TRABALHO DA AUTORIA
DO
Um
bem conservado manuscrito, a que infelizmente, faltam umas oito páginas, “Rol dos
Confessado da freguezia da Santa Sé desta cidade de Castello Branco na Quaresma
do prezente anno de 1794”, presta interessantes informações sobre
Castelo Branco nessa época, tanto sobre toponímia e onomástica local, como
sobre o censo populacional e costumes sociais.
Consta,
atualmente, da capa e 59 páginas, todas completas, e é de fácil leitura, salvo
algumas abreviaturas. Está feito segundo os fogos de cada arruamento, numerados
aqueles de 1 a 606, faltando, porem, os números 232 a 307, ambos inclusive, o
que corresponde talvez a 4 arruamentos, como o nº 76 repetido e indica em cada
fogo, as pessoas que nele habitam, com a respetiva situação familiar ou servil,
ocupando. Idade, etc, e a que preceito satisfizera: se só se confessaram ou se
confessaram e comungaram. As crianças, mesmo as de mais tenra idade, estão
também escrituradas, apesar de não serem satisfeitos nenhum dos preceitos.
Depois
de relacionados os fogos urbanos so fogos rurais da freguesia, os das hortas e
quintas, da S. da Piedade e da S. Bartolomeu, dos Lentiscais e do Monte dos
Cancelos, e ainda, a cadeia, considerada como fogo e com 15 presos, doze homens
e três mulheres. E “48 Pessoas que não têm domicilio certo”, 45 homens e
mulheres.
O
Rol, propriamente, termina no final da pagina 57, tendo escrito na margem da pagina
56 o seguinte: “este Rol já tem 54 annso. Anton Gil Frazao Gordª Castello Branco”.
Na página 57 o Vigário faz um resumo do Rol, o qual se transcreve:
Almas ------------------------- 2$876
Fogos -------------------------- 606
Pessoas
de Confissão -------- 1$932
Pessoas
sem Confissão -------- 184
Consta
esta freguesia de S. Miguel Cathedral deste Bispado de duas mil outo centos
Cento e Setenta e Sete almas; de Seis Centos e Seis fogos; de Pessoas de Confissão
e Comunhão de mil nove Centas e Trinta e duas, e de Pessoas só de Confissão de
Cento e outenta e quatro; Todas as Pessoas de obrigação Satisfazerão ou cumprirão
com preceito da quaresma do prezento anno em tãobem o que certifico e juro
sendo (necessário?) algumas se oubzentarão, e observarei a este respeito o que
determina a Constituição castelo Branco 17 de Myo de 1794
O vigário
Manuel Martins Pelejão.
A página
58 traz, num total de 4 pessoas, sem outra indicação e escritos com outra letra
e tinta, os quais foram considerados neste trabalho. Na pagina 59, última como
se disse, transcrevem-se vários parágrafos da Constituição do Bispado que
regulam o modo de proceder dos Párocos e dos Paroquianos quanto á desobriga
Pascoa.
TOPONÍMIA ALBICASTRENSE
Os diferentes arruamentos e números dos seus fogos são, pela ordem do rol:
Rua de Corredoura ---- 23 - fogos
Corro --------- 8
Arrabalde da Fonte
Nova -------- 27
Arrabalde dos
Oleiros --------
36
Arrabalde da Cidade -------- 23
Adro
de S. Miguel --------- 12
Postigo
de Valadares ---------- 7
Carreirinha ----------
8
Moreirinha --------- 31
Arrabalde
de S. Sebastião --------- 16
Rua
do Pina ---------- 6
Rua
da Ferradura ---------- 41?
Ruas
? --------- (2) - 95
Rua
do Saco --------
(3) -- 2
Praça
---------- 4
Relógio
---------- 9
Rua
Nova --------- 15
Rua
dos Peleteiros ---------
34
Rua
do Bispo ---------- 4
Rua
dos Ferreiros ---------- 46
Rua
dos Oleiros ---------
28
Travessa
da Misericórdia --------
3
Rua
da Misericórdia ----------
9
Rua
d`Ega --------
30
Rua
de Pedro Homem - --- (4) - 15
Rua
do Muro ---------- 10
Rua
Jorge Boino ------- (4) -- 6
Rua
do Caquelé ----------
4
O que perfaz 547 fogos, a que tem de
se acrescentar o correspondente à cadeia, nº 605, que não está incluída em
qualquer destes arruamentos, pelo que na parte urbana da freguesia há 548 fogos, sendo os restantes 59 fogos
respeitantes à parte rural, pois o numero fogos total é de 607 e não de 606,
como o vigário Pelejão, por o nº 75 estar repetido, como se disse
(2) É na relação
da Rua da Ferradura que se passa do fogo nº 231 para o nº 308. Ficasse, por
isso, sem saber se a referida rua ficou completa ou se tinha mais fogos. Também se fica sem saber a que rua pertencem os fogos nº 308 a 326, ambos inclusive.
Pode-se admitir que os 76 fogos em falta pertenceriam alguns ainda à rua da
Ferradura e os restantes à Devesa e a outras ruas.
(3) Esta Rua do
Saco era o Beco que havia na Praça, entre
o edifício da Câmara e o Celeiro da Ordem de Cristo, e que desapareceu por a Câmara
ter autorizado o proprietário sr. A. C. Abrunhosa a fechá-lo com um portão, incorporando-o no prédio que
ai possuía. Não tem pois relação com a actual Rua do Saco, beco ao Largo do Espírito Santo.
(4) Desconhece-se
a que rua actualmente corresponde.
Ps. Parte do trabalho aqui apresentado, tem o Português do finaL do século XVIII
(Continua)
Ps. Parte do trabalho aqui apresentado, tem o Português do finaL do século XVIII
(Continua)
O ALBICASTRENSE
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