A
rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e
Março de 1937, no jornal “A
Era Nova”.
Transitou para o Jornal “A
Beira Baixa”
em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A
mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do
primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC”
foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho
que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).
O
texto está escrito, tal como foi publicado.
Os
comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)
Apareceu
coisa que se visse na sessão imediata que se realizou no dia 18 de
janeiro. Ora façam o favor de ler
“Nesta
vereação foram convocados a Nobreza e Povo do lugar de Cafede termo
desta Cidade para efeito de responderem a hum requerimento de João
Pereyra Sanches Goullão e seus Irmãos do Lugar de Alcains deste
mesmo termo que fizerão a Sua Magestade para lhes conceder carta
para avezinharem no mesmo Lugar de Cafede em rezão de terem nelle
huma grande Caza de fazendas que herdarão de seu Irmão Bernardino
José e pellos mais motivos declarados no mesmo requerimento que em
Precatória deregio a esta Camara o Corregedor desta Comarca a quem
veyo a Informar:
O
qual requerimento sendo lido aos referidos Homens da Nobreza e Povo
de Cafede todos uniformemente responderão que elles convinhão no
mesmo requerimento e que serão contentes que Sua Magestade conceda a
carta de vizinhança pedida que será util ao seu Povo em rezão de
lhe ajudar a pagar os Tributos e fertilizar a Terra com a venda
nelles dos frutos cultivados e recebidos e de como assim o disserão
assinarão este que eu Jozé Correia da Silva Aranha o escrevi”.
E
lá aparecem as assinaturas da Nobreza e Povo de Cafede, que são em
número de dezasseis, mas desta são de cruz nada menos de treze.
Até
são de cruz as assinaturas dos juizes, do procurador do concelho e
do procurador do povo. A Câmara, depois de ouvir todas aquelas
gentes e de ver que as suas respostas estavam ali autenticadas com
tantas assinaturas, concordou também, disse que sim, que convinha
que fosse deferido o requerimento do sr. João Pereyra Sanches Goulão
e mais dos seus ricos irmão para, “avezinharem
no mesmo Lugar de Cafede”.
Como
daqui se conclui, nesses tempos não ia cada um morar para onde
queria. Tinham a sua residência numa povoação; para mudarem para
outra era necessário que obtivessem de Sua Majestade carta de
vizinhança e esta não era concedida sem sobre o caso se
pronunciarem a Nobreza o Povo e a Câmara.
(Continua)
PS.
Mais uma vez informe os leitores dos postes “Efemérides
Municipais”,
que o que
acabou de ler é, uma transcrição fiel do que foi publicado na
época.
O
Albicastrense
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