domingo, agosto 10, 2008

Castelo Branco na História XXXIV

(Continuação do número anterior)

Uma das capelas foi instituídas pelo Bispo da Guarda D. Afonso Furtado de Mendonça, que ampliou os logradouros do Paço Episcopal de Castelo Branco com várias propriedades que adquiriu e das quais fez doação ao Bispo da Guarda na pessoa de D. Francisco de Castro em 29 de Novembro de 1618, depois de ter sido nomeado Bispo de Coimbra, com obrigação de três missas por semana na igreja do convento de S. Francisco da cidade da Guarda “enquanto o mundo for mundo”. Como os encargos desta capela eram pagos pela mitra de Castelo Branco, o segundo Bispo D. Vicente Ferrer da Rocha impetrou do Papa a transferência da capela do convento de S. Francisco da Guarda para a Sé de Castelo Branco.
Esta mudança foi autorizada por breve pontifício de 10 de Dezembro de1788 e executada após o beneplácito régio de 11 de Março de 1789.
A mitra pagava anualmente a esta capela a quantia de 60$000 reis e o rendimento da mesma era dividido pelo capelão e por um clérigo pobre que celebrava as três missas por semana, recebendo 30$000 reis por ano desde a sua ordenação até conseguir beneficio eclesiástico.
Com a extinção da Colegiada, em 1834, findou a reza diária, deixaram de se celebrar as três missas por semana que deviam durar "enquanto o mundo fosse mundo" e cessou implicitamente o pagamento da mitra.
A outra capela foi instituída por Frei Carlos Diogo Prata, vigário da freguesia de Alcains, por escritura de 9 de Outubro de1791, pelo qual doou 12.000 cruzados à Santa Casa de Misericórdia da Guarda com a obrigação de sustentar duas capelas, sendo uma na Sé de Castelo Branco e outra na freguesia de Alcains.
Cada um dos respectivos capelães tinha o ordenado anual de 90$000 reis pelo encargo da missa quotidiana. O vigário de S. Miguel era freire da Ordem de Cristo e apresentava o cura de Cafede.
A Câmara Municipal era obrigada a dar anualmente para a fábrica da igreja a quantia de12$000 reis e cedia, por devoção, o junco necessário para revestir o pavimento nos dias festivos. O Doutor Francisco Rafeiro, a quem se deve o revestimento das paredes interiores da capela de Nossa Senhora da Piedade com azulejos artísticos, legou ao passal da vigariaria da Sé. Por testamento de 26 de Dezembro de 1837, uma casa situada na rua do Postigo.

PS . O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.

Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951
Autor. M. Tavares dos Santos

O Albicastrense

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