sexta-feira, maio 22, 2020

CHAFARIZ DE S. MARCOS -



OPORTUNIDADE PERDIDA

Quando espalhei nas redes sociais a miserável condição em que se encontrava o nosso velhinho Chafariz de S. Marcos.
Quando nas sessões públicas da assembleia municipal da terra Albicastrense, me insurgi contra o abandono do velho chafariz e contra as maldades cometidas contra ele ao longo dos tempos. 
Não posso deixar de confessar, que nessa altura  o que tinha em mente, era que ele fosse recuperado através de uma limpeza do granito, da reparação dos muros laterais do chafariz e da resolução do estacionamento frente ao Chafariz.  
Quando no início do ano vi uma equipa de arqueólogos a “esgravatar” ao seu redor, os meus velhos neurónios agitaram-se e parafrasearam entre si: “desta vez as coisas vão ser feitos como deve ser”. Com o andar das escavações  (escavações que foi acompanhado, passo a passo), confesso que me entusiasmei e comecei a pensar em algo mais sério.
Comecei a imaginar: (a minha loucura), que talvez fosse possível restituir ao velho chafariz, a identidade “roubada” ao longo dos tempos, por gente sem qualquer tipo de piedade para com o património da terra Albicastrense.
Comecei a imaginar: (a minha estupidez), que o estudo apresentado pelos arqueólogos, iria mostrar as maldades cometidas contra o velho chafariz.  
Comecei a imaginar: (a minha parvoíce), que parte da antiga galeria por onde passava água no passado, encontrada nas traseiras do velho chafariz, poderia ficar visível de forma a mostra como a água chegava ao chafariz  
Comecei a imaginar: (santa ingenuidade), que o velho tanque do chafariz enterrado por uns idiotas no século passado, iria finalmente ser desenterrado e ficar a céu aberto.
Comecei a imaginar: que na nossa autarquia havia gente disposta a corrigir erros do passado, pessoas que iriam restituir ao velho chafariz parte da beleza roubada.

Nada do que eu imaginei ou pensei, vai acontecer!

Hoje ao passar pelo largo de S. Marcos fui surpreendido com aquilo que as imagens mostram. As covas abertas para se investigar o passado do nosso chafariz foram tapados, com cimento (não fossem algumas almas penadas infiltrar-se por ali), grande parte do tanque e a antiga galeria por onda passava água, são de novo SEPULTADOS.
Palavra que olhei para tudo aquilo e nem queria acreditar, os meus velhos neurónios negavam-se a dar-me respostas ao que os meus olhos contemplavam e ali fiquei imóvel e em silêncio, durante algum tempo.

COMO POSSO EU FINALIZAR  ESTA PUBLICAÇÃO! 
Apenas me ocorre dizer o seguinte: O Velho Chafariz de S. Marcos foi uma causa que abracei de alma e coração-aberto, causa em que não me sinto nem vencedor nem derrotado, mas antes, muito desiludido pela resultado final. 
Tivemos a oportunidade de corrigir erros do passado, mas  alguém proferiu deixar tudo quase na mesma. 
O ALBICASTRENSE

25 comentários:

  1. Manuel Fevereiro
    Vamos ter esperança, Certamente outros estudos se vão fazer.
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    1. Os estudos estão terminados amigo Fevereiro.
      É pena que não tenha havido coragem para ir mais longe.
      Abraço

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  2. Cristina Chaves
    Foi REALMENTE uma pena António, pode ser q depois deste comentário, os nossos representantes da Câmara, ainda tenham bom senso.
    Obrigada.
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    1. Amiga Cristina
      Tenho para mim, que o bom senso não mora por ali,
      Abraço

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  3. Paulo Ramos de Almeida
    O projecto é público?
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    1. A autarquia teve autorização das entidades responsivo por este tipo de estruturas para a recuperar. Será que os arqueólogos entenderam que nada daquilo interessava? Será o relatório dos arqueólogos foi para o caixote do lixo? Alguma vez teremos resposta para estas perguntas?

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    2. Atribuição de responsabilidades leviana e sem qualquer fundamento. Enfim...

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  4. Edgar Miguel Conceição
    Qual é a entidade responsável pela fiscalização da obra?? Espero que não sejam os Engºs Civis da CMCB pois não têm formação para fiscalizar este tipo de intervenções!
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    1. Pedro Miguel Salvado
      Tocou na mouche é rapaziada sempre muito bem intencionada cumpridora dos prazos alguns..., mas que sabem tanto de património coo eu de engenharia técnica ou de arquitectura de "gestão" de projectos.
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    2. Edgar Miguel Conceição
      Pedro Miguel Salvado reconheço o esforço e o investimento da CMCB na valorização do património municipal, isso é inegável. Mas infelizmente as intervenções realizadas nos últimos anos não têm sido acompanhadas por uma fiscalização adequada. Tem-se permitido, por exemplo, se façam atentados aos portais quinhentistas da zona histórica coma a colocação de cimento e afins, que se permita a remoção de argamassas antigas das fachadas dos edifícios(mesmo que privados) que vão sendo recuperados. (um dos últimos foi na rua João de Deus, junto a S. Marcos), e ainda a ultima obra feita na Igreja da Graça em que todos os trabalhos de conservação e restauro foram realizados por trabalhadores da construção civil sem a devida fiscalização adequada!!!
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  5. Pedro Miguel Salvado
    É sempre o mesmo filme... A pergunta objectiva ´quem é o responsável técnico na CMCB pelos assuntos de preservação, reabilitação e investigação do património arquitectónico e arqueológico? Digam lá.
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    1. Confesso que não sei?
      Ficamos a aguardar que alguém nos diga.
      Abraço

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  6. Não adianta. Quem torto nasce tarde ou nunca se endireita. Assunto encerrado, perdão enterrado

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  7. Adélia Gonçalves
    Ainda um trabalho, por acabar vamos ver quando estará pronto ..... vesse logo que é trab feito pela Câmara,devagar... devagarinho...
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  8. Carlos Maroco
    Olhando para grande parte do que foi feito antes, noutras recuperações, como por exemplo a do parque da cidade, não se pode esperar grande coisa do resultado final!
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  9. Albicastrenses.Chafariz de S.Marcos. Por tudo o que foi feito no Chafariz de S. Marcos agradeço negativamente à entidade oficial que determinou a concretização da obra em restuaro. Belo trabalho, não há dúvida. Assim se gastaram mais uns euritos sem proveito.Lavaram-lhe a cara, como se costuma dizer,mas pode ser que um dia uma nova gestão camarária pegue no assunto e dê ao Chafariz a dignidade que merece.
    JJb

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  10. Caro Amigo António Veríssimo
    Continuando a falar sobre obras importantíssimas na cidade, pergunto se sabe algo sobre " A CHAMINÉ ", pois não tem publicado nada sobre ela.
    Um abraço
    JJB

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    1. Amigo Baptista.
      As obras de construção da superfície comercial estão em bom ritmo.
      A nossa Lindinha continua por lá, estou em crer que ela vai ficar no local.
      Na próxima semana prometo falar no assunto.
      Abraço deste seu amigo

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    2. Ok Obrigado pela informação. è possível que apareça por aí no mês de Junho. Abraço
      JJB

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  11. José Nunes
    Se bem me recordo, a igreja do Espírito Santo, junta de freguesia na lateral e capela de Nossa Senhora da Piedade, em tempos, após longas obras, ficaram com as paredes exteriores em granito.
    Algum tempo depois como tinha que se justificar algumas fugas monetárias, foram novamente cobertas com cimento e que creio estarem ainda assim. Por muito que me entristessa, a
    realidade faz-se em torno dos interesses particulares.
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    1. Alvaro Reis
      José Nunes fazer o trabalho como deve ser fica muito caro.
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  12. Abílio Valente
    Um trabalho mal conseguido, por essa razão, o mesmo não merece iluminação.
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    1. Pedro Miguel Salvado
      Também reparei amigo Abílio. Sim uma treta essa pseudo-valorização apenas decidida para calar o pessoal. A rapaziada da arqueologia não teve nada aver com os "projectos".de acimentação da memória arquitectónica podiam ter plantado umas árvores... nem que fosse para dar sombra as carros...
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  13. CLICAR PARA LER E COMENTAR NO BLOGUE:
    (Nada do que eu imaginei ou pensei, vai acontecer!)
    INFORMAÇÃO:
    Mais de 500 pessoas já leram esta publicação, por isso, quer esclarecer desde já o seguinte: nunca aqui disse que a culpa do final menos bom desta história, é da responsabilidade da “rapaziada da arqueologia”, embora o pudesse fazer se essa fosse a minha opinião, pois ninguém está a cima da qualquer apreciação.
    O que eu disse num comentário foi o seguinte:
    Será que os arqueólogos entenderam que nada daquilo interessava?
    Será que o relatório dos arqueólogos foi parar ao caixote do lixo?
    Alguma vez teremos resposta para estas perguntas?
    Se alguém entendeu isto, como uma crítica aos técnicos
    responsáveis pela investigação arqueológica , não tem a mínimo ideia de quem é o autor deste blogue, as minhas críticas serão sempre para quem decide politicamente, pois são eles os “donos” das decisões finais. Terminava afirmando o seguinte: eu não estou contra este desfecho, tenho é pena que havendo a hipótese de ir mais longe, se tenha perdido a oportunidade de sermos mais ambiciosos.
    Abraço para todos os visitantes.

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