A
rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de
1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para
o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de
1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A
mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António
Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor
desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e
muitas vezes).
(Continuação)
Vem
agora a sessão de 3 de Agosto. na qual se passou apenas o seguinte:
Foi
presente um aviso da Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da
Guerra, do qual constava que tinha sido dispensado do serviço de depositário
das terças da comarca o ”Correio assistente” Francisco António Peres de
Lourenço. A Câmara fica ciente e diz que já tinha feito isso e nomeado para o
cargo, o Dr. Manuel Rodrigues Beja.
Vem depois a
sessão de 16 de Agosto.
Foi
presente uma ordem expedita pelo “Superintendente Geral da Dessima da Corte e Reyno e
Conservador da Real companhia do novo estabelecimento para a fiaçam e torsido
das sedas”, para se
proceder à nomeação dos inspectores “para a plantação de Amoreiras e mais Arvores e
Mattas”.
Foram
nomeados: - Para a cidade, Simão da Costa Caldeira, para Alcains, o capitão da
ordenança Agostinho Simões Coelho, para escalos de Cima, Manuel Ferreira; para
a Lousa, o alferes Luís Rodrigues; para a Mata, José Neves de Sousa; para os
Escalos de Baixo, Joaquim Fernandes Mateiro; para o Salgueiro, Manuel da Silva;
para Cafede, José Ribeiro Galveias; para Monforte, o capitão Manuel Dias
Farinha; para Malpica, Manuel Lopes Siborro.
Sessão
de 22 de Agosto de 1802.
Nesta sessão aparecem-nos o juiz de fora, os vereadores, o procurador do concelho, os misteres, pessoas da nobreza e do povo. Assunto importante a tratar? Nada menos do que isto:
Nesta sessão aparecem-nos o juiz de fora, os vereadores, o procurador do concelho, os misteres, pessoas da nobreza e do povo. Assunto importante a tratar? Nada menos do que isto:
O
alcaide tinha o ordenado de 60.000 réis por ano. Achando que isso não chegava
para poder governar-se, requereu ao Príncipe Regente que lhe elevasse o
ordenado para 100.000 réis. O Príncipe regente mandou ouvir a Câmara e esta,
porque o assunto era de respeito, convidou toda aquela gente, para que dissesse
também de sua justiça.
E
toda aquela gente achou que a súplica do pobre alcaide era justa e digna de que
Sua Alteza Real “pela sua benignidade o atendesse, tanto porque aquelle ordenado de
sessenta mil réis não he sufesiente para o recorrente se tratar comodamnete
atento a grande carestia dos víveres como porque o recorrente he um oficial
muito hábil que dá boa conta de si em todas as Delegensias de que o incumbem e
cumpre com muita exatidão e zele as suas obrigaçoins”.
Depois
de tudo isto, o alcaide certamente ficou muito contente e os que o ajudaram a
ganhar os 100.000 réis por ano não quiseram estar com mais trabalhos e deram a
sessão por finda.
(Continua)
PS. Aos leitores dos postes
“Efemérides Municipais”: o
que acabaram de ler, é uma transcrição fiel do que foi publicado na época.
O
Albicastrense
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