A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).
O texto está escrito, tal como foi publicado.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)
A acta de 20 de Novembro de 1791, depois de dizer quem assistiu à sessão, começa assim:
A acta de 20 de Novembro de 1791, depois de dizer quem assistiu à sessão, começa assim:
“Nesta Vereação a que foram convocados a Nobreza e Povo dos lugares de Alcains e Louza para responderem a hum requerimento que os Procuradores dos referidos Lugares fizeram a Sua Magestade para que lhes concedesse o levantarem o dinheiro que se achava com que tinhão concorrido para as Pontes dos Rios ocreza e Alvito e sendo lido aos mesmos o referido requerimento disserão que elles convinhão nelle pella necessidade que tinhão os da Louza de dinheyro para continuar a obra da Torre da Igreja que ha pouco se tinha rematado, e os de Alcains para acabarem a obra de Sàchistia da sua Igreja, e de como assim o disseram assignarão”.
E lá aparecem as assinaturas; que são quinze da Lousa, das quais seis são de cruz, e apenas três de Alcains.
Parecia, pois, que ocaso estava arrumado, que o pedido estava deferido e que o dinheiro lá ia para a torre da igreja da Louza e para a sacristia da igreja de Alcains.
Não aconteceu, porém assim. Depois das assinaturas da “Nobreza e Povo”, acta continua e reza assim:
Parecia, pois, que ocaso estava arrumado, que o pedido estava deferido e que o dinheiro lá ia para a torre da igreja da Louza e para a sacristia da igreja de Alcains.
Não aconteceu, porém assim. Depois das assinaturas da “Nobreza e Povo”, acta continua e reza assim:
“Continuando esta Vereação respondem os oficiais da Camara que visto a grande necessidade em que esta Cidade e sua Comarca de achava das Pontes para que se acha depozitado o dinheiro que pretendem levantar os Procuradores dos Lugares da Alcains e Louza considerando tãobem que as obras particulares e veluntarias que aquelles pretendem fazer não devem nunca prevalecer ás obras publicas e de tanta nescessidade como as ponderadas, não covinhão no seu requerimento muito principalmente por se não achar obra das Pontes prohibida mas somente sustada e pella dificuldade e demora que ha de haver em se tornarem a fintar os Povos quando Sua Magestade mande continuara a referida obra”.
Estava de há muito resolvido construir as pontes da Ocreza e do Alvito. Tinha-se juntado para elas o dinheiro necessário por meio de uma finta que abrangeu todos os povos da cidade e seu termo, tinham sido arrematadas as respectivas obras. Mas o governo tinha mandado que se não levassem por diante até segunda ordem. Os motivos são fáceis de adivinhar: tinha-se andado em guerra com os espanhóis, os ares estavam turvos e não era por isso conveniente que com as pontes se facilitasse a passagem de tropas estrangeiras por esse Portugal além.
Mas o facto de estarem então proibidos os trabalhos não queria dizer que eles não se fizessem, logo que a situação melhorasse; por isso, desde que se tinha juntado o dinheiro para as pontes, tivessem santa paciência os Procuradores do Povo de Alcains e Louza, deixassem-no estar onde estava, bem guardado, bem acautelado, e fizessem lá a torre e a sacristia como pudessem. Eram obras “particulares e voluntarias”, não deviam “prevalecer às publicas”.
A Nobreza e o Povo das povoações referidas com certeza deram por paus e pedras, mas não ganharam nada com isso.
(Continua)
Mas o facto de estarem então proibidos os trabalhos não queria dizer que eles não se fizessem, logo que a situação melhorasse; por isso, desde que se tinha juntado o dinheiro para as pontes, tivessem santa paciência os Procuradores do Povo de Alcains e Louza, deixassem-no estar onde estava, bem guardado, bem acautelado, e fizessem lá a torre e a sacristia como pudessem. Eram obras “particulares e voluntarias”, não deviam “prevalecer às publicas”.
A Nobreza e o Povo das povoações referidas com certeza deram por paus e pedras, mas não ganharam nada com isso.
(Continua)
PS. Mais uma vez informe os leitores dos postes “Efemérides Municipais”, que o que acabou de ler é, uma transcrição fiel do que foi publicado na época.
O Albicastrense
Olá , "veginho "; interesantes estas suas postagens ,.Para além de tudo o mais mostram -me que à época as igrejas da região deviam estar mesmo necessitadas de obras , pois o mesmo sucedia com a matriz de Idanha-a-Nova . Outro aspecto interessante é o facto de as vozes do interior já não chegassem ao Terreiro do Paço ou pelo menos aos seus representantes . Assim ,cá vamos continuando...
ResponderEliminarMuntas vegitas
Quina
Amiga Quina.
ResponderEliminarSe ontem as vozes do interior não chegavam as terreiro do paço, as coisas hoje, não estão muito diferentes.
Basta olhar-mos para as portagens que hoje começarão a ser pagas, para verificarmos que pouco ou nada mudou para quem "comanda" a "maralha".
Em fim, é caso para dizer: que cada povo tem aquilo que merece.
Um abraço
Pois , tristemente , parece que o dito senhor das botas de elástico !!!, tinha razão ao dizer isso...Aliás , também disse que o povo quanto mais ignorante mais feliz... e Portugal é Lisboa ,o resto é paisagem . Será que é isso que pretendem ? , realizar as proclamações do do "dito "?! Temo que sim .
ResponderEliminarAB:
Quina