quarta-feira, novembro 22, 2006

HOMENS DA MINHA TERRA

ERNESTO PINTO LOBO

Decorreu há alguns dias no Cine-Teatro Avenida de Castelo Branco a apresentação do livro de Carlos Salvado, sobre os cinquenta anos de existência da Orquestra Típica Albicastrense.
Na apresentação do livro o seu autor recorda, Ernesto Pinto Lobo, dizendo a certa altura “este livro surge na sequência de uma ideia do antigo presidente, tendo inclusivo feito alguns tópicos e apontamentos do mesmo”.
Não conheço pessoalmente o autor do livro, porém numa altura em que o mais importante é sempre trepar por cima de tudo e todos, gostaria de aqui realçar este gesto de homenagem a um homem bom.
Ao ler esta notícia no jornal “A Reconquista” não pude deixar de pensar no Stôr. Lobo, pois era desta forma que eu costumava chamar-lhe, cada vez que o encontrava no café “Retiro do Relógio” ali na rua S. Sebastião. A pergunta dele era quase sempre a mesma: “Então oh Bispo, como é que vai o Museu?”. A resposta também não variava muito: “Bem stôr!
Gostaria de aqui contar um pequeno episódio sobre este homem; Quando em 1989 o então director do museu, do Dr. António Forte Salvado, foi de uma forma vergonhosa e cobarde, afastado do cargo de director do museu, resolveram alguns trabalhadores do museu, fazer uma reunião com algumas “personalidades” cá do burgo, na sede da Orquestra Típica Albicastrense, no sentido de obter apoio para evitar a sua saída do cargo, “Sabem quantas foram as personalidades que compareceram ao encontro?

Apenas duas ou três! E uma dessas pessoas era precisamente o Dr. Pinto Lobo, um dos poucos que teve a coragem de dar a cara.Numa Homenagem póstuma feita pela Câmara Municipal de Castelo Branco a Ernesto Pinto Lobo, foi-lhe a atribuída a medalha de ouro de Mérito Cultural. Joaquim Morão disse nessa altura. "Um homem preponderante pelo seu trabalho, cultura e dedicação. Esteve sempre empenhado na construção da cidade de Castelo Branco. Devemos, por isso, honrar o seu nome, recordando-o hoje e sempre". 

- Senhor presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, indo ao encontro das suas palavras, para quando o nome do Dr. Ernesto Pinto Lobo numa das ruas da nossa cidade?


Perpetuar o nome dos albicastrenses mais ilustres, nas ruas da nossa cidade, é um dever e ao mesmo tempo uma obrigação por parte da nossa autarquia, e já agora deixe que lhe diga senhor presidente, entre um qualquer nome Chinês, Moçambicano ou Brasileiro, os albicastrenses preferem sem qualquer dúvida os nomes dos seus concidadãos nas nossas ruas.
O Albicastrense

5 comentários:

  1. Anónimo17:35

    Fiquei emocionada ao ler estas palavras dedicadas ao Dr. Ernesto Pinto Lobo. Na verdade, a cidade tem uma dívida para com esse grande agente de dinamização de uma peculiar noção de cultura local. Bem sei que lhe foi atribuído a título póstumo, claro, a Medalha de Ouro da Cidade durante uma cerimónia pública marcada pela hipocrisia emitida por grande parte dos presentes.: “Ufa, livra ! Até que enfim que já morreu...”! Ora, considerando a totalidade da ‘obra’ pública de Ernesto Pinto Lobo, o agradecimento real e sentido por parte do colectivo ( Associações culturais, desportivas e até mesmo o Instituto Politécnico) tarda. Aliás foi incrivel o comportamento de muitas pessoas em relação à memória do Dr. Ernesto Pinto Lobo logo após o seu falecimento. De erudito passou a ladrão, de solidário passou a oportunista, de liberal passou a conservador... Em suma de cidadão empenhado, activo e entusiasta foi, vilmente, transformado em cidadão de má-memória. E porquê? Apenas porque o Dr. Ernesto, senhor de fina e sábia ironia sabia muito bem de que fibra intelectual, moral, política, ética, cultural e outras são essas ditas cujas pessoas formadas.! Um deserto mentalmente preenchido pela perfídia, pela soberba e pela velha inveja! Formadas perguntarão? Sim, em fornadas continuadas no privado ou no público, mas ‘superiormente’ formadas. Reproduzem hoje e são a prova provada de que o canudo não é tudo... Mas isto, tal como algumas das “ascensões” técnicas internas ocorridas na autarquia albicastrense, entre 1972 e 1997, instituição onde Pinto Lobo foi durante décadas funcionário e personalidade muito influente (ai,ai o esquecimento dos continuados'pedidos'lobais) ficará para outra ocasião. A bem das história, da consciência e da verdade colectivasque se avance para a placa toponímica que perpetue a memória de uma das personagens mais 'liminares' e actuante da cultura local.
    "Compreendido?" diria o saudoso Dr. Lobo. A esta hora, na metafísica, deve estar em reunião com os seus amigos Sales Viana, Jaime Lopes Dias e Caldeira Lucas, à volta de um vinhito do Palvarinho e de uma chouriço da Idanha, a tratar da introdução do Cancioneiro da Beira Baixa no coro celestial. Por Castelo Branco e pela região sempre! até no céu.

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  2. Anónimo17:44

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  3. Anónimo17:44

    Apoiado.

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  4. Maria Faia.
    As suas palavras seriam minhas, se as soubesse escrever, na falta de engenho e arte para tal, direi apenas, quem ficou emocionado fui eu, com as palavras sentidas que aqui nos deixou.
    Bem-haja

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  5. Meu Amigo Verissimo, este era um post que eu muito gostaria de escrever. Ainda pensei fazer, mas na altura faltou-me uma foto para ilustrar o que eu teria a dizer de tão saudosa personagem. Que mais poderei dizer do Dr. Lobo? Acho que o que disseste, complementado pelo testemunho da Maria Faia, está tudo dito no essencial. Nunca ouvi ninguém cantar como o Dr. Lobo a "Maria Faia" acompanhado pela Orquestra Tipica. Foi uma figura demasiado grande para a pequenez tacanha albicastrense. Ernesto Pinto Lobo, PRESENTE. Até no céu terá Castelo Branco no coração.

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