iniciativas que ao longo dos seus quase dez anos de existência, desenvolveu na cidade, podem destacar-se as seguintes:
-Torneios da malha e pontinho, com participantes vindos dos mais variados locais do país;
-“Rally Papers”, iniciativa com muita adesão por parte dos albicastrenses;
-Concursos de fotografia a nível nacional - concursos que normalmente contavam com a participação de concorrentes portugueses a residirem no estrangeiro e, que terminavam com uma exposição dos trabalhos no salão do museu;
-Torneios de Xadrez;
-Participação em torneios de futebol de salão, com equipa formada por sócios trabalhadores, familiares e jogadores convidados;
-Realização de encontros de futebol de onze, com equipas de localidades com quem o museu mantinha contactos regulares;
-Jantares de convívio, festas de natal e excursões a várias localidades do nosso distrito, com sócios trabalhadores;
-Criação do Grupo de Animação Cultural do Museu;
-Grupo de animação, que ao longo da sua existência fez imensas sessões de teatro no museu, tendo inclusivo ido a Santarém para ali realizar uma sessão cultural durante uma exposição do pintor Barata Moura, espetáculo em que contou com a presença do pintor e esposa. 
A adesão às iniciativas da casa do pessoal do museu, por parte dos albicastrenses era de tal ordem, que grande parte dos comerciantes da cidade faziam questão em oferecer todos os anos, dezenas e dezenas de troféus para distribuir pelos participantes dessas mesmas iniciativas. 
A Casa do Pessoal do Museu Francisco Tavares Proença Júnior terá sido nos anos oitenta, a coletividade de Castelo Branco, que mais iniciativas desenvolveu na cidade. Contudo é bom recordar, que tal nunca seria possível sem o apoio incondicional do então diretor, António Forte Salvado.
A Casa do Pessoal do Museu Francisco Tavares Proença Júnior teve entre outros, como sócios honorários, os pintores Barata Moura e Tomaz Mateus.
A RAZÃO DA SUA EXTINÇÃO
A Casa do Pessoal era no entender dos trabalhadores do museu, uma espécie apêndice da própria instituição, adenda que sempre teve o apoio e participação (quando necessário) do próprio Dr. Salvado.
Com a saída do Dr. Salvado do cargo de diretor do museu, entenderam os trabalhadores da instituição que deixavam de ter condições objetivas e psicológicas para continuarem a fazer um trabalho, que tantas alegrias lhes tinham dado.
Em reunião de sócios e de acordo com os estatutos, foi decidido dissolver a coletividade e oferecer seu património, que constava de um pequena coleção de quadros oferecidos por pintores que tinham exposto no museu, a uma instituição da cidade.
Cerca de dez anos depois da sua fundação, fechou portas uma coletividade, que muitas alegrias e poucas tristezas deu aos trabalhadores do museu e que muito engrandecera a terra albicastrense na década de oitenta do passado século.
O Albicastrense

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