Na parada principal do Regimento e na
parede do edifício fronteiro à porta das armas, havia, antes do tornado, por
baixo de uma fita com a inscrição “Dulce et decorum est pro Padria mori ”, as
seguintes lápides:
“ Unidades que têm estado instaladas neste quartel”
Regimento
de Cavalaria nº 8, do Príncipe Real - 1844-1911
2º
Batalhão do Regimento de Infantaria nº
21 - 1911-1917
7º
Grupo de Metralhadoras - 1911-1917
3º
Esquadrão do Regimento de Cavalaria nº 7 -
1915-1917
Regimento
de Obuzes de Campanha -
1917-1926
Regimento
de Cavalaria nº 11 -
1926-1927
Regimento
de Cavalaria nº 6 - 1927-1939
Regimento
de Cavalaria nº 5 - 1939 -
Por debaixo desta lápide uma “Aos mortos na
Grande guerra 1914-1918 ”, datada de 11 de Novembro de 1920, com, a
relação dos mortos sofridos pelo regimento de Cavalaria nº 11, indicando-se o
posto, nome e naturalidade de cada um e, ainda, se morrerem em combate ou por
doença, com indicação do local e do ano.
Havia ainda outras duas lápides, estas
do Regimento de Obuzes de Campanha; a da direita, “Honra”, registava as condecorações
concedidas às diferentes Batarias, com indicação da ação em que as ganharam, a
da esquerda, “Gloria”,
relacionava os mortos sofridos em França e na Africa, com indicação do posto,
numero e nome.
Porem, tanto a fita referida como todas
estas lápides foram arrancadas, por ordem do então Comandante Interino do
Regimento Tenente-Coronel Eduardo Sousa de Almeida, quando das obras de
reparação dos estragos do tornado, em 1956.
As lápides “Unidades que têm estado instaladas neste
quartel” e “ Regimento de Cavalaria nº 11 - Aos mortos na Grande
Guerra 1914-1918 ” foram, em seguida, colocadas no pequeno átrio de
entrada, junto da Porta das Armas, o qual já por 1934 fora embelezado pelo
comandante do regimento de Cavalaria nº 6, Major António Elias Garcia, com seis
painéis de azulejos mostrando cenas da vida da Unidade.
Também nessa altura foram ai colocadas
duas novas lápides:
Uma
diz:
“ SE
ÉS LEAL, ENTRA FRANCAMNETE:
LEAIS CAVALEIROS TE RECEBEM
SE O NÃO ÉS, NÃO O TENTES SEQUER,
ELES TE VOLTARAM AS COSTAS.
Cor, E. d’ Almeida ”
E a outra:
““ O “TORNADO” EM 6-XI-1954
DESTRUI
A NOSSA CASA.
SENDO
MINISTRO DO EXERCITO O
EXMO.
COR. DO C.E.M. F. DOS SANTOS COSTA
E
COMANDANTE DA III R.M. O
EXMO.
GEN. BUCETA MARTINS
REERGUERAM-SE
AS SUAS PAREDES
O
“BEM-HAJA DOS CAVALEIROS DA B. BAIXA”
15-VI-1958 ””
Quanto
às duas lápides do regimento de Obuzes de Campanha foram guardadas numa
arrecadação.
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O que acabou de ler foi postado neste blogue
em Abril de 2010, estou de novo a publica-lo (com algumas
alterações), em virtude de uma pergunta aqui deixada por um anónimo, 6
anos apôs a publicação do referido poste.
Pergunta ele:
“Onde estão as lápides de que fala neste poste?”.
Que terá
acontecido às referidas lápides, perguntei a mim próprio de seguida? Após alguns telefonemas para organismos
militares que tutelavam o velho quartel da devesa, nada consegui descobrir
sobre o paradeiro das lápides.
Ou seja, parece que ninguém sabe nada de nada!
Como não sou de desistir facilmente,
vou continuar esta investigação para ver se consigo saber do paradeiro das
lápides, assim que tiver novidade, prometo posta-las aqui.
Contudo, não registo em deixar aqui uma pergunta:
Não deveriam
estas lápides ter ficado numa das paredes
do que resta do
velho quartel?
O
Albicastrense
Em primeiro lugar, os meus parabéns e cumprimentos ao blog. O desaparecimento dessas lápides é bem ilustrativo do desaparecimento da informação que parece ter ocorrido com todos os detalhes relativos aos nomes dos praças e oficiais, lista dos mortos na guerra, etc.. Tudo o que se pergunta aos Arquivos Historicos do Exército via projeto Germil são desesperantes, apenas acusando erro. Tenho duas gerações de familiares que serviram nesse quartel, um deles herói de guerra, de quem não consigo saber nada. Muito triste. Eu teria o maior interesse em saber da tal lista colocada em lápide, "Glória". Se alguém souber onde encontro essa informação, ficarei extremamente grato por qualquer pista que me possa dar.
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