Hoje ao passear pela rua Mousinho Magro, dei comigo a olhar para
os dois portados que se podem ver na imagem aqui postada e a perguntar a mim
próprio:
PARA QUANDO A RECUPERAÇÃO DESTA
CASA E DOS SEUS PORTADOS?
Palavra que depois de ouvir
vezes sem conta, que a terra albicastrense é actualmente uma cidade moderna e
virada para o futuro, não posso deixar de ficar pasmado ao passar pela rua e
ver o pobre espectáculo ali
existente, situação que os meus pobres neurónios se recusam a compreender.
Se não tivesse conhecimento
que o patrono da rua (Mousinho Magro), foi sepultado no antigo convento de Santo António em 1685, ao olhar para os
portados ali especados, era bem capaz de pensar que se tratava de uma espécie de
monumento a homenagear Mousinho Magro.
Como este infeliz assunto não
tem nem pretende ter graça, só posso afirmar, que estamos perante uma vergonhosa
situação, facto que envergonha a tal cidade moderna e nos entristece a todos.
Aqui fica o meu segundo rogo
ao presidente Luís Correia. Senhor
presidente, vá ao local e veja com os seus próprios olhos, o triste espectáculo que por ali
mora.
UM POUCO DE HISTÓRIA
(Gaspar Mousinho Magro)
Gaspar Mousinho Magro, nasceu em Castelo Branco na primeira
metade do século XVII, filho de um casal de albicastrenses, António Magro
Mousinho e Isabel Pires.
Desempenhou em Castelo Branco, (sua terra natal) vários lugares
importantes, entre os quais o de Procurador às cortes em 1669.
Casou com Catarina Vilela Leitão, deste casamento não houve filhos. Talvez
por isso e também por ser homem possuidor de avultados bens, institui "uma
capela na igreja Santa Maria cuja administração confiou, por disposição
testamentária, à confraria de Nossa Senhora do Rosário, para que, com o seu
rendimento, se distribuíssem dotes às raparigas "pobres, casadoiras, de
boa vida e costumes".
Gaspar Mousinho Magro faleceu em Castelo Branco a 29 de Abril
de 1685. Está sepultado no convento de Santo António. Fez testamento
e instituiu capela na igreja de Santa Maria, com missa quotidiana.
Não tendo descendência do seu casamento com D. Catarina Vilela Leitão e
possuindo avultados bens, instituiu uma capela na igreja de Santa Maria, cuja
administração confiou à Confraria de Nossa Senhora do Rosário (por disposição
testamentária de 29.8.1684 e codicilo de 28.4.1685) e que do seu rendimento se
distribuíssem dotes a cinco raparigas pobres daquela freguesia, que fossem
casadoiras, de boa vida e costumes mas sem raça de cristãos-novos...
A pedido dos mordomos da dita Confraria, a importância de 12000 réis,
correspondente a cada dote, foi aumentada para 24000 réis por breve pontifício
de 7.5.1803, com o fundamento Gaspar Mousinho anexou esta capela às duas
instituídas por seus irmãos, Jorge e D. Emerenciana Mousinho, que haviam deixado
do mesmo modo todos os bens à Confraria de Nossa Senhora do Rosário.
Gaspar Mousinho Magro nomeia por herdeira e testamenteira a mulher, D.
Catarina Vilela Leitão, a quem deixa o usufruto dos seus bens, ”ficando viúva
ou casando com um homem seu igual na qualidade”.
Porém, “esquecendo-se ela de quem é e de que foi minha mulher e casar
com um homem que tenha parte da nação, cristão-novo por muito pouco que seja, a
hei logo por dês herdada e não quero que goze nem possua cousa alguma minha um
só instante”, passando então tudo a ser administrado pelos mordomos de Nª. Sª.
do Rosário.
Aqui se manifesta o espírito intolerante deste ilustre benemérito, mas
D. Catarina conservou-se viúva até à data do seu falecimento, em 1688.
O Albicastrense
Boa tarde
ResponderEliminarJá no tempo do Sr. Presidente Joaquim Morão lhe dei conhecimento que em face do estado ruinoso daquele prédio o local servia de estrumeira imunda. Mandou proceder à limpeza do espaço, mas passados anos tudo continua na mesma em pleno centro citadino.
Não faço mais comentário,mas há mais locais na cidade com aspecto semelhante.
É só dar umas voltas pela cidade, mas a pé e ver com olhos de ver.
Um abraço
JJB
Amigo Joaquim Baptista. Infelizmente é bem verdade o que diz.
EliminarAbraço