sexta-feira, fevereiro 05, 2021

FREI BARTOLOMEU DA FONSECA

 O ÚLTIMO DOS IRMÃOS

FREI  BARTOLOMEU  DA  FONSECA

(Inquisidor geral do Santo Oficio)

No seguimento das publicações sobre  Frei Roque do Espírito Santo, Frei Egídio da Aposentação e Diogo da Fonseca, segue-se o último dos irmãos, Frei Bartolomeu da Fonseca.
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Frei Bartolomeu da Fonseca doutor em Cânones pela Universidade de Coimbra e o primeiro colegial de São Paulo. Bartolomeu da Fonseca foi o terceiro filho de Francisco Martins da Costa e o segundo de Perpetua da Fonseca, (segunda esposa), nasceu em Castelo Branco entre 1530/38 e terá falecido por volta de 1620. Fez os seus estudos no real colégio de São Paulo de Coimbra, e ali foi o primeiro colegial que entrou por oposição, quando D. Sebastião o fundou novamente, tendo inclusivo chegado a reitor deste mesmo colégio.
Começou a sua carreira servindo em Coimbra em 1579 com o cargo de deputado do Santo Oficio, por altura em que D. Sebastião e o Cardeal Infante D. Henrique, então inquisidor-mor, ali estabeleceram a inquisição. 
Nomeado com 30 anos inquisidor em Gôa, (segundo o seu testamento, contra a sua vontade), permaneceu ali onze anos, onde exerceu os cargos de inquisidor e deputado da mesa da consciência, em Gôa perseguiu, julgou e condenou os chamados cristãos novos. Durante os anos que esteve em Goa promoveu muitos autos da fé (1) ”quasi todos os annos”, (segundo palavras suas)
Chamado por El Rei a Lisboa serviu na inquisição como inquisidor no tempo do Principie Alberto, que era o inquisidor Geral. Foi mandado para Coimbra para compor discórdias entre os inquisidores e a câmara, Bartolomeu da Fonseca abreviou despachos, fez autos da fé, e pacificou as discórdias (!), (mais uma vez segundo palavras suas).
Durante aproximadamente cinco anos, esta personagem, (que eu designaria de maligna), esteve na corte Portuguesa, (segundo ele) tendo durante esse tempo conseguindo destruir e rebater as maquinações dos sediciosos fazendo com que El Rei ficasse “mui satisfeito” com os ministros da inquisição em Portugal. 
Segundo livro publicado em 1905 (2) por Victor Ribeiro, Bartolomeu da Fonseca terá feito três testamentos, um em 1595 outro em 1617 e por fim o ultimo em 1620,
Em 1605/6 após uma queda em Castela, e estando em perigo de vida, pediu licença para se retirar da corte, tendo vindo para Castelo Branco. Foi então chamado a Lisboa por El Rei, para que fosse residir no Santo Oficio. Nas pesquisas feitas mandadas fazer por Victor Ribeiro ao Padre Manuel Duarte Preto em Castelo Branco, não foi encontrado qualquer documento comprovativo de que ele esteja sepultado na Capela dos Fonsecas, na sacristia do Convento da Graça, porém, foi possível assegurar-se que ali se encontram os seus despojos, assim como os do irmão Diogo e seus descendentes.
(1) - Os autos da fé consistiam em cerimónias mais ou menos públicas onde eram lidas e executadas as sentenças do Tribunal do Santo Ofício, (sentenças de morte na fogueira ou tortura por todos os meios, o fanatismo era tal que nem Garcia da Horta escapou a tal monstruosidade, foi condenado post-mortem em 1580 pelo Tribunal do Santo Ofício pelo “crime de judaísmo”, os seus ossos foram desenterrados e queimados);
(2) – O livro “Os testamentos do Inquisidor Bartolomeu da Fonseca”, por Victor Ribeiro, pode ser consultado na Biblioteca Alberto Beneviste.  
O Albicastrense

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