domingo, dezembro 18, 2011

HISTÓRIAS DE ONTEM E DE HOJE

Das muitas histórias que todos nós já ouvimos contar, umas vão-se como o vento, outras porém, ficam-nos na memória sem sabermos muitas vezes do porquê.
A partir de hoje, o autor deste blog aceita pequenas histórias que tenham por cenário, a nossa terra ou as nossas gentes, para aqui postar.
Se conhece alguma pequena história, ou se for capaz imaginar uma que nos façam sorrir de nós próprios, só tem que a deixar nos comentários do último poste, para que eu a possa publicar.
Amigo visitante, navegue até ao sótão dos seus neurónios, abra as gavetas das cómodas que por lá encontrar e relate-nos as histórias esquecidas pelo tempo. Se na navegação efectuada apenas encontrar pó e teias de aranha, dê asas à sua criatividade (voe apenas em duas ou três páginas), e faça-nos sorrir a todos com a sua imaginação, pois, tal como diz o poeta, se não nos conseguirmos rir das nossas próprias palhaçadas, de quem havemos nós de rir?
O GATO QUE FOI MANDUCADO COMO COELHO
A história que aqui vou contar, passou-se no início da década de 60 do passado século em Castelo Branco, e tem como intervenientes oito jovens que na altura viviam no Bairro do Cansado.
A história conta a triste sina de um gato, que se vê forçado a passar por coelho no prato de sete malucos do referido bairro, mas deixe-mo-nos de conversa e vamos à história.
O Bispo e o Vitorino, tinham por hábito passear pela linha do caminho de ferro que passa perto do largo do matadouro (Bairro do Cansado), largo que ainda hoje (segundo penso), mantem o mesmo nome, independentemente do velho matadouro não morar por aquelas bandas à muitos e muitos anos.
Numa dessas andanças, os dois amigos deram com um grande gato, como quem não quer as favas, o bicho acabou com o pescoço na linha do comboio.
Depois do bicho morto, a pergunta entre eles; e agora? (diz um deles?) Vamos comê-lo!.... (respondeu o outro).
O bicho foi esfolado e colocado na mala do enxoval de uma menina casadoira (
uma irmã minha
).
O Bispo e o Vitorino (este último já falecido), resolveram convidar uns amigos para o banquete, dizendo-lhes que ele e o Vitorino tinham caçado um grande coelho.
Entre os convivas para a patuscada, estavam; o Barata, o Roque, o Marcial, o Saraiva Leiteiro, (já falecido) e o Latinhas.
O local escolhido para celebrar a caçada, foi a tasca do Vaz Preto, (hoje conhecida por café “Kate Kero”) situada na rua da Amoreirinha.
Depois do convite aos amigos, era necessário ir à mala do enxoval buscar o bicho, (o pior vem agora), como o gatinho tinha sido mal embrulhado, o sangue do bicho sujou parte do enxoval. Quando a moça casadoira deu com o enxoval sujo de sangue, foi o diabo lá por casa.
Passemos adiante e vamos ao banquete: o bichinho foi entregue na referida tasca (sem cabeça, para evitar confusões) para cozinhar com batatas, para um grupo de convivas.
A filha do dono (ainda hoje viva) foi a cozinheira. O banquete foi servido e por sinal (segundo me foi dito) bem acompanhado por tinto e cerveja.
Os mentores da comezaina acompanharam todo o banquete com boas garfadas e sem qualquer asco pelo bichinho.
Depois do gato comido, de panças bem cheias e de conversas sobre tudo e sobre nada, o Bispo levanta-se e diz que vai à casa de banho, regressa alguns momentos depois, com um pequeno saco, brinca como os convivas e abre o dito saco, tira de lá a cabeça do gatinho, e grita; miau, miau, miauuuuuuu............
Depois do miau do Bispo, os convivas do banquete atropelavam-se entre si, para sair da tasca Vaz Preto, na procura de um bom local para despejar o que tinham acabado de comer.
Segundo me foi dito, até a cozinheira do petisco que mais tarde viria a casar com um antigo futebolista do Benfica de Castelo Branco, vomitou perante o espetáculo a que tinha acabado de assistir.
Ainda hoje quando o Bispo passa pela D. Maria (a moça cozinheira), ele brinca com ela dizendo: Miau, miau, miauuuuuuu....
Moral da história: se for convidado para comer um bichinho sem cabeça, peça sempre para ver a cabeça do bichano .
Nota: esta é a primeira história, agora falta a sua!.....
O Albicastrense

1 comentário:

  1. Já conhecia a história mas não com tanto detalhe. É sempre bom rever. :)

    Vou pesquisar nos meus neuronios e certamente voltaremos a falar!

    Abraço!

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