segunda-feira, outubro 14, 2024

ILUSTRES DA CASTELO BRANCO

 PROFESSOR DR. FARIA DE VASCONCELOS

(1880-1939)

O seu nome foi dado a uma das escolas da nossa cidade, porém, não tenho duvidas que este albicastrense será um ilustre desconhecido, para a grande maioria dos habitantes da cidade onde ele nasceu, em 1880. 
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António de Sena Faria de Vasconcelos estudou Direito, em Coimbra e em 1902 foi para a Bélgica estudar na Universidade Nova onde chegaria a Professor Catedrático. Em 1912 funda a Escola Nova de Bièrges-Les-Wavre. Adolphe Ferrière sublinhou o valor desta escola, que usava a inteligência e a ação em vez da memória. Ferrière foi amigo e admirador de Faria de Vasconcelos. 
A fundação da sua escola na Bélgica, a sua participação como professor no Instituto Jean-Jacques Rousseau () o trabalho que prestou em Cuba e na Bolívia, onde publicou muitos livros sobre Psicologia, traduzidos para inúmeras línguas, foi muito importante. Ainda hoje é conhecido nesses países. A sua contribuição para a criação e desenvolvimento das Escolas do Magistério Primário em Cuba e na Bolívia foi, de resto, fundamental.
Voltou para Portugal sendo professor na Universidade de Lisboa, continuando a escrever. Não sabemos qual teria sido a sua relação com o regime de Salazar. Participará, com António Sérgio,  numa tentativa de reforma educativa. Ferrière considerou modelar a escola que fundou e dirigiu na Bélgica. “Une École Nouvelle en Belgique” é uma obra que se encontra traduzida em inúmeras línguas, tal como outras que Faria de Vasconcelos nos deixou.A admiração que por ele existe no ‘Mundo Hispânico’ é fácil de observar: basta falar nele na Galiza. Um dos seus livros foi distribuído por todos os professores bolivianos. Em Portugal, na maioria dos casos, permanece desconhecido. Mais estranho ainda: a maioria das suas obras, escritas originalmente em francês ou castelhano, nunca foram traduzidas para português. 
A revista. “Estudos de Castelo Branco” publicou textos seus em várias edições, que compõem um aumento significativo para o conhecimento da vida e obra, de Faria de Vasconcelos.
Ps. Em 2019 o corpo de Faria de Vasconcelos e esposa, 
foram transferidos do cemitério dos Prazeres para o cemitério  albicastrense.
O ALBICASTRENSE

sexta-feira, outubro 11, 2024

ANTIGAS FONTES E POÇOS DA TERRA ALBICASTRENSE - (III)

                                                    A NOSSA HISTÓRIA

(Último)
O Poço das Covas, que deu o nome a uma das ruas da parte velha da povoação e o Poço do Concelho, localizado na confluência da Rua dos Olarias com a de Bartolomeu as Costa, eram tradicionalmente considerados como antiquíssimos. Não foram mencionados nas atas das sessões da Câmara de 7 de abril de 1655 e 18 de agosto de 1790, talvez por terem água impropria para beber e serem muito diminutos os seus caudais. Também não é conhecida a data da construção do Poço de Santiago, situado ao Sul da rua do mesmo nome. Tinha um caudal abundante, mas a sua água não era de boa qualidade.
No século XIX o abastecimento público foi algo melhorado com a captação de mais quatro mananciais: A Fonte das Águas Férreas, os dois poços da Devesa, a Fonte do Cansado e os chafarizes da Mina e da Granja. A Fonte das Águas Férreas, foi construída em 1828 ao sudoeste da cidade, no limite da quinta que foi de Rafael José da Cunha. 
O povo atribuía à água desta fonte a virtude de curar algumas doenças do aparelhe digestivo. Dos poços construídos na Devesa o mais antigo era o do lado nascente do quartel do regimento de Cavalaria nº 8. 
O do lado do poente foi mandado abrir pela Câmara Municipal, em 1844, para a captação de uma nascente que surgiu quando se procedia à abertura dos caboucos para a edificação do quartel.
A Fonte do Cansado, ao sudeste da cidade e cuja água era das mais apreciadas, foi construída em 1848.
 (Fim)
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1952. Autor: 
Manuel Tavares dos Santos.
O ALBICASTRENSE

sábado, outubro 05, 2024

ANTIGAS FONTES E POÇOS DA TERRA ALBICASTRENSE - (II)

 A NOSSA HISTÓRIA

(Continuação)
As fontes públicas mais antigas de que há notícia são as da Feiteira, do Penedo, do Torneiro, o Chafariz da Graça e da Defesa que tem atualmente a designação de Chafariz de S. Marcos.
Em sessão de 7 de abril de 1655, determinou a Câmara Municipal, que todo aquele que na Fonte da Feiteira ou na do Penedo lançasse pedra ou molhasse palha pagaria dois mil reis da cadeia e qualquer pessoa poderia acoimar com uma testemunha.
As fontes da Feiteira e do Penedo desapareceram, tendo-se tornado difícil saber hoje, a sua localização. Na mesma sessão da Câmara também se deliberou o seguinte: “Toda a pessoa de qualquer qualidade que seja que na Fonte do Torneiro lançar gato ou cão ou raposa ou outro qualquer bicho pagará quatro mil réis da cadeia e toda a pessoa que tirar algum bordo da dita fonte pagará seis mil réis da cadeia e lançando pau ou pedra pequena pagará quinhentos réis e, sendo filho-família, o que fizer alguma das coisas sobre ditas pagará seu pai por ele a condenação”.
A Fonte do Torneiro, também desaparecida, estava adjacente ao muro de vedação da Quinta da Carapalha em cujas imediações está atualmente a Estação do Caminho de Ferro. Em sessão de 18 de agosto de 1790 determinou a Câmara Municipal que se obrigasse uma pessoa de cada casa a limpar as fontes da Graça, da Pequeixada, da Devesa, do Tostão e da Fonte Nova “com pena de um tostão aplicado para a mesma limpeza, indo pessoas capazes de trabalhar que retirarão o entulho para longe”. Verifica-se, pois, que no fim do século XVIII havia, além das fontes citadas, mais a da Pàqueixada, da Devesa e a do Tostão e já existia também a Fonte Nova.
A Fonte da Pàqueixada, estava na confluência da atual Alameda de Salazar, (hoje 2010 Alameda da Liberdade) com a rua de D. Dinis em que foi transformado o antigo beco da Pàqueixada. Era um poço com grande abundância de água salobra que, segundo tradição possuía as virtudes de curar a inflamação dos olhos e de fazer despegar as sanguessugas da boca dos animais.
A Fonte do Tostão, era um poço circular situado na serra da Cardosa, nas proximidades do local onde existiu a Capela de S. Gens. A água deste poço era apreciada como uma das melhores de Castelo Branco. A Fonte Nova, ao nordeste da cidade, era um poço de grande caudal cuja água era utilizada como boa para usos domésticos.
(Continua) 
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1958. Autor: 
Manuel Tavares dos Santos.
O ALBICASTRENSE

terça-feira, outubro 01, 2024

ANTIGAS FONTES E POÇOS DA TERRA ALBICASTRENSE - (I)

A NOSSA HISTÓRIA

Durante longos anos a população de Castelo Branco suportou resignamente a carência de água necessária para o abastecimento publico.
O povo utilizava, nos usos domésticos e para dessedentar-se, a água de fontes e poços existentes nos prédios rústicos das cercanias, merce da generosidade ou complacência dos seus proprietários. Entre estes poços e fontes contavam-se os das quintas do Polida, das Pedra, das Laranjeiras, de Montalvão, da Cubeira, da Carapalha, do Jardim e do Ribeiro das Hortas.
Várias fontes e poços públicos, construídos pelo município, forneciam, quase sempre, água impropria para consumo, já por ser extraída por meio de recipientes pouco higiénicos, já por ser provavelmente de nascentes sujeitas a inquinações por estarem situadas sob arruamentos.
FONTES E POÇOS PUBLICOS
As fontes publicas mais antigas de que há notícia são as da Feiteira, do Penedo, e do Torneiro, o Chafariz da Graça e o da Devesa que tem atualmente a designação de S. Marcos. Em sessão de 7 de abril de 1655 determinou a Camara Municipal que todo aquele que na fonte da Feiteira ou na do Penedo lançasse pedra ou molhasse palha pagaria dois mil reis da cadeia e qualquer pessoa poderia acoimar com uma testemunha.
(Continua)
O trabalho que acabou de ler foi retirado da monografia:  “CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE” de Manuel Tavares dos Santos, editado em 1958.
O ALBICASTRENSE

ILUSTRES DA CASTELO BRANCO

  PROFESSOR DR. FARIA DE VASCONCELOS (1880-1939)   O seu nome foi dado a uma das escolas da nossa cidade, porém, não tenho duvidas que este ...