sábado, setembro 17, 2016

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS – CXI

A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).

(Continuação)
Vem agora a sessão de 3 de Agosto. na qual se passou apenas o seguinte:
Foi presente um aviso da Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, do qual constava que tinha sido dispensado do serviço de depositário das terças da comarca o ”Correio assistente” Francisco António Peres de Lourenço. A Câmara fica ciente e diz que já tinha feito isso e nomeado para o cargo, o Dr. Manuel Rodrigues Beja.

Vem depois a sessão de 16 de Agosto.
Foi presente uma ordem expedita pelo “Superintendente Geral da Dessima da Corte e Reyno e Conservador da Real companhia do novo estabelecimento para a fiaçam e torsido das sedas”, para se proceder à nomeação dos inspectores “para a plantação de Amoreiras e mais Arvores e Mattas”. 
Foram nomeados: - Para a cidade, Simão da Costa Caldeira, para Alcains, o capitão da ordenança Agostinho Simões Coelho, para escalos de Cima, Manuel Ferreira; para a Lousa, o alferes Luís Rodrigues; para a Mata, José Neves de Sousa; para os Escalos de Baixo, Joaquim Fernandes Mateiro; para o Salgueiro, Manuel da Silva; para Cafede, José Ribeiro Galveias; para Monforte, o capitão Manuel Dias Farinha; para Malpica, Manuel Lopes Siborro.

Sessão de 22 de Agosto de 1802. 
Nesta sessão aparecem-nos o juiz de fora, os vereadores, o procurador do concelho, os misteres, pessoas da nobreza e do povo. Assunto importante a tratar? Nada menos do que isto:
O alcaide tinha o ordenado de 60.000 réis por ano. Achando que isso não chegava para poder governar-se, requereu ao Príncipe Regente que lhe elevasse o ordenado para 100.000 réis. O Príncipe regente mandou ouvir a Câmara e esta, porque o assunto era de respeito, convidou toda aquela gente, para que dissesse também de sua justiça.
E toda aquela gente achou que a súplica do pobre alcaide era justa e digna de que Sua Alteza Real “pela sua benignidade o atendesse, tanto porque aquelle ordenado de sessenta mil réis não he sufesiente para o recorrente se tratar comodamnete atento a grande carestia dos víveres como porque o recorrente he um oficial muito hábil que dá boa conta de si em todas as Delegensias de que o incumbem e cumpre com muita exatidão e zele as suas obrigaçoins”.
Depois de tudo isto, o alcaide certamente ficou muito contente e os que o ajudaram a ganhar os 100.000 réis por ano não quiseram estar com mais trabalhos e deram a sessão por finda.
(Continua)        

PS. Aos leitores dos postes “Efemérides Municipais: o que acabaram de ler, é uma transcrição fiel do que foi publicado na época.  
O Albicastrense

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