A
rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e
Março de 1937, no jornal “A
Era Nova”.
Transitou para o Jornal “A
Beira Baixa”
em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A
mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do
primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC”
foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho
que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).
O texto está escrito, tal como foi publicado.
Os
comentários do autor estão aqui na sua totalidade
(Continuação)
A
sessão seguinte realizou-se em 25 de Janeiro. A respectiva acta
começa assim:
“Foy
apresentado pello Procurador do Conselho hum requerimento no qual
pretendia que se lhe mandasse lavrar hum termo por meyo do qual
ficava desobrigado de abonar o fiador José Esteves Povos do rendeyro
da renda do verde desta cidade e alem Ponsul.”
Lá teria as suas razoes. Não lhe merecia confiança o fiador que o rendeiro apresentara para o verde da cidade e de alem Ponsul, e por isso queria livrar da água do seu capote.
Lá teria as suas razoes. Não lhe merecia confiança o fiador que o rendeiro apresentara para o verde da cidade e de alem Ponsul, e por isso queria livrar da água do seu capote.
Mas
a Câmara observou-lhe que o fiador tinha sido abonado por todos,
incluindo-se nestes todos o próprio procurador, que agora aparecia a
querer fugir às responsabilidades que assumira, o que não podia
ser, porque isso “estava
dependente de huma via ordinária”.
E
então a acta consta assim:
“O que sendo ouvido pelo Procurador o Conselho que elle cedia do presente requerimento e estava pronto a abonar como abonava o referido fiador”.
“O que sendo ouvido pelo Procurador o Conselho que elle cedia do presente requerimento e estava pronto a abonar como abonava o referido fiador”.
Estava
o caso arrumado, não é assim?
Pois,
senhores, depois disto é a Câmara e os restantes membros da Câmara,
que de saem com esta.
“E outro sim determinarão que visto o mesmo rendeyro não ter dado fiança à renda do alem Ponsul fosse notificado para dentro de vinte e quatro horas o apresentar na forma de ley, aliás se procederia contra ele na forma da mesma”.
Parecia primeiro que o homem tinha apresentado fiador idóneo para garantir a renda do “verde da cidade e de alem Ponsul” e por isso a Câmara fazia sentir ao procurador do conselho que o seu requerimento era tolice, visto que o fiador tinha sido aprovado por todos. O procurador encolhe-se, dá o dito por não dito e logo a seguir é a Câmara toda que diz que com relação à renda do verde de “alem Ponsul” o rendeiro não apresentara fiador e por isso ou apresentava dentro do prazo de vinte e quatro horas ou se precedia contra ele “na forma da Ley”.
Deve ser uma trapalhada do escrivão, Aranha. Nesta sessão ainda aparece o seguinte:
“E outro sim determinarão que visto o mesmo rendeyro não ter dado fiança à renda do alem Ponsul fosse notificado para dentro de vinte e quatro horas o apresentar na forma de ley, aliás se procederia contra ele na forma da mesma”.
Parecia primeiro que o homem tinha apresentado fiador idóneo para garantir a renda do “verde da cidade e de alem Ponsul” e por isso a Câmara fazia sentir ao procurador do conselho que o seu requerimento era tolice, visto que o fiador tinha sido aprovado por todos. O procurador encolhe-se, dá o dito por não dito e logo a seguir é a Câmara toda que diz que com relação à renda do verde de “alem Ponsul” o rendeiro não apresentara fiador e por isso ou apresentava dentro do prazo de vinte e quatro horas ou se precedia contra ele “na forma da Ley”.
Deve ser uma trapalhada do escrivão, Aranha. Nesta sessão ainda aparece o seguinte:
Nesta
vereação se determinou; “que
fosse notificado o Thezoureyro do Conselho para se lhe tomar contas
do anno passado, para no primeiro dia da vereação se lhe tomar
conta”.
Era
assim mesmo. Notificava-se
o tesoureiro para dar conta do “anno
passado”
e havia de aparecer com elas direitinho logo na sessão seguinte.
(Continua)
PS.
Mais uma vez informe os leitores dos postes “Efemérides
Municipais”,
que
o que acabou de ler é, uma transcrição fiel do que foi publicado
na época.
O
Albicastrense
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