quarta-feira, abril 22, 2009

A VERDADE DOS FACTOS



Existem dois assuntos sobre os quais tenho alguma alergia em falar. A guerra do antigo ultramar onde estive entre 1973/75 e o museu Francisco Tavares Proença onde trabalhei entre 1976/2003.
Se no que diz respeito à guerra do ultramar a hipersensibilidade está mais ou menos justificada, em relação ao nosso museu ela é justificada pelo facto de ali ter trabalhado vinte e sete anos, e não gostar de discutir os assuntos desta grande instituição albicastrense na praça pública.
As afirmações da actual directora do nosso museu ao jornal “povodabeira” da passada terça-feira, obrigam-me a meter a alergia na gaveta, e vir a público repor a verdade, pois se não o fizesse seria conivente com o que ali vem escrito.
Diz a actual directora: ”Que acredita que o museu possa registar um total de 20 mil visitantes em 2009” e acrescenta: ”Se conseguirmos atingir este número, que foi ultrapassado apenas uma vez, na altura em que António Salvado foi director, posso considerar que será um recorde
Quanto aos 20 mil visitantes que a actual directora do nosso museu espera conseguir receber em 2009, este albicastrense só pode desejar muito êxito nesse objectivo, e acrescentar que ficará muito satisfeito com o êxito alcançado pelos trabalhadores do museu.
Quanto ao número de 20 mil visitantes que diz ter sito ultrapassado apenas uma vez!… Só posso contar aqui uma história, (que aliás já aqui contei). Na década de 80 fui convidado a fazer uma intervenção num congresso da União dos Sindicados do Distrito de Castelo Branco, que se realizava na Covilhã. A intervenção tinha por fim dar a conhecer o trabalho cultural, desenvolvido pelas várias entidades culturais da nossa cidade.
Como não me sentia capaz para fazer esta intervenção, declinei o convite dando no entanto alguns dados sobre o trabalho cultural desenvolvido pelo museu, assim como o número de visitantes nos vários anos da década de 80.
Curiosamente ainda hoje tenho na memória os números que então dei á pessoa que fez a intervenção sobre esta área! … Cerca de 50.000 tinha sido o número de visitantes, que o nosso museu tinha tido no ano anterior ao do congresso da U.S.C.B.
Posso igualmente dizer que durante toda a década de 80, o número de visitantes foi sempre muito superior aos tais 20 mil que a senhora directora diz querer atingir para este ano de 2009.
Não se pense porém, que este número de visitantes foi filho do acaso!… foi antes o resultado de um trabalho iniciado em 1975, que produziu na década de 80 resultados que tornaram o museu Francisco Tavares Proença júnior, um dos museus mais prestigiados do nosso pais na referida década.
Era costume dizer-se;
"Que vir a Castelo Branco e não visitar o nosso museu, era como ir a Roma e não ver o Papa".
Para demonstrar que falo verdade… lembrava aqui as filas e filas de autocarros á porta do museu nos fins-de-semana, das visitas das turmas da disciplina de história das escolas da nossa cidade, (e não só), das muitas exposições que traziam centenas e centenas de visitantes ao museu, dos concertos, das palestras, do teatro, por fim das visitas á Escola Oficina de Bordados de Castelo Branco, (quando a Oficina Escola de Bordados, ainda era “A” Oficina Escola de Bordados…).
Muito mais poderia acrescentar sobre a década de 80, porém fico-me por aqui… lançando apenas uma pergunta.
Será necessário esquecer ou omitir parte de um passado recente, para podermos demonstrar ou valorizar nosso trabalho?

Responda quem souber e quiser.

O Albicastrense

5 comentários:

  1. Anónimo16:32

    Curiosas declarações da Srª. directora. A memória, ou a falta dela, não justificará tudo.

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  2. Anónimo16:46

    e o problema é a disparidade de preços
    se aluno, professores etc.
    ainda que a aluno e velhos OK
    o resto tudo tem ordenado e muitos não é pouco ?
    porque das borlas ?

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  3. Anónimo02:45

    A MENTIRA, A IGNORÂNCIA, A VERGONHA CULTURAL. A DRª. AIDA É MUITO INCERTA... MUSEU PARA OS AMIGOS.

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  4. Anónimo18:57

    Ó verissimo ainda me lembro de ir trabalhar nos fins de semana,era tanta gente que,houve alturas em que se tiveram de encerrar as portas para não entrar mais ninguém. Nessa altura é que o museu era museu,tempos que já lá vão e nunca mais voltam é o sistema que temos no nosso país.

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  5. Caro colega...

    Ora ainda bem que não sou eu a ter memórias desse tempo.

    Um abraço

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